Em 1860, quando o alemão Friedrich Miescher descobriu a proteína de DNA, ele não imaginava a reviravolta que haveria a partir de então na Medicina. Muitos foram os estudos precursores dos avanços que hoje nos parecem tão banais. Ainda existem muitas questões que dispendem tempo e investimento dos institutos de pesquisa. Tudo isso com um único objetivo: cuidar da nossa saúde para que possamos viver mais e melhor. O que não podemos esquecer é que, nessa busca pela longevidade, a tecnologia tem um significativo papel.
Para quem tem smartphone, hoje é possível ter um panorama de variados aspectos da saúde utilizando aplicativos. Há aqueles que medem o quanto você anda, outros que te ajudam na dieta e a beber água e até guias com informações de medicamentos. Para quem quer algo mais específico, há pequenos dispositivos que, quando acoplados nos aparelhos celulares podem medir a temperatura corpórea, taxas de açúcar no sangue, batimentos cardíacos e pressão arterial. Entretanto, acredito que estamos caminhando para muito mais do que isso. É possível que daqui a algum tempo esse aparelhos se tornem ferramentas essenciais para a manutenção da vida. E as empresas estão enxergando nisso oportunidades.
Um bom exemplo é a Apple, que ao lançar o seu último modelo de smartphone, o 5S, já se preocupou em trazer nos aparelhos recursos como o Chip Sensor de movimentos M7. O objetivo é principalmente complementar os aplicativos de exercício físico, que medem a quantidade de passos e o quanto o usuário tem se movido. Em outras palavras, os aparelhos celulares estão ganhando ainda mais uma função. Mas não são os únicos a irem por esse caminho.
O Google Glass, que ainda nem chegou ao mercado de gadgets, é apontado por muitos como um precursor em wearable devices que auxiliam na saúde. Ainda nessa onda de inovações, o Google está desenvolvendo uma lente de contato que mede a glicose do corpo a partir de dispositivos microscópicos conectados por wi-fi, tornando o controle fácil e acessível por qualquer dispositivo móvel. Para quem sofre de diabetes, isso pode ajudar a controlar as taxas de açúcar no sangue e mantê-las estáveis. É uma verdadeira integração entre as funcionalidades dos aparelhos com as do nosso corpo.
Pensando nessa conexão entre pessoas e máquinas, pesquisadores estão indo além e buscando métodos que produzam energia renovável a partir das funções do nosso organismo, e que também colaborem com o incentivo a bons hábitos. Por exemplo, nos EUA, na Universidade de Auburn foi desenvolvido um gadget que quando acoplado ao corpo em movimento cria energia que pode ser reaproveitada no recarregamento de smartphones.
É provável que em um futuro não muito distante poderemos suprir a energia dos aparelhos através das nossas calorias, colocando-os em contato com o corpo, tornando mais fácil até mesmo a perda de peso. Impossível? Acho que não. Quem diria há 20 anos que poderíamos controlar um dispositivo apenas com a ponta dos dedos?
Ao que tudo indica, estamos caminhando para um tempo onde teremos disponíveis aparelhos que serão uma extensão de nós mesmos. Com eles, saberemos mais sobre nossa condição física, estabilidade emocional e hábitos. Mas não seria ótimo poder prever um problema, como um enfarto? Ou ainda, ter um incentivador tech que o auxilie a manter bons hábitos? Creio que sim e esses projetos já não me parecem mais utópicos. É esperar para ver.
[Crédito da Imagem: Saúde – ShutterStock]