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Quando a TI será de fato vantagem competitiva? (O Ciclo sem fim)

publicado por Luis Ricardo Teig Ramalho

A década de 90 foi um período importante, pois originou um grande abalo no que diz respeito a avanços nas tecnologias, começava a era da TI que teve o seu foco de crescimento com o advento da internet, conforme o tempo passava as empresas adquiriam a TI com os olhos de quem contratava uma vantagem competitiva certa para a sua empresa, afinal a eficiência e eficácia dos processos de negócio iriam melhorar.

Conquanto as empresas estavam cada vez mais exigindo profissionais de TI que fossem técnicos e dominassem uma ou mais tecnologias, fator este que começou por uma busca incansável por profissionais com grande expertise técnico;  podemos notar um padrão  no mundo corporativo; quando uma nova vantagem competitiva surge as empresas passam a ter uma micro-visão de como a chamada vantagem competitiva contribui para o negócio, e como isso ocorre ? Querem um exemplo?

Uma empresa deseja aumentar a sinergia entre os departamentos, diminuir as gaps de comunicação (problemas clássicos entre financeiro, vendas, compras e estoque) e melhorar seus processos internos, nada melhor do que comprar um ERP e implantar em nossa empresa; e foi assim que aconteceu no inicio; as empresas atrelaram a palavra TI a palavra automatização, mas deixaram um conceito importantíssimo de lado: “Entender as necessidades do Negócio”; por isso tínhamos profissionais técnicos que queriam apenas desenvolver a tecnologia, implantar e fazer a “coisa” funcionar.

Passado o tempo que estas soluções estão implantadas as empresas passam a não ter mais uma vantagem competitiva como achavam antes, afinal, elas simplesmente AUTOMATIZARAM os seus processos, qual é o envolvimento da TI com o sucesso do negócio senão apenas uma ferramenta que contribuiu para a automatização dos processos empresariais? E o pior que este é um erro tanto dos provedores de serviço de TI quanto das empresas contratantes do serviço; Isto é uma micro-visão a respeito da TI como vantagem competitiva, o que para muitos é bom; fator este que deu espaço para inúmeras consultorias que com o passar do tempo identificaram tais gaps e desenvolvem soluções e passaram a vendê-las de modo customizado de acordo com a necessidade do cliente, você quer analisar as tendências do seu negócio? Vamos integrar o BI ao seu ERP; Você quer ter um contato mais estreito com o seu cliente? Fizemos um CRM; ambas as ferramentas citadas anteriormente possibilitam uma macro-visão da TI como vantagem competitiva, quando chegamos a entender a TI desta forma ela deixa de ser uma ferramenta de automatização de processos e passar a ser uma parceira do negócio, a TI trabalhando para atingir os objetivos estratégicos do negócio, legal não é? Mas é fácil fazer isso? Não!

Como dito anteriormente as empresas antes tinham uma micro-visão da utilização da TI, e cada vez mais contratavam profissionais técnicos, contudo este cenário mudou, com o passar do tempo as empresas identificaram a necessidade da TI estar 100% do tempo em compliance com o negócio, antes tínhamos profissionais focados na operação da tecnologia, hoje o que as empresas querem são os profissionais que planejam, desenham e operam soluções em TI do melhor modo possível com o intuito de contribuir para o crescimento do negócio, com isso notamos um período de emergência de profissionais que antes eram 80% técnicos e 20% conceituais e hoje são 80% conceituais (Gestão) e 20% técnicos; atualmente temos empresas provedoras de serviço de TI em compliance com as necessidades do negócios muitas vezes obedecendo normas e guias de boas práticas (ITIL V3, ISO 20000) São conceitos novos não são? Eles ajudam a combater o problema de micro-visão citado anteriormente? Não! Estou cansado de ver empresas vendendo softwares dizendo que ao adquiri-los você tem a ITIL implantada, pessoal, balela, novamente estamos errando em focar na “novidade” e esquecer as necessidades do negócio, afinal antes de implantar o ITIL em uma empresa eu devo antes entender seus objetivos estratégicos,mapear os processo, escolher a ferramenta e então começar a implantação, mas sem estas etapas as expectativas com a “ferramenta ITIL” são umas, mas os resultados são outros, o que é “bom”, pois agora surgiram as consultorias oferecendo escritório de processos, e assim ficamos, neste ciclo sem fim.

 

Autor

Profissional Especialista em Governança de TI, Risco e Compliance MBA Em Consultoria Empresarial - USP Pós Graduação em Governança de TI - Senac Bacharel em Gerenciamento de Sistemas (FATEC Ourinhos); Premiado pela Faculdade com o título: Prof.Dr Milton Damato Humanismo, Empreendedorismo e Tecnologia. Palestrante sobre os temas: "Governança de TI"," O Perfil do Profissional de Processos" Atualmente trabalhando como Coordenador de Governança de TI no Grupo Fleury Com inúmeras certificações com foco em Governança de TI e Processos, entre ela: Cobit 4.1, Cobit 5.0, BPM, ITIL Expert, Consultor ISO 20000

Luis Ricardo Teig Ramalho

Comentários

3 Comments

  • Caro Luis,

    Estou em perfeita sintonia com a sua visão do problema. Enquanto as consultoras ou os departamento de TI, venderem produtos para “resolver” problemas empresariais, não haverá milagres. As empresas são feitas por pessoas, onde trabalham pessoas, e para pessoas. Se os processo não estão organizados, se a informação não flui pela estrutura, não há santo nem milagre.
    A função da TI é, auxiliar, na resolução dos problemas, é facilitar a fluidez da informação, nos processos, conectando pessoas.

    Abraço

  • Concordo com o dilema. Quanto mais tecnologia, mais perde-se o foco do verdadeiro problema que assola as organizações: Como fazer as pessoas saberem o porquê do que fazem e quererem fazer cada vez melhor. Afinal, as tecnologias ajudam quando se sabe o deve ser feito. O difícil é gerar e propagar as idéias, assim como questionar a forma de pensar (modelos mentais) de vez em quando.
    Abraço.

  • Oi Luiz
    Muito boa sua visão de TI em negócios.
    O Augusto acertou em te convidar a escrever.
    Continue apurando sua abordagem.
    Sds.

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