Carreira

Ξ 10 comentários

Profissional, a leitura é fundamental!

publicado por Ramon J M Gonzalez

Leitura, a revolução silenciosa!

Você sabia que apenas um em cada três leitores lê um texto desses até o fim? Espantoso? Talvez, se você fizer parte do grupo dos dois.

Em meu último artigo – http://migre.me/4v67r, tratei da importância da leitura na formação profissional, em especial do analista.  A atividade de transformar o abstrato em concreto, ou um problema em solução, ou uma sugestão em produto, requer do analista a arte de interpretar, compreender e escrever.

A resposta que tive foi surpreendente, pois recebi mensagens de profissionais de áreas distintas a TI, como engenheiros, psicólogos, arquitetos e advogados. Confirmaram a sugestão: a falta de leitura é uma das causas de problemas no trabalho.

Diante disso, o que mais me restava? Ler. É claro!

Já de posse da paixão pela leitura, não foi difícil acatar algumas sugestões, e resolvi me debruçar sobre o problema, e escrever um pouco mais sobre o tema. Vamos lá!

Meu colega Marcos Liranço escreveu-me sobre o PISA. Pisa onde?

PISA é o acrônimo de Programme for International Student Assessment – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes. O PISA tem a função em seu nome: avaliar estudantes pelo mundo. E o Brasil foi avaliado. Vejamos. “O Brasil obteve o 53º lugar, em uma lista de 65 países, numa prova internacional que avaliou a capacidade de leitura de estudantes com 15 anos.” Folha.com. –  http://migre.me/4uL3N.

Estar na 53ª posição entre 65 países é ruim, mas pode piorar: “O último Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado em 2008 pelo Instituto Paulo Montenegro, revela que apenas 28% dos brasileiros com idade entre 15 e 64 anos têm domínio pleno da leitura e da escrita – ou seja, conseguem ler textos longos e relacionar informações.” Gazeta do Povo/PR: http://migre.me/4uLLo. Daqui extraí o subtítulo deste.

Mas há boas notícias tupiniquins. Em Londrina-PR, a média de leitura é quatro vezes maior que a do Brasil, e 25% maior que a francesa – http://migre.me/4v0Jp. Isso é incrível! Parabéns, Londrina! Eu já lera certa vez que, na França, as crianças devem ler no mínimo três horas por dia na escola – independente de que tipo de texto. Por Londrina, podemos afirmar que no Brasil há ilhas de interesse público de um bom ensino.

Considero Londrina uma bela ilha, sim. Talvez faça parte de um arquipélago, mas ainda sim é pouco. Somos um país de dimensões continentais. Nossos números nacionais nos condenam, e nossos anseios políticos não primam pelo bom ensino. Ou estaríamos em melhor situação.

A atitude política no Brasil é carente de execução. Somos capazes de identificar o problema, quantifica-lo, mapeá-lo, e… Depois vem a distribuição de responsabilidades, liberações, mais estudos, verbas, e… Ficamos exatamente onde estamos. Mais tarde ouvimos dos políticos, de situação ou oposição, a odiosa frase que “Ao Brasil falta vontade política!”. Que significa isso? Uma pena, pois essa situação tem colocado nosso ensino num limbo obscuro de indecisões, desvios de verbas, irresponsabilidades, e falta de respeito aos profissionais finais envolvidos: professores, mestres, cientistas, estudiosos, alunos e sociedade. Nossos jovens continuam desamparados, mesmo num dos melhores momentos da humanidade em questões de acesso à informação.

Problema qualificado, certo? E a solução?

Para as crianças e jovens, a solução está primeiramente com os pais, responsáveis por sua formação e informação: incentivando, dando exemplo, apoiando e criando um ambiente que motive a leitura. Em paralelo, temos a escola, que deve primar pelo saber e conhecimento.

E para os adultos? E para os profissionais, especialistas ou não? O que fazer? Simples assim: começar. Depende só de nós. Esqueça o governo, esqueça sua empresa. A bola está com você!  O problema e a solução pertencem a você!

Mãos à obra! Ou melhor, mãos aos livros!

Abraços.

O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria, se aprende é com a vida e com os humildes.”

Cora Coralina

PS¹: PISA, site oficial – http://migre.me/4uKAJ. Se procurar no PISA no GOOGLE.BR terá sugestões no Ministério da Educação. Porém não encontrei textos atualizados e considerei a avaliação do INEP defensiva.

PS²: As referências da Folha.com e Jornal Gazeta do Povo/PR foram retiradas do “Guia Para Pais”, Edição 2, Maio de 2011 do Kumon – www.kumon.com.br.

Autor

IT Director 25 Years Systems Development 10 Years as a Team Leader KPI´s: - OGSM - Objectives, Goals, Strategies and Measures - BSC - Business Scorecard Softwares Development - Application Life Cicle - IT Systems Development - IT Business Mapping, Modeling and Notation - IT Strategic Planning Microsoft Gold Certified Partner -ISV/Software Solutions -Networking Infrastructure Solutions Especializações Business and Systems Analyst Services Management Systems Project Manager ITIL V3 and CobiT 4.1 Foundation Trainer, Teacher and Pre Sales. Clients: Unilever, Procter & Gamble, Cadbury Adams, WEG, Valeo, Petrobrás, Brazilian Government, Camargo Correa, Mahle, Odebrecht, Bunge, Louis Dreyfus Commodities, EBX e TAM. Twitter: Ramon_JMG LinkedIn: http://br.linkedin.com/in/ramonjmgonzalez

Ramon J M Gonzalez

Comentários

10 Comments

  • Ramon,

    Novamente uma matéria brilhante e elucidativa com dados concretos.

    Antes de chegar ao final do texto pensei na mesma conclusão. “Sim, Nós Podemos”

    Só depende de nós. Devemos instruir nossos filhos e amigos, companheiros de trabalho, enfim todos os que conhecemos. Para que possamos sair da obscuridade do nosso “mundinho” cotidiano em que só absorvemos o que nos é passado por tablóides e notícias tendenciosas, as quais não são interpretadas e sim absorvidas e dadas como verdade absoluta.

    Vamos ler e questionar o sistema. Para ter certeza de algo é preciso duvidar antes.

    Grande abraço.

    • Caro amigo Martins,

      Muito obrigado por suas palavras gentis.

      Podemos sim, Martins. Acabo de chegar da livraria. Na bolsa, um livro sobre a Inquisição para mim, um livro de filosofia oriental para minha esposa Juliana, o Ramonzinho (11) embarcou em duas aventuras: “Em busca do templo perdido” e “O latido do cão fantasma”, e a Flora (08) emplacou o “Querido diário otário: É melhor fingir que isso nunca aconteceu”. Esse último está me dando água na boca com um título assim!

      Pois é, meu caro, quatro pessoas, cada um para um lado da livraria, e “cada um por si e todo mundo se encontra na boca do dragão, combinado?”. Sem resposta, só os vi pelas costas.

      É hábito. E os bons hábitos devem começar cedo. E cedo não é amanhã, é agora.

      Junto aos livros, chamou-me atenção a edição da Veja desta semana, a 2217 – ano 44, no 20, de 18 de Maio. Eu já li a boa matéria do Bruno Meier e fiquei gratamente surpreso. Já na capa, a chamada afirma que “o que se vê é a multiplicação de jovens que gosta de ler”. Não é demais? E complementa: “reconhecendo que um bom texto AINDA É, para a vida pessoal e profissional, um instrumento DECISIVO”. Eu recomendo a leitura desta VEJA.

      Conforme você sugere em seu post, a leitura nos ajuda a tomar decisões, a sair de nosso espaço, e a alçar vôos próprios e melhores.

      Abraço, meu caro.

      Ramon

  • Olá Ramon,

    Excelente seu texto, meus parabéns.

    Sou um apaixonado por leitura, esta paixão me foi despertada na infância e mais aguçada pelo meu professor de Filosofia quando cursei Teologia.
    Neste ano já estou na leitura do 6º livro, e incentivo aos meus amigos sobre o hábito de ler livros, artigos, jornais etc, enfim, a leitura é essencial para o desenvolvimento pessoal e profissional. Ainda mais nós especialistas de TI, que temos que nos atualizar constantemente.
    Quanto ao governo, penso que se nada for feito estaremos com nosso crescimento econômico ameaçado, pois uma nação só vai para frente quando há educação de qualidade, um exemplo disso, falta mão de obra qualificada no país.

    Abraços,

    • Olá Alex,

      Muito obrigado.

      Você cantou a capa da VEJA, que citei acima: “essencial para o desenvolvimento pessoal e profissional”.

      Temos coisas em comum: iniciei a leitura espontânea aos 10 anos. Minha mãe conversava com minha irmã sobre quem seria o assassino. Fiquei perguntando, e ambas me respondendo: “lei o livro e saberá”. Foi assim que fui jogado nas ruas de Londres: num dos inúmeros romances de Agatha Christie. Dois dias depois, eu as alcançara. No terceiro dia, às quatro horas da manhã, eu sabia quem era o assassino.

      Aos dezoito anos, fiz um ano de faculdade de Filosofia, e pela primeira vez ouvi a frase de meu professor de Ontologia: “quem não lê, não pensa”. Só naquele ano, li mais de 40 livros, e aprendi a ler jornal.

      Quanto ao governo, você tem razão. E o que tiver de ser feito, deverá partir da sociedade.

      Abraço.

      Ramon

  • Oi Ramon,

    Parabéns pela matéria, além de informativa ela é inspiradora. No final do texto há dois pontos muito interessantes que me chamaram a atenção:
    1- “Começar”: Nunca é tarde para aprendermos, aliás nós temos muitas oportunidades de reaprendermos o modo de fazer as coisas, e a leitura nos dá novos angulos para interpretação dos problemas e soluções.
    2 – “Depende de nós”:Na minha opinião problemas existem em todos os lugares, e já está na hora de nos apropriarmos desta responsabilidade e assumirmos uma postura pró-ativa. Nesse contexto a leitura tem tudo a ver com a pró-atividade uma vez que ela nos permite compor novos cenários e não nos contaminarmos com problemas que não estão sob o nosso controle.

    Um abraço

    Renato

    • Luiz Renato.

      Obrigado. Você citou os pontos mais importantes, o começo e a responsabilidade. Podemos iniciar a qualquer momento, e nao podemos esperar pelo governo, empresa ou outrém. A responsabilidade pela formação pessoal e profissional é nossa e agora.

      Abraço.

      Ramon

  • Ola, Ramon,
    também partilhamos a sua linha de atuação. Já demos e continuaremos a dar exemplos pros pequenos também no hábito da leitura, complementados pela escola. Há muitos exemplos de professores e gestores que abraçam essa causa. Todo trabalho de formiguinha ajuda e muito. Nunca desistir o “movimento” e sim estimulá-lo. Recentemente reli, junto com o filho, Mobi Dick e extraimos vários assuntos, em todos os sentidos, inclusive um game. abs, @grillojotae

  • Caro José,
    Você tem razão, começar como formigas. Em meu trabalho, apenas com meus artigos, já iniciaram a compra de livros para ortografia, estamos publicando artigos internos sobre erros comuns de língua formal, e outros retomaram suas leituras. Parabéns a você e família. Abraço.
    Ramon

  • Analisando sobre o problema da leitura me fez pensar algo simples, então porque não lemos ou lemos muito pouco? Na verdade estamos vivendo um período em que a sociedade se interessa pelo que os meios de comunicação dão ênfase. Todos ficam deslumbrados com os jogadores de futebol, artistas e cantores. Olha que atualmente essas áreas nem tem tanto profissional de nível, mas bastam os meios de comunicação ditar o ritmo que a grande maioria fica deslumbrados. Vou dar um exemplo simples, quantas vezes um grande escritor deu entrevista no Jornal Nacional falando do lançamento de sua nova obra. Seguindo o raciocínio qual quarta feira e final de semana que não vemos algo sobre os craques do futebol. Não quero desmerecer esses artistas, pois eles têm sua importância, mas para o Brasil crescer precisamos ser o país dos intelectuais não do futebol. Infelizmente pela ilusão dos meios de comunicação muitos descobrem tardiamente o fascínio da leitura. Desde cedo no inicio da alfabetização a leitura é nos passado de tal forma que nos desestimula transformando-a em um monstro.
    Com o advento da tecnologia o que seria um facilitador esta afastando ainda mais as pessoas da leitura, ou seja, como a informação ficou bem mais fácil o que ocorre muito é lermos frases e muito pouco o texto completo. Já perceberam que sempre quando temos que estudar sobre algo de desenvolvimento filosófico temos que recuar anos muitas vezes centenas de anos atrás. Quando lemos frases não somos capazes de refletir de sonhar de filosofar.
    Michael Porter é reverenciado por muitos como uma autoridade em estratégia e competitividade aonde escreveu vários livros. Entretanto se fizermos uma pesquisa acredito que muitos nunca ouviram seu nome, ou melhor, irão dizer que ele é o pai do Harry Potter sim aquele mesmo da serie. Pode até parecer engraçado, mas precisamos ter mais seriedade, pois o desenvolvimento do país mais cedo ou mais tarde vai esbarrar nesse detalhe.

  • Oi Marcos, antes tarde que mais tarde, certo? Fiquei de responder-lhe há tempos, por sorte temos bom contato.

    De fato, a leitura no Brasil é fraca. A PISA, conforme seus próprios comentários citados em outro artigo, atesta isso. É uma pena.

    E é uma oportunidade! O Brasil carece de mão de obra especializada, e isso inclui gente com capacidade de ler, compreender e realizar o que um texto pede.

    Mas há bons movimentos por aí. Na web, no facebook ou no twitter e linkedin, acompanho vários grupos ou pessoas que tem como missão a intensificação da leitura.

    Comece em casa, monte sua biblioteca, visite as publicas e as de escolas. Abraço.

You must be logged in to post a comment.

Busca

Patrocínio

Publicidade



Siga-nos!

Newsletter: Inscreva-se

Para se inscrever em nossa newsletter preencha o formulário.

Artigos Recentes