Gerência de Projetos

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Processos e controles… Ajudam ou complicam?

publicado por Luiz Eduardo Improta

A globalização tem feito as empresas, melhor dizendo, o mercado ficar cada vez mais exigente. A massa de informações e as opções oferecidas de produtos e serviços que hoje é disponibilizada trazem a necessidade das empresas serem cada vez mais ágeis em suas respostas ao mercado e porque não dizer ao cliente.

Com isso, surge a figura cada vez mais presente da TI. Muitas vezes considerada vilã e outras vezes a heroína, porém sempre em evidência, mas sempre escondida. Atualmente a TI tem feito parte da vida de todos, mas o pobre “mortal” como brincamos quando nos referimos ao usuário final, nem sempre percebe. Lembrar da importância da TI, só mesmo quando ela falha. Nesta hora o mundo desaba e os Gestores e a sua equipe, tem a missão (não importa se possível ou não) de voltar ao que era antes… Talvez seu raciocínio tenha pensado: o mais rápido possível, mas sabemos que tem de ser antes, tudo para “ontem”.

Diante disso, a Governança de TI emplacou no mercado. Pesquisas recentes mostram que as empresas com uma estrutura forte de Governança conseguem um retorno maior de 20% de seus bens em relação às com Governança fraca, agregando valor ao negócio. Com isso a febre da Governança nas empresas alavancou o surgimento de um novo mercado: os de empresas e consultores  capacitados, comprovadamente, para ajudar a gerir ou gerir totalmente os processos e controles internos para que, não só, o tempo de indisponibilidade seja o menor possível, mas também para ter sustentabilidade e segurança  do negócio, obedecendo a principal lei do mercado: competitividade. E ser competitivo hoje, é ser igual e de preferência, melhor que seu concorrente.

Mas quando falamos que uma empresa possui em uma boa Governança de TI, queremos dizer basicamente que os processos da área de TI estão alinhados com o objetivo estratégico do negócio e que possui uma estrutura de tomada de decisões eficiente e forte, com o envolvimento, quase que obrigatório, da direção corporativa fazendo o papel como o de um “patrocionador”. A Governança orienta sempre o que se deve fazer e não como fazer, uma vez que não há padronização de “como fazer”, pois vai depender do negócio e de outras variantes que deverão ser levadas em consideração.

O maior problema é o alinhamento dos processos da área de TI com os de Negócios. Apesar de parecer fácil, é um processo contínuo e complexo.

Neste caso, abordaremos os protagonistas deste espetáculo: os processos e seus controles, que podem ser tanto vilões como mocinhos, vai depender diretamente da condução dos mesmos, uma vez a sobrevivência da empresa dependerá diretamente deles. Posso comparar como o fermento em um bolo: se não colocar a quantidade certa vai “desandar” e “solar”. Assim também são os processos e controles. Para cada processo ou grupo de processos, deverão existir controles que possam assegurar que estão ocorrendo de acordo  com a finalidade para qual foram desenhados. Este é o grande desafio: manter  a quantidade de processos e seus controles, compatíveis e alinhados com o negócio. Algumas empresas desandam a criar processos, sem critérios e acabam diminuindo, cada vez mais, a velocidade de resposta do negócio, pois os controles se tornaram ineficazes para os mesmos, ou até mesmo, pararam de serem utilizados diante da quantidade de processos a serem monitorados, criando uma falsa impressão de que está tudo sob controle. Podemos chamar isso de “Empresa engessada”, pois não possui mais mobilidade que a fazia tão eficiente nas respostas ao negócio, tanto para os clientes internos quanto para os clientes externos.

Uma poderosa arma para ajudar a identificar este problema é a adoção de auditorias internas periódicas, com o objetivo de não só de detectar, mas também de mapear e propor soluções a todos os “GAPs” encontrados, de modo a ajustar as quantidades e os próprios processos para a necessidade do negócio, isto é, fazendo com que o alinhamento estratégico se mantenha vivo, garantindo assim a continuidade do negócio… E deixando a área de TI muito feliz.

Autor

Sou profissional com mais de 30 anos de experiência desenvolvida em empresas do setor "outsourcing" em TI e Segurança da Informação. Com 2 Pós graduações e 1 MBA na área de TI e diversas Certificações em Segurança e Tecnologia da Informação, dentre elas: COBIT 4.1, ITIL v2 e v3, ISO27002, CCSA/CCSE, experiência na área comercial, Coach de líderes e analista comportamental C-VAT. Meu link no "linkedIn": http://br.linkedin.com/in/limprota007

Luiz Eduardo Improta

Comentários

3 Comments

  • Prezado Luiz!
    Concordo planamente com as tuas colocações. Algumas empresas não fazem idéia do quanto pode ser compensador e também custoso estabelecer processos. Trabalhei para uma empresa que decidiu implantar um processo de qualidade baseado no CMMI. O objetivo da empresa era apenas o de poder participar de licitações. Quando apresentei o projeto e os custos, a primeira reticênciada da diretoria foi: mas é muito caro e engessa todo o nosso procedimento. Como dizer ao diretor que o que estava errado era o propósito e não o processo? Processos são indispensáveis mas, deve-se ter em mente exatamente o que se deseja deles.

  • O mercado brasileiro precisa se desenvolver nos processos de auditoria. Eles irão garantir o funcionamento adequado, ou seja, sem desvios, nos processos de negócio. É necessário um trabalho forte contra a corrupção em todos os níveis da sociedade. Quem sabe um dia a gente chega lá.

  • Luiz,

    Suas colocações foram perfeitas.
    Realmente com as vantagens que os processos trouxeram às organizações, vieram junto os problemas causados por não se estabelecer as métricas corretas, acarretando na criação desenfreada de controles e mais controles. Este fato acaba dificultando ainda mais a conversão de cultura das empresas, pois uma vez que o usuário final (Pobre Mortal) não consegue aderir/seguir os processos e controles criados em excesso, o ser humano naturalmente tende a proceder atuando “por fora” das diretivas, fazendo com que o “gráfico” final fique muitas vezes maqueado/mascarado, freando a evolução dos processos da organização.

    Grande Abraço e Parabéns pelo Artigo.

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