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Não culpe os bombeiros!

publicado por Mauricio Veneroso

Não culpe os bombeiros!Incêndio numa fábrica!

Aquele desespero!

Todos tentando salvar o que podem inclusive sua própria vida e nessas horas é cada um por si.

Chamem os bombeiros!

Ninguém tem tempo de ver o tamanho do estrago. Só pensam em salvar suas vidas e o que podem da fábrica.

Enquanto isso, lá vem os bombeiros, com a velocidade máxima possível, chegam ao local e tentam entender rapidamente o tamanho do estrago e a estratégia de ataque ao incêndio.

O importante é apagá-lo o quanto antes, preservando as vidas, tanto de quem ainda está lá dentro, como dos curiosos que estão ali em volta, além do patrimônio da fábrica e das demais construções ao redor.

Os bombeiros cortam a energia elétrica quase que imediatamente ao chegarem e já correm para isolar a área e buscar informações sobre possíveis pessoas que ainda estão presas/afetadas pelo incêndio.

Tudo mapeado e controlado, agora é utilizar alguma das inúmeras estratégias de combate ao incêndio para que rapidamente elimine-o e impeça que se propague para mais áreas.

O trabalho é difícil e cansativo, ainda mais porque os bombeiros acabaram de passar a noite em claro resgatando algumas vítimas de um desabamento.

Mas são todos bravos e responsáveis. Sabem a importância de seu trabalho e não desistem facilmente.

Finalmente o incêndio é controlado e começam a operação de rescaldo para evitar que as chamas voltem a crescer e destruam mais coisas e mais vidas.

Foi difícil, mas conseguiram!

Agora começa a identificação das possíveis vítimas remanescentes, danos à estrutura da construção e das possíveis causas dessa tragédia.

O laudo inicial é claro. Logo de inicio é possível identificar a causa do incêndio. O diagnóstico descobre que houve um curto-circuito na caixa de distribuição de energia, devido à precariedade da fiação e da sobrecarga ao sistema, mas o laudo final, todos sabem, cabe à polícia civil e aos peritos que vão aprofundar a investigação e identificar a causa raiz exata do incêndio.

Uma vez diagnosticada a causa raiz, sabe-se que os responsáveis serão provavelmente indiciados e que as providências necessárias para evitar que aconteça novamente serão também tomadas.

Mas voltando aos bombeiros, o trabalho deles, para o momento, acabou por ali mesmo. Controlaram o incêndio e liberaram a área.

O que vai acontecer no futuro, se os responsáveis pela fábrica seguirem as boas práticas, é solicitar aos bombeiros que façam uma avaliação do prédio (após as reformas corretivas e evolutivas na edificação) e atestarem se o mesmo está dentro dos padrões mínimos de segurança de sinalização de saídas de emergências e mensagens claras às pessoas que ocuparão o prédio, bem como mecanismos de identificação e prevenção de incêndio ou, quando não for possível, que seja possível identificar rapidamente o incêndio para minimizar os danos.

Mas uma coisa que ninguém nunca faz, é culpar os bombeiros pelo incêndio.

Ninguém pede que eles tomem medidas de melhoria porque o número de incêndios na cidade está aumentando. O que pedem aos bombeiros é que indiquem, pela sua experiência, o que deve ser feito para evitar os incêndios.

Não faz sentido culpar os bombeiros pelo incêndio.

O que faz sentido é seguir os seus conselhos e orientações. Nada além disso.

Se você não pegou ainda o fio da meada nessa história, basta fazer algumas poucas substituições:

Bombeiros = Time de Suporte em TI

Incêndio = Bug de sistema

Laudo = Identificação da Causa Raiz

Para o resto do texto, acredito que vocês vão deduzir facilmente.

Só peço que da próxima vez, não culpe os bombeiros!

[Crédito da Imagem: Bombeiro – ShutterStock]

Autor

Mauricio Veneroso tem mais de 20 anos de experiência na área de TI sendo mais da metade no mercado de telecomunicações. Trabalhou em diversos projetos de desenvolvimento de sistemas. Nos últimos 5 anos sua atuação tem sido voltada para ITSM atuando como Consultor de TI, estruturando equipes de suporte, níveis de serviço e definindo processos de melhoria contínua redefinindo inclusive metodologias de desenvolvimento de sistemas, participando da elaboração de SoWs, RFPs e RFIs para assegurar transições para os times de produção, suporte e sustentação de sistemas com o menor impacto possível para as áreas usuárias e para os times de suporte.

Mauricio Veneroso

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