O conceito de computação em nuvem nos leva a imaginar que, para usarmos as aplicações em nossos dispositivos, não importa quem ou onde está sendo provido o serviço. Existem vários pontos de vista para essa questão: o de quem usa a aplicação (em smartphone, smarTV, tablet, computador etc); o de quem fornece e opera as aplicações; e o de quem regula e controla questões econômicas e legais da sociedade. Por que Data Centers Locais são importantes?
Para o usuário, que é tratado individualmente, há encantamento em interagir com aplicativos e conseguir informações e serviços em qualquer momento ou lugar. É tudo tão poderoso e inovador que parece não importar saber quem é responsável pelas aplicações. Ao usuário cabe acreditar na reputação do serviço e nas informações que são passadas na adesão. O importante são as funcionalidades, reputação, desempenho e disponibilidade, antes de saber onde está geograficamente armazenada a informação.
Na visão de quem fornece a aplicação, a questão aparece mais claramente. O usuário precisa receber um bom serviço, seguro, rápido e disponível. Portanto, há questões técnicas relevantes na logística virtual. Por mais que a informação ande à velocidade da luz, existem pontos além da aplicação inerentes à infraestrutura, entre eles, a capacidade de banda e a latência. Data Centers próximos aos usuários de aplicações é a forma mais natural de reduzir a latência da comunicação, eliminando os gargalos de banda das conexões internacionais. Muitas vezes, no universo das aplicações da Internet, os projetos começam com protótipos, geralmente de startups, e a infraestrutura é fornecida também como um serviço em nuvem. Entretanto, quando há um crescimento exponencial, como, por exemplo, em uma aplicação de rede, o rápido crescimento do tamanho da base de dados pode inviabilizar a transferência destas aplicações e criar dificuldades de continuidade ou barreiras de saída de Data Centers Internacionais para um Data Center Local.
A última visão é a dos governantes e influenciadores das políticas e leis, que necessitam de conhecimento. Neste momento, o que tem sido mais relevante é a questão da soberania da informação e do território nacional. Após os acontecimentos de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, o governo norte-americano emitiu o “Patriot Act”, que lhe dá o poder de espionar arquivos de provedores de serviços de comunicações com detalhes sobre usos específicos de clientes dos serviços, e que vieram à tona recentemente. Embora direcionadas ao combate do terrorismo, muitos acreditam que tais ações tenham sido usadas para fins políticos e até comerciais.
De forma geral, podemos comparar à sensação que a sociedade deve ter experimentado quando foi inicialmente apresentada aos automóveis. As pessoas não tinham como saber que posteriormente viriam os problemas de petróleo, trânsito, ou impacto ambiental. Hoje temos petróleo, refinarias, e montadoras no Brasil. Automóveis são fundamentais e, assim como não podemos voltar às charretes, não temos como abandonar a Internet ou a nuvem. Mesmo que as bases destas nuvens não estejam por aqui, no futuro estarão, com Data Centers locais, fundamentais para nosso desenvolvimento.
Estes pontos nos fazem crer que data centers no Brasil são fundamentais. Os preços sempre serão competitivos porque não existem fronteiras na nuvem. O ideal seria tornar o Brasil um paraíso de Internet, facilitando e antecipando ao máximo a instalação e uso de Data Centers locais.
[Crédito da Imagem: Data Center – ShutterStock]