Se você trabalha com mídias sociais, certamente já viu este caso:
– Ok. Criei a página no Facebook. E agora, como conseguir curtidas, assinantes e gente compartilhando? E se se eu criar um aplicativo, será que consigo espalhar a novidade? E se eu der prêmios, não? >.<
Dúvidas como essa geralmente surgem para qualquer gestor de mídias sociais, sobretudo para aqueles que acabaram de lançar canais sociais na internet. Muitas vezes, a saída para popularizar suas ações na internet é buscar fora da internet o seu sucesso. Outras vezes, é buscar dentro da própria internet, mas usando outros canais. Porém, antes de tudo, é necessário ter ideias e organizar o pensamento.
Como professor, costumo receber alunos angustiados com tais dúvidas. Para tentar ajudar, começo com algo muito simples: comparo com o comum da nossa vida fora da internet, já que muitos são imigrantes digitais, e não nativos.
Canais sociais na internet são, antes de tudo, canais sociais, assim como a praça em frente à igreja, uma boate, um barzinho depois do expediente ou até sua sala em dia de jogo da seleção. Se você quisesse engajamento das pessoas em cada um desses espaços sociais, o que precisaria fazer? Pensando assim, talvez consiga mais facilmente organizar o pensamento.
Quando trato de pessoas – e não de máquinas – gosto de simplificar o pensamento para enxergar melhor as saídas, até porque o ser humano é complexo demais para eu complicar ainda mais. É óbvio que dinâmicas dentro da internet possuem uma série de especificidades que vão além das dinâmicas fora da internet. Mas se seu pensamento está bagunçado, é uma boa saída simplificar para enxergar melhor.
Vamos ao um exemplo prático de simplificação: se você vai organizar uma festa, como faria para engajar as pessoas? Como as convidaria sem passar vergonha?
- Precisaria de toda a infraestrutura da festa organizada. Claro que depois de um bom planejamento, checklist à vista, espaço físico reservado, música pré-agendada, tema da festa escolhido e dinâmicas minimamente pensadas;
- Precisaria ter convites atraentes e, se for possível, personalizados, com a finalidade de ser especial a quem for convidado;
- E para convidar as pessoas? Bom seria começar por quem já está próximo, como familiares, amigos, colegas de trabalho, colegas de escola, faculdade etc. Assim a divulgação poderia se espalhar aos poucos e através de pessoas confiáveis e que lhe respaldariam. Mas se a festa for grande, seria necessário anunciar. Rádio, talvez? Flyers em frente à faculdade? Que tal internet com uma boa promoção, de forma que as pessoas se sintam exclusivas por participarem da festa, desafiadas “porque só ela não iria” ou até instigadas a divulgar porque gostaram do tema da festa?
- Hora da festa, momento mais delicado! É necessário acompanhar tudo ao mesmo tempo, talvez com ajuda de uma boa equipe se a festa for grande. O fato é que não pode acabar a comida tão cedo, esgotar a bebida tão rápido, parar a música sem ser apenas uma surpresa ou deixar que confusões se estendam. É necessário estar de olho no lance e, de tempos em tempos, surpreender com uma dinâmica diferente e uma música que faça o povo pular;
- E no final da festa? O final da festa começa antes de ela mesma acabar. Antes do final, é necessário soltar o teaser da próxima, que já estará minimamente organizada. E assim fazer a roda girar novamente, voltando ao passo 1 dessas dicas.
Sua festa pode ser sua campanha online, o lançamento de seu novo portal ou até umanova promoção para sua empresa. É necessário saber também quem nem todos que você esperaria realmente estarão na festa. Muitos irão sorrir com o convite, mas não se entusiasmarão; outros simplesmente não irão. Mas haverá aqueles que sequer foram convidados, porém que se empolgaram acima do comum. Irá deixá-los de fora? Como inseri-los então? Por fim, é preciso saber que essa grande metáfora que fiz foi apenas para que possamos entender que as mídias sociais continuam feitas de pessoas, agregadas em torno de ideias, desejos e necessidades. Ao se lembrar disso, fica mais fácil trabalhar com internet e organizar o pensamento.