Cloud Computing

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De volta às poderosas nuvens

publicado por L.Midas

Eu contava ainda da conferência em Berlin no final do ano passado. A resposta do VP do YouTube (aquele lá do Vale do Silício / Silicone)   foi algo que, para mim, entrou para os anais da história (pelo menos a minha história) como uma das mais afiadas. Naquela curta frase, ele detonou as operadoras, colocou-as no seu lugar de “bit-pipes”. E não apenas isso, ele como que disse “o importante é o conteúdo, e que se as operadoras acham que podem alguma coisa, experimentem bloquear ou limitar o acesso ao YouTube. Verão como os usuários abandonarão vocês imediatamente. Operadoras, vocês são simples movedoras de bits sem inteligência, nenhum cliente lhes é fiel, vocês não tem poder nenhum. Seu produto é uma ‘commodity’, ninguém lhes ama, ninguém lhes quer”.

Bem, se você não entendeu isso tudo, releia a crônica. Porque, expandindo a frase fatal, a tal detonante, foi isso que ele disse. Como reza o ditado, “para bom entendedor, saber o fluxo de capital basta.”

De fato, existe evidência que ele está certo. Por exemplo, a Netflix dos EUA, publica na sua página um “ranking” das melhores operadoras para se acessar o Netflix. Mais um exemplo de alguém falando “Aqui, eu sou tão grande, tão poderoso, que os meus usuários vão escolher aquela operadora que lhes dê o melhor acesso ao meu site. Coitado de você se não melhorar esse acesso.” E, de fato, a frase do VP me deixou pensativo. Já pensou se o YouTube resolve seguir o modelo da TV as cabo, em que as operadoras de TV a cabo as vezes tem de pagar para ter acesso a certos canais? Quem perderia mais nessa possível quebra-de-braço? O YouTube perderia mais usuários, que se manteriam fieis às suas operadoras ou aquelas que não pagassem perderiam maior número de usuários, já que eles migrariam em massa para uma outra que aceitasse as condições do YouTube? Apostas, por favor…

Entra em jogo meu assunto favorito do momento e que vocês achavam, andava relegado e esquecido: AS NUVENS! Pois é. Eu sou assim, dou uma volta tremenda para fechar um raciocino de forma brilhante (auto-ironia, por favor). E veja bem que vocês tiveram de agüentar apenas duas crônicas, imagina os leitores de “Redes Sensuais” que tiveram de agüentar mais de 100 páginas voltando quase 20 anos, sem contar a abundante pornografia?    😉

Meu descarado merchandising à parte, voltemos ao assunto. As nuvens e o balanço de poder. Sorrateiramente, começam a surgir vozes dizendo que, junto com a ascensão do Cloud Computing, uma reversão no atual status quo está para acontecer. É fácil entender. A partir do momento em que os aplicativos são oriundos das nuvens, a tal conectividade que antes era uma commodity passa a ser diferencial. Vamos exemplificar. Suponhamos que você abra uma empresa e decida por um programa de Gestão de Pessoal. Você está em dúvida entre o software A ou o B. Ambos são entregues para você via cloud, por assinatura mensal, sem nada instalado no seu computador. Você resolve então testar o programa A. Nesse, tudo vai bem até o certo ponto em que aparece uma mensagem “Cannot save file”. Você então liga para a fornecedora do programa, a qual, logicamente, bota a culpa na sua operadora. “É ser um problema na conexão”. Liga para a operadora e eles, por sua vez,  botam a culpa no programa “A conexão tá ótima o problema é o programa”. Bem, você já entendeu. No programa B, que você assina via a sua operadora, tarifado diretamente na sua conta telefônica, o suporte é dado diretamente por ela. No caso do problema acima, se tudo correr bem o sujeito do suporte te explica que você deve mudar o parâmetro X no menu Y porque sua rede é menos rápida portanto assim você evita um timeout e por aí vai.

Pergunta boba: Qual dos 2 pacotes você vai escolher o A, independente, ou o B, aquele cujo suporte e pagamento é feito diretamente junto à sua operadora?

Pois é, não é por menos que a muita gente começa a defender a ideia que as operadoras brevemente serão o canal prioritário na distribuição de software. Obviamente, outros dizem que isso nunca acontecerá e tem como argumento prioritário o fato de, como já disse antes, as operadoras historicamente nunca perderem a oportunidade de perderem uma oportunidade.

Pessoalmente, tendo lido o artigo sobre a Batalha Tecnológica de 2012, e tendo notado a total ausência da Microsoft, vejo que as chances das operadoras são mesmo pequenas. Esses caras jogam pesado e agressivamente, sem chances para empresas grandes e lentas na reação como as grandes empresas de telco. A única salvação, coisa que anda esquecida nesses dias mas que é algo de peso, é a questão do único e verdadeiro recurso que as operadoras possuem: Espectro. Espectro o qual se valoriza a cada dia que passa, na direta proporção em que os volumes de dados aumentam a cada dia.

Em breve, aportarei nas praias tupiniquins para o lançamento do dito livro. Abraços.

Autor

L.MIDAS é analista de negócios de uma das maiores multinacionais do setor de telecomunicações e orador frequente em conferências sobre novas tecnologias, novos negócios e seu impacto no cotidiano das pessoas. O autor, natural de Belo Horizonte (MG) reside há mais de 10 anos em Estocolmo, Suécia, com sua esposa e três filhos. Seu primeiro romance, "Redes Sensuais", foi definido pela escritora Chirlei Wandekoken como “Uma trama inteligente, moderna e altamente sensual que retrata os impactos das Redes Sociais nos relacionamentos de forma cosmopolita e abrangente”. http://www.facebook.com/LMidas.Homepage http://www.facebook.com/RedesSensuais Michael Dahlén, autor de Nextopia (www.nextopia.info) e cinco outros livros, considerado um dos mais influentes pesquisadores do mundo na área de comportamento de consumidores, criatividade e marketing assina o prefácio da obra e afirma: “Um romance provocante que expõe os efeitos colaterais da internet” NOVIDADE: AMOSTRA GRÁTIS DE REDES SENSUAIS - Link para download de um "test-read" das primeiras 150 páginas da obra. http://ge.tt/78mDJLP Comentários, fotos, fórum de leitores na página: www.facebook.com/RedesSensuais

L.Midas

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