Lendo recentemente o texto “O Valioso Tempo dos Maduros” de Mario de Andrade, encontrei semelhanças com a realidade de algumas organizações, e resolvi utilizar o texto para fazer uma comparação.
O primeiro ponto que gostaria de destacar retrata reuniões onde assistimos uma exposição de vaidades e frequentemente nos deparamos com situações que não concordamos, que somos obrigados a aceitar, a colocar em pratica ideias e conceitos que não acreditamos, usando um tempo que, muitas vezes não dispomos. Veja um trecho do texto:
“Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir
assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha”
É necessário acabar com este cenário, primeiro acabando com o perfil deste tipo de profissional que, infelizmente ainda encontramos em várias organizações, que acabam se desenvolvendo tecnicamente, e valorizam somente este lado nos seus funcionários, mas esquecem de aprimorar o lado humano, social, ficando com o lado sensível insignificante, mesquinho.
Estou me referindo a aqueles profissionais que não sabem lidar com funcionários, com clientes, com qualquer tipo de pessoa, subordinado ou não, até mesmo com seus amigos. Acreditam que não precisam de ninguém, que são auto suficientes, dando a impressão que a empresa não precisa de funcionários, que eu chamaria de colaboradores. Voltando ao texto de Mario de Andrade, ele destaca este perfil de pessoas que “apesar da idade cronológica, são imaturos.” ‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…
…quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial!”
Sempre tive uma certa aversão a reuniões, além de acreditar que são extremamente caras para as empresas. A frase de Peter Drucker expõe está situação de forma bem clara: “As reuniões são, por definição, uma concessão a uma organização deficiente. Ou se trabalha, ou faz reuniões. Não dá pra fazer as 2 coisas ao mesmo tempo”.
Não podemos afirmar que reuniões não são importantes, elas estão presentes no desempenho da organização, no planejamento estratégico, na tomada de decisões, nas negociações, nos feedbacks, em resoluções de conflitos e em outros assuntos corporativos, mas não podem ser rotuladas como a maior causa de desperdício de tempo, devido ao fato de ficarmos horas reunidos e não chegarmos a lugar nenhum. Uma pesquisa recente mostrou que executivos e gerentes chegam a gastar 40% do tempo em reuniões.
Por este motivo não basta fazer cursos, assistir palestras, e treinamentos, é necessário uma mudança de comportamento em toda a organização, partindo do topo da estrutura até a base. Isto é uma mudança na cultura organizacional da empresa, que deve ser divulgada e seguida assim como a Missão, a Visão e os Valores.
Poesias, contos, crônicas e Afins
Disponível em 10-10-2015.
[Crédito da Imagem: O Valioso Tempo dos Maduros – ShutterStock]
Bom , bem atualizado . Valeu .