A vida é maravilhosa e o mundo é cruel, termos tão comuns e que todos aprendemos com o passar dos anos. Independentemente dos termos utilizados atualmente (bullying, cyberbullying, etc), as agressões físicas e psicológicas às pessoas ocorrem ao longo das gerações. Isso é uma característica humana, todos fazem ou fizeram e sofrem ou sofreram com isso em maiores ou menores quantidades. Aquele seu amigo de anos e anos (ou você mesmo), que é negro ou muito branco, gordo ou muito magro, com orelhas grandes, cabelo engraçado ou qualquer outra característica que sirva de “brincadeiras”, que sofria com suas gozações, pode continuar sofrendo com isso mesmo depois de adulto.
O problema atual é que com o avanço da tecnologia e a possibilidade de se tornar anônimo, as “agressões” passaram a ser registradas e, consequentemente, divulgadas para todos (textos, fotos e vídeos), não ficando restrita apenas aos envolvidos (caçador e caça).
As ofensas, agressões físicas e qualquer outra que possam existir no mundo real, foram transportadas para o mundo virtual. Facilitados pelos mensageiros instantâneos (MSN, Gtalk, Skype, entre outros) e pelas redes sociais (Facebook, Orkut, MySpace, … ) os agressores tem infernizado a vida das suas vítimas, fazendo com que muitas passem a ter medo de qualquer tipo de convívio. Afinal não possuem nem mais o “DIREITO” de se esconder e viverem suas vidas em paz.
Uma jovem americana de 13 anos se suicidou em 2007, depois que suas vizinhas (mãe e filha), criaram uma conta falsa no MySpace. Fingindo ser um rapaz, começaram a se relacionar com a jovem virtualmente. Pouco tempo depois as ofensas começaram, fazendo com que a jovem chegasse, após meses de agressões, ao triste fim. Ainda em 2007 o NY Times, publicou uma matéria com esse e diversos outros casos alertando sobre o Cyberbullying.
No começo de 2011 um jovem americano foi condenado a prisão por utilizar o Facebook para postar comentários sobre suas colegas de classe. Notas eram atribuídas às jovens de acordo com sua aparência física e também se estavam em alta ou não. Qualquer semelhança com suas brincadeiras da época de escola, não é mera coincidência.
Os casos de 2007 e 2011 são bem distintos, com finais bem diferentes, mas ambos possuem o mesmo intuito. Ofender e julgar as pessoas, seja por brincadeira ou não, não sabemos como essas pessoas irão reagir. Aquele seu amigo de anos e anos, pode nunca ter se importado, ou até ter, mas ele tratou o problema de uma forma, não podemos esperar que as “brincadeiras” tenham o mesmo efeito ou a mesma característica dos demais.
Há décadas diversas Escolas e Universidades do mundo tiveram casos de assassinatos em massa, causados por jovens que “sofreram” bullying por seus colegas. Infelizmente no Brasil tivemos um caso similar. Se o bullying contra essas pessoas realmente ocorreu ou não, é outra questão. Muitos falam que antigamente esse tipo de coisa não acontecia, que isso é uma frescura e que as pessoas precisam aprender a lidar com seus problemas. Independente da opinião de cada um, o fato é que problema existe e pessoas estão sofrendo cada vez mais com ele. Precisamos então pensar em como evitar que o bullying ocorra, como perceber que uma pessoa sofreu danos psicológicos com as “agressões” e não perder vidas no decorrer do problema.
O uso indiscriminado das redes sociais tem feito com que essa prática aumente assustadoramente, os pais devem ficar atentos ao que seus filhos fazem quando utilizam o computador. Os mesmos cuidados com pedofilia devem ser tomados a fim de manter a proteção deles e de evitar que possam ser causadores de problemas também. Não é incomum os pais se surpreenderem com “coisas” realizadas pelos seus “filhinhos queridos”.
Os casos podem se tornar mais agressivos, dependendo do tipo de “raiva” ou “desejo de vingança” que o indivíduo possui. Já houve casos em que pessoas que não ficaram satisfeitas com o atendimento prestado por vendedores em lojas e resolveram se vingar divulgando informações falsas ou críticas sobre o vendedor ou até mesmo invadindo a loja com um carro. Em um caso grave, um vizinho invadiu a rede wi-fi de outro e acessou diversos sites de pornografia e pedofilia. Após quase causar a prisão e término do casamento da vítima, acabou sendo descoberto por uma investigação policial que foi realizada.
OK, OK, OK, precisamos ficar atentos e minimizar possíveis conflitos, mas como tentar evitar que sejamos um possível alvo?
– Evite causar a raiva ou conflitos com outras pessoas;
– Ative a segurança da sua rede wi-fi;
– Tenha softwares de segurança no seu computador (antivirus, firewall, controle de conteúdo);
– Controle o acesso a internet de crianças;
– Fique atendo a mudanças de comportamento de filhos e amigos;
– Fale com um advogado caso sofra ameaças ou ofenças constantes;
– Registre um B.O. caso sinta que corre perigo real.