TI CorporativaBIBI: Medir o que mesmo?

BI: Medir o que mesmo?

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BI: Medir o que mesmo?Sabe aquela história do sujeito que errou o prédio e ao entrar no elevador, a pessoa pergunta qual andar e ele responde: “Qualquer um, já errei o prédio mesmo.”? Muito bem, é assim que muitas empresas estão entrando no mundo do Business Intelligence – BI.

Tenho acompanhado ao longo dos anos algumas modas que surgem nos meios empresariais. Classifico como moda algo que realmente tem um propósito, que é extremamente valioso, que traz benefícios, mas que é adotado por muitas empresas apenas por embalo ou porque é o assunto do momento. E infelizmente, é assim que muitos diretores e presidentes adotaram suas soluções em BI e é assim que muitas consultorias venderam as soluções.

Como especialista na área e pela experiência adquirida, posso afirmar que uma solução de BI só atingirá o sucesso quando a estratégia da empresa estiver definida e altamente conhecida por cada um dos níveis da organização. Arrisco dizer inclusive, conhecida pela camada operacional.

Mas o que BI tem a ver com estratégia? A resposta está no próprio nome/conceito: a estratégia do negócio é a inteligência do negócio.

Dessa forma, defendo que um painel de indicadores deve consolidar a essência da estratégia, e ser um dentre os vários direcionadores às mentes brilhantes de uma organização (essas mentes podem estar presentes nas diversas camadas, inclusive tática e operacional). Sabemos que um dashboard, antes de ser bonito e colorido, precisa ser eficiente, mensurável, aplicável e de fácil compreensão.

Mas o que é preciso fazer para chegar nesse nível de maturidade estratégica? Existem muitos passos a serem seguidos, e acredito que a pedra fundamental, o alicerce, é a profunda reflexão sobre a razão da existência da organização. Quando se descobre essa razão, é possível desenhar uma estratégia e desdobrá-la por toda a empresa. Não estou falando de cartazes indicativos e frases de efeito, mas sim de transformação dessa estratégia em um pensamento que se torna uníssono em todo o quadro de colaboradores.

Enquanto existir áreas de negócio trabalhando por conta própria, sem uma visão sistêmica, enquanto existir paternalismos gerenciais nas áreas (essa área é minha e ninguém toca!), enquanto existir distância entre os objetivos individuais e corporativos, não existirá uma vivência real do cumprimento da estratégia.

Quer testar esse conceito? É muito simples. Escolha uma semana e fique após o horário comum de trabalho e visite alguns setores onde as pessoas costumam fazer horas extras com muito “empenho”. Converse com esses empreendedores do overtime e questione primeiramente o que eles estão fazendo. Receberá uma boa justificativa. Insista mais um pouco e questione qual a importância desse trabalho extra para o setor. Receberá uma justificativa questionável. Aprofunde o questionamento e pergunte qual a relação desse trabalho fora do horário com a estratégia da empresa. A resposta provavelmente será “Estratégia? Que estratégia?”.

Não estou questionando a metodologia de trabalho, nem se é válido ter um horário fixo de trabalho e nem os momentos sazonais onde um trabalho precisa ser efetuado de forma emergencial, estou questionando a falta de compreensão da estratégia de uma organização e mais ainda, a falta de sentido em tentar medir algo que, no contexto organizacional, não faz o mínimo sentido.

Voltando a falar das soluções de BI, meu conselho e incentivo é que, antes de escolher uma ferramenta e antes mesmo de colocar o assunto em discussão, busque compreender qual o momento da empresa, a razão de sua existência, a visão sobre presente e futuro e de que forma todo esse contexto pode ser transformado em uma estratégia de negócio. Feito isso, garanta que todos na organização, sem exceção, compreendam onde o trabalho individual se enquadra na estratégia corporativa. A partir desse momento, tenho certeza que a empresa desenhará e obterá os melhores benefícios de indicadores com extrema qualidade e sentido.

E claro, uma solução de BI nesse contexto vale muito, e retornará cada centavo e cada minuto gasto no desenvolvimento da solução.

Abraços,

Ricardo Antoniassi, um profissional apaixonado pelo que faz!

[Crédito da Imagem: BI – ShutterStock]

 

Ricardo Antoniassihttps://www.linkedin.com/profile/view?id=94823640&trk=nav_responsive_tab_profile
Ricardo Antoniassi, formado em Sistemas de Informação pela Universidade Paulista e MBA em Estratégia Empresarial pela Business School São Paulo – BSP, atua com gestão de projetos voltados para a execução da estratégia dos negócios e possui experiência na implantação de escritórios de gerenciamento de projetos – PMO, através do desenvolvimento e aplicação de metodologias de mercado – PMI, Scrum, ASAP, entre outras.Atuou em empresas nacionais e multinacionais de grande porte, principalmente em projetos de Business Intelligence, gerando indicadores de qualidade, Balanced Scorecard, Dashboards executivos e apoio à tomada de decisão.

1 COMMENT

  1. Fala DR Ricardo.

    Interesssante seu artigo.
    Concordo com seus pontos e vejo que realmente é um grande desafio esta conexão entre estratégia corporativa e o dia a dia dos funcionários. O que acaba ocorrendo muitas vezes é de cada departamente ter sua estratégia isolada e essa sim estar relacionada com os seus dashboards e indicadores. O desafio é realmente garantir que cada estratégia departamental esteja alinhada com a da organização….

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