Tenho acompanhado recentemente através de relatos, entrevistas, imprensa e outros meios e grupos que em algumas organizações um cenário um tanto preocupante esta sendo estabelecido nas mesmas. Lideres de equipe lendo livros como “O príncipe” de Maquiavel, e afirmando ser leitura indispensável a todo administrador de equipe, gerentes que não se entendem, repassando a culpa pelos não resultados em outras áreas, lideres exigindo dos liderados resultados de planejamentos, metas e visões que as próprias pessoas da organização não acreditam e assim por diante.
Por curiosidade comprei o livro citado acima e fui procurar os aprendizados citados pelas pessoas que efetuaram a leitura do mesmo. Ao terminar a leitura cheguei à conclusão de que essas pessoas estão utilizando aprendizagem de campos de batalha dentro das organizações.
Preocupado com este cenário e por coincidência, recebi esta semana a revista Computerworld que relatava exatamente o oposto, o segredo das 95 melhores empresas para se trabalhar em TI e Telecom.
Como descrito em artigos anteriores e publicados aqui no TI Especialistas, o segredo apresentado por estas companhias esta em como cuidar melhor das pessoas.
Os principais investimentos relatados por elas são o tempo e atenção que os gestores dedicam em dialogar com suas equipes, em vez de tentar resolver todos os problemas de ordem técnica, o que é facilmente solucionado por uma equipe bem estimulada e entrosada.
Quando o líder confia na equipe, sabe que não precisa vigiar os passos dos funcionários. Ele discute a estratégia da corporação e suas prioridades. Se a equipe confia em seu gestor, dá o melhor de si e trabalha bem em conjunto – sabem que o colega não é um competidor e que tem objetivos em comuns. Não é por acaso que as empresas que estimulam a confiança como traço característico de sua cultura, normalmente atingem seus objetivos, mesmos em situações adversas. Não raro batem recordes sobre recordes.
Hoje, o grande aprendizado que consegui após os relatos acima é que não há no mercado um apagão de talentos e sim de gestão. As empresas cujo modelo de governança considera as variáveis econômicas e dicas de consultores da moda, mas deixam o foco em pessoas para depois sofrem e sofrerão cada vez mais com o apagão não só de talentos, mas em mão de obra de qualquer nível e de pessoas motivadas. Ao contrário, nas melhores, elas são desejadas pelos profissionais mesmo quando eles estão no banco das universidades.
É triste afirmar, mas as empresas que ainda não se antenaram para o investimento em seus colaboradores, principalmente o atento em relação à geração Y que não se preocupa em constituir carreira na mesma organização por anos e anos, estarão fardadas a metas e visões fracassadas.
É um processo de inversão: Antes, o colaborador tinha que ser interessante para a empresa, hoje em dia, a empresa tem que ser interessante para o colaborador.