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Estamos vivendo a síndrome da commodity?

publicado por Marcos Liranco

Como é de conhecimento de todos no idioma inglês, commodities significa mercadoria, aonde é um termo utilizado para produtos em estado bruto (matéria-prima). Produzido em larga escala por diversos produtores essas mercadorias são susceptíveis a transformação nas fases de industrialização, apresentando com isso um nível de negociação mundial. Embora muitos especialistas acreditasse que atualmente as commodities não são mais associadas a países em desenvolvimento a historia da humanidade nos apresenta outro resultado. Portugal a partir do século XVI especializou-se na extração de matéria prima no Brasil e com o tempo constatamos que o pioneirismo inglês com a revolução industrial e o uso de maquinas o posicionou como grande potencia mundial. Aliás se quiserem encontrar as matérias primas retiradas do Brasil por Portugal é só ir à Inglaterra. Hoje a Petrobras orgulha-se de ter tecnologia na exploração em aguas profundas, mas para o refino ainda estamos nas mãos de empresas multinacionais. O silício é o segundo elemento mais abundante da terra, constituindo em 27% da crosta terrestre, mas poucos países tiveram a tecnologia para transforma-lo em chips de computadores. Para ilustrar a questão entre 2006 e 2011, puxada pelas commodities, a receita de exportação do Brasil aumentou de US$ 135,9 bilhões para US$ 256 bilhões. Este ano, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) definiu US$ 264 bilhões como a meta de exportação, valor 3,1% maior que o do ano passado. E ainda no ano passado, apenas seis grupos de produtos, minério de ferro, petróleo bruto, complexo de soja e carne, açúcar e café representaram 47,1% do valor exportado. É claro que possuir matéria prima em abundancia é muito importante, mas industrializa-lo, agregando valor é o que separa as grandes potencias do “resto”.

     Saindo da visão macro podemos dizer que assim como nosso país existem profissionais que estão se tornando commodity. Por exemplo, na década de oitenta era muito importante possuir um curso de datilografia ao passo que hoje foi substituída pela digitação e com menor grau de importância. Portanto podemos dizer sem medo de errar que um profissional que possua somente esse tipo de diploma é uma commodity. Pode parecer até engraçado esse tipo de exemplo, mas se olhar para o lado, verão pessoas que pararam de estudar a anos. Acabou a graduação e já concluiu que é o suficiente. Pare um momento e pense. O que estou fazendo para ser empregável? Estou preparado para o mercado? Qual o meu diferencial?

    Infelizmente o Brasil já esta começando a sofrer a falta de profissionais qualificados, isto se deve principalmente pela falta de qualidade no ensino aliado ao pouco interesse nas pessoas em continuar estudando. Este cenário esta forçando empresas de diferentes setores a criar seus próprios centros de treinamento. Por exemplo, o setor de petróleo e gás esta com escassez de 35.000 engenheiros por ano, de acordo com pesquisa recente realizada pelo Hay Group. Por isso, assim como nosso país, estamos nos especializando em ser commodity (produtos em estado bruto) e vivendo em um mundo aonde a tecnologia esta em constante transformação. O que se espera de pessoas que vivem na era da informação é que busquem a informação. Portugal paga ate hoje o erro de ter explorado o Brasil durantes anos enquanto os demais países da Europa se ocuparam industrializando-se.

    Nosso país já tem o exemplo de Portugal para não seguir e cabe aos profissionais de todas as áreas arregaçarem as mangas e começar a estudar. Somente com estudo podemos transformar nossas vidas e mudar o rumo do Brasil.

Autor

Sou Coordenador de Projetos e Consultor SAP MM. Formado em Logística Empresarial, com MBA em Estratégia Empresarial, pela UNIVERSIDADE PAULISTA; MBA em Sistemas de Gestão Empresarial ERP SAP, pela FIAP. Possuo experiência de mais de 15 anos na area de Logística, atuando como Gestor de Almoxarifado, Gestor Compras e Analista de Materiais. Especialização • Administração de Materiais (SENAC), • Administração e Organização de Almoxarifado e Armazem (SENAC), • Administração e Planejamento da Produçáo (SENAC), • Administração Financeira (SENAC), • Negociação em Compras (SENAC), • I Jornada de Logística e Supply Chain Management (ESCOLA POLITÉCNICA DA USP), • Indicadores da Qualidade (FUNDAÇÃO VANZOLINI), • Logística: Abastecimento, Distribuição e Terceirização (FGV Getulio Vargas). Portal: www.liranco.blogspot.com.br; Perfil: www.linkedin.com/in/marcosliranco.

Marcos Liranco

Comentários

8 Comments

  • Belo artigo, com conteúdo extremamente interessante. Parabéns Marcos, pois é disseminando o conhecimento dessa forma que despertamos a vontade de aprender no próximo.

    • Obrigado Jessé, Buscar o conhecimento é o grande diferencial. Um grande abraço

  • Parabéns Marcos, Precisamos quebrar essa corrente, pois parece que a historia de nosso país esta nos influenciando e nós influenciando nosso país.

    • A notícia boa é que ainda só depende de nós. Obrigado

  • Marcos,

    Interessante a sua comparação entre evolução pessoal e a história.

    O progresso pessoal está em sair ou ficar na zona de conforto.

    Forte abraço. E continue escrevendo.

    • Obrigado Ramon, um grande pensador disse que o ser humano é naturalmente preguiçoso. Devemos lutar contra isso.

  • muito bom seu artigo Marcos, muito bem redigido e com ótimo conteúdo! Parabéns!!!

    Infelizmente esse é o mau que assola o Brasil, a exportação de commodity. Hoje isso aconteceu com uma frequência talvez maior que nós nem tenhamos idéia do tamanho deste prejuízo, vou citar um exemplo que hoje ocorre em minha empresa, que devido aos altos custos de energia elétrica, estamos exportando o pó de alumínio (Alumina), pois não está compensando mais transformá-la em alumínio líquido, devido aos altos custo de energia elétrica, as vezes você se é obrigado a exportar commodity para poder suprir a fome arrecadativa dos nossos governantes, lamentável!

    • Obrigado Klaus, nosso país pode crescer ainda mais, só precisa mudar o foco e investir em infra. O resto só depende de cada um de nós. Um grande abraço

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