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Teoria da desmotivação – O revés das necessidades – Visão geral

publicado por Roberto Pepi

Teoria da desmotivação - O revés das necessidades - Visão geralUm dos principais pilares que sustentam as empresas, sejam elas de qualquer ramo, é formado por pessoas. É papel fundamental de qualquer empresa, fornecer o mínimo necessário para “manter e motivar” seu funcionário a executar seu trabalho, de maneira excelente, com nível de qualidade minimamente esperado ou superior. Maslow (1908 – 1970) definiu em sua Hierarquia das Necessidades que “existem quatro tipos de necessidades que devem ser satisfeitas antes que a pessoa se sinta desmotivada”. Estas necessidades estão organizadas de maneira hierárquica, conforme figura:

As necessidades da base da pirâmide devem ser satisfeitas para que a próxima camada possa ser atendida. Exemplificando, não adianta um indivíduo atender as necessidades de segurança se suas necessidades fisiológicas não são atendidas.

Hierarquia da Necessidades de Maslow

Hierarquia da Necessidades de Maslow. Créditos: O Coruja

A Hierarquia das Necessidades de Maslow apresenta de forma completa a visão das necessidades do ser humano, entretanto, partindo do principio que as diversas camadas são atendidas, em que momento a desmotivação pode fazer com que as necessidades sejam revistas ou que sua ordem mude? É possível que uma pessoa realizada em todas as camadas da pirâmide em um momento “x”, enfrente um momento “y” de desmotivação e insatisfação, que faça com que ele cogite mudar suas necessidades ou busque a mesma pirâmide em outra empresa? A representação deste cenário é feita através da Teoria da Desmotivação.

A Teoria da Desmotivação diz que “A desmotivação é uma relação do aumento da insatisfação no tempo”. Em outras palavras, à medida que uma pessoa fica insatisfeita, sua motivação vai diminuindo. O problema do aumento de insatisfação é que ele agrega outros pontos negativos, tais como stress, irritabilidade, perda de paciência, insônia, problemas pessoais resultantes dos problemas profissionais, entre outros. Em um momento desta “Curva de Desmotivação”, a insatisfação alcança um nível crítico, onde qualquer novo evento pode resultar em uma reação não prevista, variando desde uma insubordinação direta até agressões verbais ou físicas, em casos mais graves. As pessoas neste estado tendem a aumentar seu autocontrole, garantindo minimamente suas necessidades primordiais. Neste ponto é possível que pensamentos como “não posso falar isso, pois arrisco meu emprego”, “como vou pagar minhas contas se for demitido” tomem posição no raciocínio das pessoas. Este “período de estabilidade” costuma durar pouco tempo, pois este é o momento da decisão stay or go: Ou a pessoa aceita seu ambiente e se adequa à ele ou busca outro local que atenda suas necessidades.

Neste momento, pode ocorrer o pior momento da curva de desmotivação: a queda. As pessoas que começam a descer ou sair desta curva, sem tentar alterar o cenário ou ambiente em que estão, porém não querem mudar do ambiente, tendem a executar suas atividades no mais alto nível de desmotivação, onde “não importa se é certo ou se é errado, será feito, não importam as consequências”.

Curva de Desmotivação

Curva de Desmotivação. Créditos: Roberto Pepi

A descida ou saída desta curva tende a ser mais rápida do que a ascensão ao topo, uma vez que a desmotivação faz com que o indivíduo volte ao seu estado anterior, sem os problemas de insatisfação. O conformismo tende a suprimir os problemas de insatisfação.

Em uma análise mais profunda nos problemas relacionados à insatisfação, pode-se relacionar a desmotivação ao não atendimento de algum fator do topo da pirâmide mas, isto deve ser validado caso a caso.

Este cenário é amplamente visto em projetos de tecnologia, onde muitas áreas devem trabalhar juntas, com prioridades diferentes, metas diferentes, modelos de gestão e cobrança diferentes, sem um planejamento ou análise de interdependências, papéis e responsabilidades bem definidos. A insatisfação por não conseguir executar um trabalho, pode levar ao fracasso, não apenas pelo problema nas atividades, mas pelo próprio clima da equipe. Equipes desmotivadas tendem a ter um clima de trabalho insalubre, onde demais problemas tomam a posição.

Os motivos que podem elevar o nível de insatisfação de uma pessoa no seu ambiente de trabalho incluem, não limitados a:

  • Cultura organizacional;
  • Problemas de planejamento;
  • Relacionamento entre equipes;
  • Atividades ou metas cruzadas com perfis extremante diferentes;
  • Processos engessados;
  • Burocracia
  • Gestão

A desmotivação pode aparecer em qualquer pessoa, em qualquer etapa de um projeto ou na execução de qualquer atividade. Quando alguma necessidade desta pessoa não é satisfeita, fica mais fácil para o gestor trabalhar este problema. Normalmente, são elaborados planos de ação e, através de acompanhamentos e feedbacks, a necessidade é suprida. Já no cenário onde todas as necessidades são atingidas, os problemas são mais complicados de ser tratados. A própria identificação da causa-raiz pode ser um problema. Este é mais um parâmetro que comprova que a gestão de pessoas é um fator crítico para o sucesso de qualquer projeto, qualquer empresa, em qualquer ramo.

No próximo artigo serão apresentados os detalhamentos das fases da Curva de Desmotivação (ascensão, limite e queda), seus principais aspectos, motivadores e fatores de tratamento.

(créditos da imagem: O Coruja)

[Crédito da imagem – Desmotivação – ShutterStock]

Autor

Especialista em gerenciamento de projetos Linkedin: http://br.linkedin.com/pub/roberto-pepi-pmp/25/b/420

Roberto Pepi

Comentários

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  • Acredito que em primeiro lugar as pessoas devem procurar trabalhar com aquilo que realmente gostam pois dessa forma a motivação sera espontânea e as atividades do cotidiano serão atendidas de uma maneira mais branda e satisfatória, pois em toda e qualquer atividade existirão os percalços, o que levarão a insatisfação.

  • Teoria interessante, e apresenta um cenário muito comum, principalmente em grandes organizações ou órgãos públicos, onde mesmo satisfazendo parcialmente o nível de segurança (2) ao indivíduo, apresentam uma série de obstáculos o podem o impedi-lo de atingir os níveis mais elevados desta pirâmide.

    Entretanto discordo deste posicionamento:
    “ […] ou busque a mesma pirâmide em outra empresa? […]”

    Acredito em que o emprego em que o indivíduo se encontra influencia muito menos no seu nível da pirâmide de Maslow, do que apresentado no artigo.

    Além do emprego, existem muitos outros fatores que podem impactar nesta mobilidade entre os níveis. Por exemplo: Uma pessoa com casa própria (propriedade), residente em uma cidade com bom índice de qualidade de via (segurança), bom relacionamento afetivo com família, esposa, e amigos (nível 3); independente do emprego em que se encontra, atenderá aos requisitos para se posicionar entre os níveis mais elevados da pirâmide de Maslow. Isto porque, apesar das insatisfações e frustações encontradas no ambiente de trabalho, que proporciona uma fonte de renda ao indivíduo, toda sua vida externa terá uma relevância superior, que o elevará aos níveis superiores da pirâmide.

    Em outras palavras, acredito que a motivação alavancada pela satisfação na vida pessoal, pode influenciar muito mais o indivíduo a atender o nível de Realização Pessoal, do que o individuo que a motivação alavancada pela unicamente pela satisfação profissional. Embora ambos os pilares possam levar ao mesmo destino, de forma conjunta torna-se mais fácil.

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