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Pensando PACS (Picture and Archive Communication System)

publicado por Ricardo Gomes

Figura - Pensando PACS (Picture and Archive Communication System)A utilização de plataforma computacional em ambientes de radiologia, no que se refere a diagnóstico por imagens, vem sendo difundida de forma expressiva em âmbito mundial. As unidades de diagnóstico por imagens têm investido neste paradigma buscando otimizar o desempenho dos profissionais na análise de imagens como também melhorando o fluxo de trabalho.

Imagens têm a capacidade de fornecer muitas informações, documentando com precisão o que está acontecendo com o paciente. São de grande valia na medicina por reduzirem a subjetividade dos diagnósticos e darem maior precisão aos tratamentos invasivos, além de ser importante ferramenta na educação de profissionais de saúde e pacientes. Com a descoberta dos raios-X há mais de cem anos, os equipamentos geradores de imagem passaram a habitar, de forma crescente, os hospitais e unidades de radiologia. Particularmente, nas últimas décadas surgiram várias modalidades de imagens, produzidas por equipamentos diferentes, fabricados por indústrias diversas, em épocas distintas. Alguns dispositivos geram imagem em filme, outros têm saídas analógicas e os mais recentes podem criar arquivos digitais. Mesmo após o aparecimento destes últimos, não havia preocupação com a padronização no tipo de arquivo gerado. O usual era cada fabricante ter o seu padrão proprietário.

A partir da criação do padrão DICOM – Digital Imaging Communications in Medicine (ou comunicação de imagens digitais em medicina) –  foi estabelecido um conjunto de normas para tratamento, armazenamento e transmissão de informação médica (imagens médicas) num formato eletrônico. Foi criado, com a finalidade de padronizar a formatação das imagens diagnósticas como Tomografias, Ressonâncias Magnéticas, Radiografias, Ultrassonografias etc. O padrão DICOM é uma série de regras que permite que imagens médicas e informações associadas sejam trocadas entre equipamentos de diagnóstico geradores de imagens, computadores e hospitais. O padrão estabelece uma linguagem comum entre os equipamentos de marcas diferentes, que geralmente não são compatíveis, e entre equipamentos de imagem e computadores, estejam esses em hospitais, clínicas ou laboratórios. Tipicamente um documento padrão DICOM vai conter: cabeçalho onde estarão dados da imagem como tamanho etc.; identificação da resolução e do equipamento em que foi feita; se houve  compressão da imagem e qual o tipo. Os computadores pessoais foram introduzidos nas instituições hospitalares para serem usados, num momento inicial, em contabilidade e como editores de textos. O aumento da capacidade de processamento destas máquinas, melhoria na velocidade de transmissão das redes e menor custo dos processadores, juntamente com desenvolvimento de bons monitores e projetores multimídia, abriram caminhos para o uso de computadores pessoais na manipulação de imagens médicas. As vantagens de se ter imagens digitais, utilizáveis em computador pessoal, são inúmeras, destacando-se a boa resolução; a rapidez para localizá-las e disponibilizá-las instantaneamente para o clínico, permitindo assim a comparação com outras imagens do paciente e, por conseguinte melhorar o atendimento; facilidade no processo de realce de detalhes como contornos e contraste; a redução do risco de extraviar o radiograma ou deteriorar a qualidade com o tempo; a possibilidade de fazer inúmeras cópias ou leituras sem perda de qualidade, podendo ser vistas simultaneamente em diferentes lugares do mundo (facilitando a análise de casos clínicos raros por vários médicos); rapidez e baixo custo para edição e publicação, tanto impressa como digital; apresentação em congressos e aulas, com enriquecimento por meio de textos e efeitos especiais; facilidade de serem transportadas entre hospital, consultório médico e residência do paciente, dentre outras.

PACS (Picture and Archive Communication System), sistema que possibilita o armazenamento e distribuição de imagens radiológicas, na prática, é muito mais do que isso. PACS passa a ser uma filosofia, um novo paradigma, que envolve toda a instituição, em um contexto amplo. Algumas premissas devem existir para a implantação de um modelo baseado em PACS. Inicialmente, a vontade de implantar um PACS deve partir de um consenso sobre as necessidades, benefícios a serem alcançados e consequências no desempenhar de novas metodologias. Comprometimento da equipe como um todo, desde a direção da unidade médica até os profissionais envolvidos no projeto, é a força motriz para o seu sucesso. Seguindo estes princípios, alguns tópicos devem ser abordados: Metodologia; Equipe de Projeto; Definição do Escopo e Atividades do Projeto; Gerenciamento do Projeto; Treinamento Continuado. É necessária que exista transparência quanto à implantação de PACS. Cada passo precisa ser documentado, monitorado e gerenciado. O fornecedor da solução necessita conhecer com profundidade os processos internos e externos da unidade médica que possuem influência sobre o PACS. Estudos detalhados sobre o fluxo no qual as imagens médicas são regidas devem ser realizados com afinco. Agendamentos, realização de exames, laudos padrões, todos os processos envolvidos, necessitam ser relatados como são, anteriormente ao PACS, para depois sofrerem adequações necessárias. A metodologia de implantação é a ferramenta formal que garantirá todo o processo no qual o PACS será envolvido. Para que as tarefas referentes à implantação do PACS sejam um sucesso, é necessária a formação de uma equipe de projeto. Esta equipe possui gestores e profissionais da unidade médica como também gestores e consultores do próprio fornecedor da solução. Os trabalhos devem ser realizados de forma hierarquizada e as responsabilidades de cada componente devem ser bem definidas. Sinergia e bom entrosamento entre os envolvidos deve ser pré-requisito para o bom andamento do projeto.

O que o PACS fará e o que o PACS não fará precisa estar totalmente claro para toda a instituição. Para isso, deve-se saber o que realmente será implantado, quais funcionalidades serão disponibilizadas, recursos computacionais necessários, interfaces com modalidades de imagens médicas com HIS (Hospital Information System) e RIS (Radiology Information System) necessárias. Nesta fase, é muito mais proveitoso e menos oneroso se descobrir necessidades de correção quanto ao escopo. A partir daí, um cronograma detalhado do projeto é gerado. A necessidade de transferência de conhecimento é outro fator importante para o sucesso da empreitada. Médicos radiologistas, médicos de outras especialidades, tecnólogos e técnicos de radiologia e outros envolvidos devem familiarizar-se com as ferramentas disponibilizadas pelos processos. A equipe de TI (Tecnologia da Informação) possui a responsabilidade de manter o bom funcionamento do PACS. A figura de um administrador de PACS passa a ser imprescindível para o acompanhamento diário do ambiente, em se tratando do aspecto tecnológico. A manualização das tarefas também é algo recomendável como também multiplicadores de conhecimento. Vale ressaltar que PACS é algo que possui retorno em longo prazo. Neste contexto, novos paradigmas são inseridos e muitas vezes vão de encontro a culturas mercadológicas existentes há muito tempo. O fornecedor de tal solução passa a ter a responsabilidade quanto sobre o funcionamento da infraestrutura, propondo atualizações necessárias, suporte local e remoto e monitoramento constante. Dentre os objetivos e seus benefícios, os que podem classificar-se como mais importantes são: diminuição na utilização de películas o quanto for permitido, obtendo assim diminuição de custos; médico radiologista passa a laudar antes da impressão das películas, melhorando o fluxo de trabalho e economizando impressões desnecessárias; estruturas de armazenamento confiáveis e consistentes salvaguardam as imagens; eliminação de fronteiras é alcançada, pois, as imagens passam a ser disponibilizadas por diversos meios, Intranet, Internet, CD/ DVD; pesquisas científicas são realizadas com efeito comparativo entre situações, dentre outros objetivos; custos; produtividade e agilidade no desempenho das tarefas; trabalho otimizado; qualidade de diagnóstico; modernização do ambiente, visando impacto positivo frente aos seus  clientes e o mercado; maior segurança na integração dos dados; integração do PACS com a assistência a partir do PEP (Prontuário Eletrônico do Paciente).

[Crédito da Imagem: PACS – ShutterStock]

Autor

Ricardo Gomes - Graduado em Sistemas de Informações, Pós Graduado em Banco de Dados com ênfase em Informações Estratégicas. Atualmente Gerente de TI do Grupo CAM. Certificado em ITIL Foundations, COBIT IT Governance Framework como também na etapa IT for the Non-IT Executive ministrado pelo MIT Sloan School of Management. Especialista em sistemas RIS/PACS, BPM e processos para Acreditação Hospitalar.

Ricardo Gomes

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