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Os 3 pilares da Internet

publicado por Carlos Roberto Miranda

os 3 pilaresEm 24 de outubro de 1995, em resolução aprovada por unanimidade o FNC (Federal Networking Council ou Conselho Federal de Redes) norte americano concordou com a seguinte linguagem termo para definir a Internet:
“…é um sistema de informação global que –

(i) é logicamente interligada por endereçamento único global com base no Protocolo Internet (IP) ou subsequentes extensões;

(ii) é capaz de suportar comunicações usando o conjunto Protocolo de Controle de Transmissão /Protocolo Internet (TCP / IP) ou suas subsequentes extensões e / ou outros protocolos IP compatíveis; e

(iii) fornece, utiliza ou torna acessível, seja pública ou privada, serviços do mais alto nível em camadas sobre as comunicações e infra-estruturas conexas aqui descritas “.

A página do programa NITRD (Rede e Tecnologia da Informação, Pesquisa e Desenvolvimento), faz ainda a observação de que a definição acima foi desenvolvida em consulta com as lideranças da Internet e com as Comunidades de Direitos de Propriedade Intelectual (DPI).

Definir a Internet apenas apontando para seu algoritmo de transferência por pacotes de dados e endereçamento, bem como por suas capacidades de armazenamento de informações e /ou processos de obtenção e acessibilidades às capacidades que comporta, é definir uma Internet exclusivamente técnica e tecnológica. Justifica-se porém, tal definição, obviamente por se tratar de uma comissão financiada pelo governo federal norte americano, voltada aos interesses que se faz na área das tecnologias avançadas da informação e dados, como computação, rede e software.

Assim, chamaremos estes assuntos exclusivamente técnicos de o primeiro pilar da Internet por ser o fator fonte dos interesses tecnológicos necessários à Internet, principalmente nos dias atuais em que as aparências evidenciam as dependências à esses dispositivos, mas contudo, conscientes de que as tecnologias pelas tecnologias não se fazem e não podem, em hipótese alguma, se fazerem por si, por mais “inteligentes” que se definam, pois são processos automatizados nos seus algoritmos, portando, são dependentes de da introdução de códigos por simbologias de linguagens específicas (algoritmos) e não um ser ou uma pessoa autônoma como na definição de Marilena Chauí.

“…é ativo ou virtuoso aquele que controla interiormente seus impulsos, suas inclinações e suas paixões, discute consigo mesmo e com os outros o sentido dos valores e dos fins estabelecidos, indaga se devem e como devem ser respeitados ou transgredidos por outros valores e fins superiores aos existentes, avalia sua capacidade para dar a si mesmo as regras de conduta, consulta sua razão e sua vontade antes de agir, tem consideração pelos outros sem subordinar-se nem submeter-se cegamente a eles, responde pelo que faz, julga suas próprias intenções e recusa a violência contra si e contra os outros. Numa palavra, é autônomo .” (CHAUÍ, MARILENA – Convite à Filosofia – pg. 434 – Ed. Ática – São Paulo – 2000)

Por este motivo há necessidade imperiosa de se introduzir a presença humana em autonomia, na intensão de formar o elo relacional de comunicação / informação ágeis, avolumadas e com variadas estruturas que se queiram, seguramente acreditadas para se fazer valorizadas no tempo e no espaço pelo investimento que se pagar pela tecnologia requerida e melhoradas cada vez mais, pelas qualidades de se prover realidades além de meras virtualidades, entre os profissionais e os usuários, entre os experientes e os iniciantes, sendo este fator o segundo pilar da Internet definindo e marcando assim sua forma de vida tecnológica: a humanidade.

Quando o elemento humano é introduzido na definição da Internet as tecnologias ganham automaticamente a posição de pontes digitais, sem no entanto deixar de ser o foco nestes relacionamentos (pessoa X tecnologia X pessoa), porquanto que as pessoas e seus grupos passam a servir as tecnologias e serem servidas por elas, desde as origens até seus destinos de produção e de consumo dos dados que estas pontes digitais, como indústria de transformação de matérias intangíveis passam a receber, armazenar, processar, transmitir e retransmitir por todos os espaços e em qualquer tempo. Onde as tecnologias assim, ganham status de meios dinâmicos insubstituíveis nestes relacionamentos. São os interesses de acesso e usabilidade.

Neste sentido Everton Lucero (Governança da Internet – Fundação Alexandre de Gusmão, 2011 – pg. 35) cita uma definição bem mais ampla da Internet:

“Uma definição que parece atender a esses requisitos é proposta por Andrew Chadwick, p.7: ‘A Internet é uma rede de redes de tecnologias de informação e comunicação nos níveis global, nacional, local, um-a-um, um-a-muitos, muitos-a-muitos, com padrões e protocolos relativamente abertos e barreiras de entrada comparativamente baixas.”

Note que na definição de Chadwick, além de identificar o conjunto das tecnologias ele destaca também os níveis existentes e os relacionamentos associados a estas tecnologias. Chadwick amplia a definição de Internet para uma situação de contexto técnico em função humana e esta definição parece mais apropriada quando falamos de uma Internet social com interesses de negócios.

Entretanto um terceiro pilar ainda é solicitado para que a Internet possa se sustentar nestes relacionamentos sistêmicos e manter a garantia de que outros sistemas se mantenham intactos ou que, pelo menos, sejam menos impactados no futuro em função do dinamismo que estas atividades internéticas exigem.

Assim enquanto a produção tecnológica garante processos de automação às bases sustentadas por este pilar, enquanto o pilar humanístico garante autonomia às suas bases relacionais, a sustentabilidade precisa garantir as continuidades dos interesses dos processos e dos relacionamentos sem o que estes dois pilares iniciais, em um dado momento, sejam prejudicados por incosequências sustentáveis, prevenir e providenciar medidas concretas e corretas para que não provoquem medidas prejudiciais ou perniciosas, que ponha em risco ou que leve a findar outros sistemas relacionados ou a estes pilares envolvidos.

Segundo o relatório Brundtland, conhecido como “Nosso Futuro Comum” emitido pela ONU, o “desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades” (WCED, 1987).

Aqui tem espaço garantido ao processos e os procedimentos à TI Verde a que a Internet está diretamente ligada.

Os responsáveis pelas tecnologias, como um todo, tem que ver que todo sistema cíclico ou seja, que tem um início meio e fim, volta novamente para o início em processo de continuidade. E isso é lógico como lógica são os processos de TI. Toda causa produz uma consequência.

Assim, é preciso observar os processos e os procedimentos de retiradas da natureza das matérias primas que são utilizadas nos componentes eletrônicos e, também estes, depois, serem desenvolvidos visando um consumo cada vez menor de energia porquê, o aquecimento de ambientes também é um fator de risco ao ciclo sustentável que se pretende.

“Um dos fatores mais vistos pelas empresas e sociedade é o aumento no consumo de energia elétrica; quanto mais recursos de computação são utilizados mais energia é gasta, e logo, mais produção de energia é necessária e os meios de produção de energia elétrica mais utilizados agridem muito o meio ambiente. Outro fator importante é que não basta somente usar recursos de TI é necessários fazer um gerenciamento do uso desses recursos. Além disso, acima do gerenciamento dos recursos está a produção destes recursos. Em sua maioria, a produção de recursos de TI não é nada saudável para o ser humano e o meio ambiente, pois os recursos (insumos) para fabricação causam muito agressão ao meio assim como os componentes dos produtos em si. Logo os recursos de TI além de trazerem benefícios acarretam algumas desvantagens.” .

Esta é a Internet total e completa que atualmente está sendo gerida e temos a necessidade que seja mantida por uma governança de participação igualitária e multissetorial, para que assim possamos prosseguir continuamente e indefinidamente.

São por entre estes três pilares que se deve caminhar, toda pessoa ou grupo de pessoas, quando explorar a Internet de forma total e completa.

Autor

Consultor de TI e atualmente divulgando as lógicas de estrutura e dinâmicas da EH (Essência Humana), de autoria própria. http://www.crmtreinamento.blogspot.com.br crm@crmtreinamento@yahoo.com.br

Carlos Roberto Miranda

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