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O que nossos projetos devem aprender com SitComs

publicado por Denis Ferrari

Séries como Friends, Two And A Half Men e The Big Bang Theory são alguns Sitcoms de sucesso que, ao analisarmos seus processos de produção, percebemos que vários aspectos desse tipo de projeto são comuns à projetos de software. Essa comparação pode parecer estranha de início, mas além das semelhanças, devemos avaliar também quais práticas do Show Business deveriam ser aplicadas na nossa área a fim de melhorá-la.

Vamos analisar algumas semelhanças:

Um bom time traz bons resultados: Não importa se existem ganhadores do Oscar no elenco. Se o time não estiver entrosado, o resultado não será bom. O resultado de qualquer SitCom nunca é um mérito individual (ao contrário do que pensa Charlie Sheen), mas sim de um esforço coletivo, capaz de gerar obras surpreendentes. Projetos de software também são dependentes das pessoas. Pensar que um processo ou um profissional certificado irá garantir o resultado é, em minha opinião, insistir em um erro. Um bom time é o que constrói um bom projeto.

Incertezas iniciais: A produção de um episódio piloto é cheia de incertezas, assim como a primeira Sprint de um projeto. O time não está entrosado, a “receita” não está definida e a relação com o cliente (para os Sitcoms, o público) ainda não está estabelecida. No início, só existem altas expectativas e uma dificuldade imensa para se gerar resultado, pois nada está definido.

Feedback constante: A cada episódio, o time de produção avalia o feedback do público para saber o que deu certo e o que precisa mudar. Esses feedbacks definem o que irá se tornar recorrente na série (como as batidinhas do Sheldon) ou o que será removido. Essa prática é basicamente o que fazemos com entregas constantes de software. Se o produto não se adaptar aos feedbacks, a chance de cancelamento é alta.

Fazer apenas o essencial: A duração dos episódios de um SitCom é menor do que a de uma serie convencional, por isso, os episódios se tornam mais relevantes, pois todas as cenas agregam valor à história. Esse efeito é semelhante ao que acontece com as Sprints curtas do Scrum, onde fazemos apenas o essencial, pois não temos muito tempo a perder.

Sem resultados vem o cancelamento: Arrastar uma série que não tem audiência é inaceitável para qualquer emissora. O cancelamento de um contrato é encarado como algo “normal” no ramo de entretenimento, o que acredito que também deveria ser no ramo de desenvolvimento de sistemas, prática essa que a agilidade busca introduzir na nossa área.

Não há garantias: Por mais que um Sitcom tenha um processo de produção, uma boa equipe de roteiristas e excelentes atores, nenhum desses fatores garantem o seu sucesso. Projetos de software também sofrem dessa incerteza, onde mesmo aplicando um método qualquer e tendo bons profissionais, o projeto tem grandes chances de fracassar.

Característica essencial que poderíamos copiar

Produzir um SitCom não é prestar um serviço, mas sim lançar um produto no mercado. Produto esse que, ao gerar resultados, conquista seu espaço definitivamente como opção de entretenimento para os clientes e como fonte de renda para seus produtores.

Grande parte das empresas que produzem software tem a prestação de serviços como meio de negócio. Em minha visita à Endeavor, percebi a importância de conseguir “escalar” seus produtos ou serviços, coisa que não vejo aplicada nas empresas do nosso ramo. Com todas as variáveis que determinam o sucesso, qualquer projeto que consiga resultados em uma área específica deveria se tornar um produto. Isso não só iria gerar uma “renda fixa” para a empresa e definir sua especialização, como também facilitar o processo de compra para os clientes.

Em resumo, muitas práticas do ramo de entretenimento se mostraram eficientes no ramo de desenvolvimento. Em minha opinião, a percepção que falta para as empresas do nosso ramo é que prestar serviços deveria ser uma atividade temporária, até que algum produto emergisse das experiências dessa etapa da empresa. Um mercado baseado em produtos ajudaria os nossos clientes no processo de aquisição de software, já que assim como os Sitcoms, projetos de software também não são garantia de sucesso.

É claro, isso é só minha opinião. 🙂

Abraços!

Autor

Denis Ferrari é um profissional com foco em qualidade e melhoria das técnicas e metodologias de desenvolvimento de software. Especialista na plataforma .NET, atua como Arquiteto de Software na Mindworks. Escreve artigos para os principais portais de desenvolvimento e também para o blog Heróis da TI. Capixaba, atua na comunidade local através de palestras gratuitas e participação ativa nos principais grupos sobre .net e metodologias ágeis.

Denis Ferrari

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