Carreira

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O líder transparente

publicado por Paulo Bandouk

Frequentemente nos deparamos com teorias administrativas e modelos de gestão baseados em pressupostos talvez um pouco ultrapassados a saber:
lucratividade máxima, redução de custos, divisão do trabalho, especialização das tarefas, poder centralizador e hierárquico,disciplina, obediência, etc. Todos esses conceitos ou pressupostos foram herdados basicamente de duas grandes teorias em meados de 1930 que embasaram o pensamento administrativo até hoje: Taylorismo (e Fayol) e Teoria das relações Humanas.

Ainda hoje estes modelos estão presentes em muitas organizações tipicamente conservadoras: são modelos completamente descolados da realidade, tanto interna quanto externa das organizações ( mudança na economia do país, estado, interferência do sistema financeiro,monopólios, cultura regional, etc) sem falar que estes modelos muitas vezes ignoram a conjuntura econômica e política entre outros fatores estruturais.
Diante desse cenário onde impera o modelo conservador qual o papel do líder e do gestor nas organizações?

Frequentemente o líder tradicional atual se utiliza desses pressupostos totalmente ultrapassados aplicando-os e ignorando questões primordiais da gestão administrativa como: transparência , disponibilidade e acesso às informações internas da empresa, decisões descentralizadas, respeito à opinião dos subordinados, participação efetiva dos funcionários nas decisões da companhia, etc. Outras vezes o líder tradicional aproveita da sua situação de poder usufruindo do que a “tradição” sempre lhe conferiu: prestígio, privilégios e poder absoluto. Normalmente há uma recusa desse líder em ceder seu poder ancestral sobre a organização através de uma forma ou outra de divisão: lucro, decisões, idéias, etc.

Um exemplo típico que ocorre nas administrações são as teorias motivacionais que utilizam a expressão ou que obrigam o funcionário a “vestir a camisa” da companhia. Para vestir a camisa da companhia não basta que tenhamos “vontade”, garra e proatividade dos funcionários. Todos esses atributos não são obtidos por imposição, convencimento ou por um amor gratuito do funcionário à empresa. Para que o funcionário vista a camisa da empresa , ele terá de reconhecer a empresa como parte do seu contexto e isso só ocorrerá quando ele participar das decisões, opinar, ser ouvido e respeitado: aí sim ele vestirá a camisa da empresa. Na maioria das organizações tradicionais ocorre o inverso: o funcionário é forçado a vestir a camisa da empresa , por meio de programas motivacionais, metas, incentivo, jogos e competições, etc, que não dizem nada a seu respeito muito menos à realidade da empresa. Esses tipos de programas acabam tornado o ambiente corporativo competitivo ao invés de colaborativo, o que é muito ruim.

E nesse sentido é que o líder deve assumir o papel nas organizações: dentre outras atribuições o líder tem de inserir os subordinados na realidade e no contexto da empresa: ouvindo suas opiniões , fazendo-o participar das decisões , promovendo o diálogo e até expondo os problemas da organização. Essa prática tem de estar acompanhada de ferramentas e aplicativos que possibilitem o acesso às informações da organização. Porém o líder deverá fazer dessa prática um exercício constante : monitorando seus subordinados e se auto-monitorando a fim de não deixar dúvidas sobre quaisquer assuntos ou informações apresentadas , minimizando intrigas e dúvidas.

Essa prática proporcionará naturalmente para organização uma gestão democrática, participativa , saudável , permitindo atingir seus objetivos financeiros de bem-estar e harmonia, hoje cada vez mais raros nas organizações. Mais do que isso teremos um funcionário que realmente vestirá a camisa da empresa, pois agora ele reconhece e se orgulha do time que carrega no peito!

Autor

PAULO SERGIO BANDOUK é consultor em vendas empresariais. Professor de Técnicas de Vendas Empresariais e Gerenciamento e Supervisão de Vendas pelo SENAC-SP. Economista formado pela PUC-SP com especialização em Administração e ERP. Atua há mais de 14 anos gerenciando equipes e processo de vendas técnicas (TI e serviços) com passagens pelas principais empresas de TI: DATASUL, TOTVS, ORACLE e SAP. Atualmente trabalha com aplicações de gestão de documentos, BPM, Workflow,ECM , vendendo soluções SAP.

Paulo Bandouk

Comentários

3 Comments

  • Com certeza Willian! Tem de haver uma satisfação para ambos os lados! O que eu quis dizer é o papel do líder é de ouvir, contribuir, esclarecerer (efetivamente!) e conduzir seus subordinados de maneira clara, objetiva e transparente nas decisões da empresa. Só assim o funcionário poderá vestir a camisa!

  • Isso mesmo Esrom! A TI está impregnada de modelos de gestão e lideres administrativos tradicionais que pouco se renovaram desde a década de 30 até os dias de hoje. Muitas pessoas ainda defendem essa gestão , pois creditam os resultados à esse modelo (custos, prazo e tempo).
    Porem já há muitas organizações com uma cultura mais avançada, moderna e que acabam sendo organizações rentáveis, saudáveis e onde o colaborador efetivamente se sente parte da organização. Depois se você quiser te envio vários estudos de caso de organizações de vários países com liderança e gestão participativa, democrática, descentralizada.
    Abraços!

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