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O futuro da Apple – Parte II

publicado por Adriano Melo

Já escrevi nesta coluna, em ocasião anterior, sobre o futuro da gigante de Cupertino, por ocasião do possível afastamento de seu fundador e principal homem de criação.

Pois bem, infelizmente (e digo isso como profundo admirador das conquistas do líder da Apple) este dia chegou.

Ontem, 24/08/2011, em carta aberta ao conselho de administração da Cia., Steve Jobs pediu demissão da empresa que ajudou a criar, junto com Steve Wosniak, no final da década de 1970. Em respeito ao próprio Steve Jobs, não entrarei aqui nos motivos do afastamento, que já este assunto é público e notório, mas sim em qual o impacto que este afastamento causará no mercado financeiro, de forma particular, e no mundo da tecnologia como um todo?

Se analisarmos os fatos ocorridos imediatamente após este anúncio de afastamento, poderemos vislumbrar o receio e a desconfiança do mercado em relação ao futuro de uma das companhias mais valiosas do mundo.

As ações da Apple recuaram mais de 5% logo após o pronunciamento da empresa. Ou seja, o mercado, embora já previsse a saída do principal executivo da Apple, reagiu de forma negativa com a notícia de seu afastamento.

Isso se traduz, de forma imediata, em um pessimismo que, no fundo, a meu ver tem fundamento, pois o carro chefe da Apple sempre foi guiado pela extraordinária visão de futuro de seu CEO, onde sua capacidade de antecipar e, não raro, criar tendências, se mostrou extremamente eficaz. Basta ver os números de vendas de produtos como iPads, iPhones e iPods.

Em relação ao mercado de tecnologia, eu acredito que o afastamento de Steve Jobs criará uma lacuna neste ramo, uma vez que, querendo ou não, as criações de Jobs ditaram o rumo da indústria nos últimos anos.

A prática de Benchmarking dos produtos da Apple sempre foi uma constante e, com a saída de Jobs do comando da empresa, muitos departamentos de engenharia ficarão, assim como a própria Apple, “órfãos” de sua fonte de inspiração.

Por outro lado, tal afastamento será um divisor de águas para o mercado de TI, pois agora é que veremos quem tem, realmente, enraizados os conceitos de inovação e vanguarda que tanto caracterizaram os produtos da Apple.

A pergunta que paira sobre a empresa, neste momento, é “O que será da Cia. daqui pra frente?”.

Esta é uma pergunta que, com certeza, está ecoando nos ouvidos de Tim Cook, o homem que recebeu a enorme responsabilidade de substituir Steve Jobs.

O agora principal executivo da Cia. tem em mãos a missão de conduzir a Apple, senão da mesma forma que seu antecessor, ao menos com os mesmos objetivos traçados, que é a de se manter na liderança quando falamos em inovação, em design e em valor agregado nos produtos fabricados.

Tim Cook teve a oportunidade de conviver muito tempo com Jobs, mas será que as características deste último podem, simplesmente, ser absorvidas por outro?

Jobs, ao longo de sua jornada profissional, sempre foi conhecido como uma pessoa de extraordinária visão de negócios, mas extremamente difícil no trato do dia a dia.

O que levou Jobs ao sucesso (sua visão extraordinária de futuro e sua forma única de trabalho) pode ser a causa da ruína da empresa que criou, ou seja, agindo e pensando de forma tão peculiar, Jobs não preparou um sucessor.

Novamente, o conceito de independência e vida própria que deve nortear uma empresa ficou relegado a segundo plano, quando falamos em Apple.

Se a Cia. fosse idealizada para ter vida própria, embora sem romper os laços com seus idealizadores, o momento atual não seria traumático e decisivo, pois a empresa não perderia os rumos traçados em sua Missão, sua Visão e em seus Valores organizacionais.

Steve Jobs é único, isso é indiscutível, e justamente por este motivo a Apple precisará aprender muito rapidamente, a viver sem ele, sob o risco de se perder, em um mercado extremamente dinâmico e canibalizador, enebriada que está pelo próprio sucesso que alcançado.

Autor

Formado em Análise de Sistemas, Direito, MBA em Gestão de Projetos, cursos de formação em PMP, ITIL e COBIT e com passagem por grandes empresas Multinacionais dos mais variados ramos e com especialização (Mestrado - cursando) em Tecnologia, atualmente atuo como Gerente de Projetosde TI, com ênfase em Infra Estrutura e Sistemas. Também exerço a função de professor universitário, onde ministro aulas para a graduação e pós graduação na Anhanguera Educacional para as áreas de Gestão de Projetos, Gestão de Pessoas e Gestão da Qualidade Total.

Adriano Melo

Comentários

1 Comment

  • A marca “Apple” possui a personalidade de “Steve Jobs” e toda a história da companhia se tornou notória devido ao declinio com a saida do mesmo e a gigante que se tornou após seu retorno, não podemos tirar os méritos de todos os colaboradores mas Steve Jobs era sempre o foco quando surgia algo relacionado a empresa.

    Acredito que Tim Cook vai conduzir as coisas bem, principalmente se tiver aprendido a ser detalhista e visionário como seu antecessor.

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