Pouco se fala sobre Gestão do Conhecimento e o quanto se tornou determinante para gerar vantagem competitiva dentro das organizações. Hoje, termos como conhecimento, capital intelectual, capital humano, juntamente com tecnologia, capacidade inovadora e inteligência empresarial são temas que não podem ser ignorados por empresas que pretendem se manter ativas e em evidencia no mundo atual.
Quando falamos de Gestão do Conhecimento não devemos lembrar somente de cadastro de documentos, repositórios de informações ou uma forma de documentar normas organizacionais, mas na capacidade de uma empresa de criar novo conhecimento, difundi-lo na organização como um todo e incorporá-lo a produtos, serviços e sistemas (Nonaka e Takeuchi).
É comum encontrarmos resistência dentro das empresas, rejeição de colaboradores na transferência de experiências e dificuldade de entender que a Gestão do Conhecimento não é somente algo limitado a alguns departamentos, mas que envolve a organização como um todo, segundo a Sociedade Brasileira de Gestão do conhecimento, trata-se de um assunto multidisciplinar.
Precisamos encarar que a Gestão do Conhecimento se tornou determinante para a criação de valor dentro da empresa. Estudos mostram uma relação positiva entre aplicação da GC nas organizações e os resultados satisfatórios no desempenho organizacional. Mas para chegar neste ponto é preciso investir em procedimentos e metodologias que tornem a GC proativa. As organizações precisam estimular atividades criadoras de conhecimento, conforme citado por Nonaka e Takeuchi no livro Gestão do Conhecimento, e isto não envolve somente tecnologia, que apesar de importante é somente uma ferramenta.
Não há como introduzir Gestão do Conhecimento sem que haja consciência de toda a organização e apoio da alta direção. A Gestão do Conhecimento deve ser implementada pelas lideranças corporativas, gestores e alta direção, que além de acreditar precisam acompanhar e participar, pois caso contrário inviabilizaria qualquer forma de implementação.
Existem muitas formas de se introduzir a GC como a criação de espaços colaborativos, canais eletrônicos, páginas web, portais, onde todos saibam como se atualizar, onde estão as novidades. Criar fóruns digitais e comunidades de práticas, citando novamente Nonaka e Takeuchi, “toda informação da empresa deve estar aberta a qualquer colaborador, independentemente da sua posição”, mas para tudo deve haver bom senso, informações estratégicas necessitam de uma análise criteriosa.
É preciso estimular a colaboração em coisas simples e promover um compartilhamento de forma espontânea, dar dicas que possam ajudar sua atividade ser mais eficaz. Ninguém conhece melhor a sua rotina como o próprio funcionário, e como ela pode ser melhorada. Destacar a importância de colaborar, comentar, dar sugestões de aplicações e melhorias, promover o reconhecimento e patrocínio de boas ideias. Identificar colaboradores dispostos a compartilhar conhecimento, disponibilizar “procedimentos de gaveta”, conforme citado pelo filósofo Michael Polanyi, “Sabemos mais do que podemos dizer”.
Mostrar que a organização ganha muito, mas não somente ela, todos ganham. Para um treinamento preparado por um colaborador, existe um custo para empresa, mas ocorre também o reconhecimento profissional de quem ministra o curso, além do fato de que se aprende muito ao transferir conhecimento.
Outro ponto que deve ser estudado é a utilização de inovação e uma política de incentivos, que torne a Gestão do Conhecimento algo interessante e de muita ajuda para uma gestão eficiente. É importante ter sempre em mente que a Gestão do Conhecimento precisa ser compartilhada. Se for só armazenada não é Gestão do Conhecimento!
Algumas empresas não estão preparadas para implementar uma Gestão do Conhecimento, ou em alguns casos funcionários e colaboradores não aceitam bem a ideia e acreditam que experiências não precisam ser compartilhadas. Até startups necessitam de Gestão do Conhecimento para uma Gestão Eficiente, para identificar mais facilmente o momento correto de PIVOTAR, que significa mudar de direção, saber escolher um novo caminho.
Existe ainda muita coisa que pode ser feito para GC, aumentar a oferta de disciplinas nas Universidades e a realização de pesquisas (Dissertação e Teses), estudos aplicados nos cursos de Administração e Engenharia de Produção, e também em cursos relacionados a informação como Ciência da Informação e Sistemas de Informação. Uma pesquisa recente relata o fato de existirem poucas disciplinas nas universidades que falam sobre este tema.
Para você que se depara frequentemente com esta situação, gostaria de encontrar profissionais que tem interesse em trocar informações e são apaixonados por este tema, uma boa dica é frequentar eventos e comunidades de Gestão do Conhecimento para trocar ideias e experiências com profissionais que seguem a mesma linha. Eventos como o Congresso sobre Gestão do Conhecimento 13º KM Brasil que acontece anualmente ou até se associar a entidade SBGC – Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento e participar de encontros mensais e dinâmicas de ótimo nível.
“O conhecimento era um bem privado, associado ao verbo SABER. Agora, é um bem público ligado ao verbo FAZER.” Peter Drucker
Fontes:
SBGC – Sociedade Brasileira de Gestão do conhecimento
Pesquisa sobre GC, Ipea, Fabio Batista
Panorama sobre ensino e pesquisa, Metodista, Wilian Gatti Junior
Livro: Gestão do Conhecimento, Ikujiro Nonaka e Hirotaka Tacheuchi