A fibra óptica é um filete de vidro ou plástico que guia a luz, mesmo quando curvado (há um limite para essa curvatura). Esse filete é chamado de núcleo da fibra e possui um diâmetro de 9 µm (nove milionésimos de metro) para a fibra do tipo monomodo e 62,5 µm ou 50 µm para as fibras do tipo multimodo.
Uma casca (cladding) em torno do núcleo ajuda a manter a luz confinada no núcleo, mesmo nas curvas. Uma proteção, um elemento estrutural e a capa, normalmente de PVC, completam a estrutura do cabo.
A pergunta sobre o que é melhor usar, fibra óptica ou cobre, sempre surge ao se discutir com o cliente um projeto de rede interna, principalmente quando o porte, ultrapassa, digamos, dois mil pontos de rede.
Normalmente, por traz da pergunta está a questão do custo.
Há uma tendência em se comparar apenas os preços dos cabos de fibra óptica e cobre, o que pode levar a uma avaliação equivocada da melhor solução, já que a diferença do preço por metro das duas alternativas não é muito grande.
De fato há vantagens para a transmissão em fibra óptica em relação ao cabo de cobre, que são:
- Maior velocidade de transmissão de dados;
- Permite enlace com maior distância;
- É imune a interferências eletromagnéticas externas;
- Não gera ruído eletromagnético para o ambiente;
- Isola eletricamente os dois equipamentos interligados;
- Menor consumo de energia nos equipamentos ativos.
A visão da melhor solução somente fica clara com uma análise global, que considere o cabeamento, a topologia, os equipamentos ativos e as particularidades da edificação, como sua finalidade, arquitetura, ocupação, etc.
É preciso avaliar a relação benefício/custo sempre com foco no negócio do proprietário. As vantagens de cada tipo de cabo (benefício), os respectivos custos e os requisitos do proprietário, estabelecem os cenários a serem considerados.
Um enlace de fibra óptica pode custar R$ 1.000,00 a mais que um enlace de cobre, quando se considera também o custo dos equipamentos ativos, interfaces, conectores e serviços.
Além dos aspectos citados, as várias classificações tanto do cabo óptico (OM1, OM2, OM3 e OM4) quanto do cabo em par trançado de cobre (categoria 5e, categoria 6, categoria 6A) devem ser adequadamente consideradas no projeto a fim de realmente chegar perto da solução de melhor relação benefício/custo.
Quando se considera o uso de fibra óptica, sob a ótica do cabeamento estruturado, o profissional está focado na parte de transmissão de dados e voz, normalmente sob a forma digital. Entretanto outros subsistemas, como CFTV, CATV e áudio adicionam variáveis que não contempladas.
A metodologia OSD, “One Shot Design”, por buscar a solução integrada contemplando todos os subsistemas, invariavelmente leva a uma solução melhor.
Artigo postado originalmente em fabiomontoro.blogspot.com.br
[Crédito da Imagem: Fibra Óptica – ShutterStock]