De forma muito objetiva, a resposta é não. Mas dependendo do local em que eu esteja, talvez fosse sim. Ficou confuso? É que a distinção entre vida online e vida offline na realidade é apenas sobre a identidade que você constroi para cada ambiente. Dependendo do espaço e do tempo, uma identidade nova pode ser construída e reforçada, seja ela online, offline ou misturada. Vamos refletir um pouco sobre isso.
A vida conectada já é uma realidade de muitas populações em volta do mundo. Quando acibercultura realmente penetrou nas esferas de trabalho, lazer, família e até ambiente íntimo, a presença da tecnologia se tornou uma necessidade, não mais uma opção. Em torno dela, o próprio comportamento social de muitas populações foi modificado. Diante disso, é possível afirmar que vida online e vida offline não mais existem, visto que uma se apoia na outra para sua própria existência. Assim, ambas se entrelaçam e formam simplesmente a vida, com as múltiplas identidades que ela possui, claro.
Pensar que a vida offline pode ser separada radicalmente da vida online é uma utopia. Isso porque todos estamos conectados 24h, seja por bancos, pela receita federal, pela nossa faculdade e até pelos sites de redes sociais dentro do qual interagimos. Todos podem nos beepar a qualquer momento e nos trazer para o mundo virtual sem que sequer queiramos.
Apesar desse entrelaçamento entre online e offline, ainda há a dúvida se “somos a mesma pessoa” em ambas as condições. Sim, “somos a mesma pessoa” seja na condição de online ou de offline. Porém, raramente assumimos a mesma identidade em ambas as condições. É possível inclusive afirmar que temos diversas identidades dentro do mundo online e outras inúmeras dentro do mundo offline. Ou seja, as múltiplas identidades – que inclusive já foi tema aqui no blog quando falei sobre “A Representação do Eu dentro do Facebook” – estão presentes em cada cenário de vida. Portanto, podemos concluir que a vida é apenas uma, porém revestida de múltiplos adereços e comportamentos, dependendo do que queremos passar em determinado espaço e tempo que vivemos.