Conforme discutido no recente post “Cloud Computing: Velhos Riscos Desaparecem, Novos Surgem”, cuja leitura prévia recomendamos, a gestão de riscos na nuvem guarda semelhanças e dessemelhanças com a gestão de riscos em serviços “tradicionais” de Outsourcing.
Como proposto naquele post, os riscos a serem geridos podem ser classificados em 3 grupos:
- Riscos já existentes no cenário Outsourcing tradicional e mantidos no cenário Cloud, embora com diferentes características
- Riscos existentes no cenário Outsourcing tradicional e inexistentes no cenário Cloud
- Riscos inexistentes no cenário Outsourcing tradicional e que passam a existir no cenário Cloud
Vamos detalhar, para cada um dos grupos e cenários, os principais riscos a serem geridos.
Riscos já existentes no cenário outsourcing tradicional e mantidos no cenário cloud embora com diferentes características
Riscos associados à:
- Identificação e priorização dos business drivers motivadores da decisão
- Definição da estratégia de sourcing da organização
- Seleção do(s) provedor(es) – algumas áreas críticas a considerar:
- Due Diligence
- Flexibilidade, agilidade e escalabilidade para flutuações de demanda
- Business case
- Mecanismos de precificação e informações para chargeback interno
- Controle de acesso a novas solicitações de serviços
- Prova de conceito e testes-piloto
- Robustez da solução
- Disponibilização de skills adequados
- Negociação dos termos e condições contratuais – algumas áreas críticas a considerar:
- Segurança, privacidade, confidencialidade e integridade de dados
- Regulações de indústria, trilha de auditoria, compliance
- Limites de responsabilização, de indenização e de garantias
- Política, legislação, impostos e câmbio
- Backup de dados e recuperação de desastres
- Acordos de Nível de Serviço e penalidades
- Limites de quarteirização
- Atualização tecnológica
- Propriedade intelectual
- Condições de cancelamento e término do contrato
- Transição dos serviços – algumas áreas críticas a considerar:
- Impacto sobre as operações negociais do contratante
- Envolvimento de recursos-chave
- Plano de transição (atividades, cronograma, recursos, responsáveis)
- Governança do contrato – algumas áreas críticas a considerar:
- Solução de conflitos e processo de escalada
- Estrutura de governança
- Gestão de relacionamento
Riscos existentes no cenário outsourcing tradicional e inexistentes no cenário cloud
Riscos associados à:
- Transferência de recursos humanos – algumas áreas críticas a considerar:
- Plano de comunicação falho
- Perda de recursos críticos
- Desmotivação e resistência da equipe a transferir
- Inadequação do cronograma de transferência
- Transferência de ativos – algumas áreas críticas a considerar:
- Inadequação do cronograma de transferência
- Indisponibilidade de recursos temporários
- Transferência de contratos
- Inadequação do cronograma de transferência
- Inadequação na renegociação com terceiras partes
Riscos inexistentes para o cenário outsourcing tradicional e passam a existir no cenário cloud
- Riscos associados às próprias características, ainda não estabilizadas, do cenário cloud
- Alterações frequentes na lista de provedores, serviços, ferramentas e mecanismos de precificação
- Padronização não suficientemente disseminada de conceitos e terminologia
- Coexistência nem sempre pacífica de um grande número de provedores sob contrato
- Riscos secundários indiretos provenientes da progressiva adoção de novas tecnologias digitais inovadoras simultaneamente à adoção do cenário cloud
- Dispositivos móveis, Redes Sociais, Big Data Analytics, Internet das Coisas, BYOD, Wearables, etc
- Riscos secundários indiretos provenientes das alterações pelas quais passam o modelo de negócios das organizações e de suas áreas de TI simultaneamente à adoção do cenário cloud
- Migração do modelo de negócios Make & Sell para o modelo Sense & Respond
- Novo perfil bimodal da função de TI
- Mudanças no processo decisório de investimentos
- Disponibilidade de novos skills em TI
- Impacto sobre as área de negócio
- Riscos associados:
- a uma adesão acrítica a contratos one-click
- à integração, interoperabilidade, portabilidade e monitoramento de aplicações
- à dificuldade de migração entre provedores (vendor lock-in)
- à estruturação de uma plataforma de gestão do ambiente cloud
A percepção exposta neste post coincide com a visão do leitor ? Contribua com seus comentários.
[Crédito da Imagem: Gestão de Riscos – ShutterStock]