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Aquele algo mais

publicado por Heverton Anunciação

GPS. O que é isso, você pode estar se perguntando. Um novo sabor de pizza? Um novo sistema de localização por satélite? Ou, ainda, uma nova sigla do mundo da Internet? Nada disso, caro leitor. A sigla representa uma antiga, inexplorada, mas produtiva forma de gerir corporações, pessoas e obter os melhores índices de produtividade: a gestão para a solidariedade. Ela ainda não possui livros, sites, gurus ou doutores para explicá-la em seminários ou universidades. Mas, no meu ponto de vista, resolveria problemas básicos e essenciais não somente da empresa, mas da comunidade à qual ela pertença.

O que difere a GPS dos outros tipos de gestão? Existem várias características diferentes, mas a principal a destacar é que ela não é hierarquizada, nem implantada com um memorando interno. Por princípio, ao contrário das outras, surge de baixo para cima, contagiando a todos, do contínuo ao presidente, para juntos, do início ao fim, conseguirem vencer dificuldades e alcançar objetivos. É comum, nos momentos em que a GPS está implantada numa corporação, vermos presidentes e diretores servindo café e copeiras ensinando a secretárias tarefas jamais imagináveis. Portanto, a GPS veio para derrubar fronteiras e unir pessoas comprometidas.

O modelo das corporações com GPS

Acredito que quase todos nós desejamos conquistar o seguinte no transcorrer da vida: estabilidade emocional e profissional; uma família feliz, quem sabe filhos e netos; dinheiro; liberdade; amor etc. Esses aspectos atendem basicamente à necessidade do indivíduo, que lutou e se sacrificou para a obtenção de “sucesso” ou “realização”. As aspas servem para informar que realização e sucesso são subjetivos e relativos a cada indivíduo.

Agora, pense na seguinte pergunta: o que há na cabeça de uma pessoa, ou grupo de pessoas, que decide abrir uma entidade beneficente ou instituição assistencial? Que não visa lucro, mas sim o progresso e a felicidade do próximo e da sua comunidade? Será insanidade? Ou amor elevado ao extremo?

Vamos fazer um teste para medir o seu perfil de solidariedade. Uma criança carente bate na janela do seu carro para pedir trocado ou vender algo. Sua atitude é:

  1. ignorá-la com o vidro fechado;
  2. dizer que não tem dinheiro, mesmo que ela esteja vendo alguns trocados no painel;
  3. expulsá-la dali, dizendo: “Vá perturbar outro!”;
  4. desejar que estivesse numa rua do sul da Suíça;
  5. comprar o produto da criança ou doar algum trocado;
  6. considerar que o destino da criança é aquele, e que você não pode fazer nada;
  7. achar que o lugar deste artigo não é nesta revista.

A resposta certa? Não sei qual é, mas reflita sobre o assunto.

É focada nessa “clientela de excluídos” que nasceram as entidades assistenciais ou instituições beneficentes pelo mundo afora. Já visitei dezenas dessas corporações da boa vontade. Sempre encontro em cada uma aquele “algo mais” e “invisível” no ambiente. Coisas que você dificilmente encontra numa corporação tradicional: sorrisos, ações espontâneas e proativas de todos os envolvidos. Empatia e respeito mútuo constantes. Trabalhos de equipes voluntárias, sem preocupação em contabilizar as horas extras. Hierarquia e estrutura informais, mas na qual cada indivíduo conhece muito bem o seu papel.

Seria possível trazer essa atmosfera de uma entidade assistencial para o ambiente frio e rígido das corporações? Como fazer com que os funcionários de uma corporação normal amem os clientes ou demais funcionários da corporação, como os voluntários ou empregados dessas instituições beneficentes amam? Será que alguma política de RH ou software de CRM (gerenciamento da relação com os clientes) pode trazer isso embutido?

É nessas “corporações assistenciais” que a GPS consegue proporcionar o bem para todos. Isso porque fazer o bem é muito mais difícil que fazer o mal. Conclusão: administrar uma entidade beneficente é milhares de vezes mais gratificante e difícil do que administrar qualquer outro tipo de empresa. Por quê? Porque o “lucro” e o “sucesso” dessas corporações não são contados considerando saldo líquido em conta corrente. Será que alguém se habilita para essa tarefa? O mercado está carente e “batendo na janela”.

A organização participativa

Há organizações que utilizam uma variação da GPS. É a gestão participativa, na qual todos os funcionários, todos mesmo, têm direito a opinar e decidir o rumo da empresa: metas, orçamentos, salários, estratégias etc.

Acredito que nesse tipo de organização o funcionário pode estar apaixonado pela empresa, mas não a ama. Ou seja, está mirando apenas o seu crescimento como indivíduo, olhando a empresa somente como sua patrocinadora, mas sem buscar o crescimento da sociedade em que vive.
Portanto, a principal diferença entre esse modelo e o anterior é que a lucratividade é o principal alvo da corporação e dos funcionários. Entretanto, nesse modelo não ocorre a distribuição igualitária dos resultados para todos os envolvidos.

O modelo cooperativo

Um terceiro formato é o passo natural das corporações que já estão no modelo 2 e queiram evoluir: transformar-se em cooperativas. O que significa isso? Significa que cada funcionário será um sócio da empresa, independentemente do seu tamanho. Nessas corporações, o foco é “o progresso de todos depende de cada um” e “o resultado de todos é para todos”.
Ao tornar todos os empregados em donos, esse formato incorpora as características das organizações do modelo anterior. Com isso, a paixão deles estará quase se transformando definitivamente em amor. Falta somente aquele “algo mais” para conquistá-los de vez.

Aonde eu quero chegar com tudo isso? Imagine a seguinte situação: numa mesa de reuniões estão sendo definidas as metas de uma grande empresa para o próximo ano. Essa empresa tem três presidentes: Jorge Paulo Lemann, um dos melhores homens de negócios do país, especialista no modelo 2; José de Paiva Neto, com seu tino para a área social e quase 30 anos de especialização no modelo 1; e por último você, você mesmo, caro leitor, que é especialista no modelo 3.

Você pode estar pensando: isso é impossível de acontecer!!! O homem ir à Lua também era impossível. É que eu acredito que somente as empresas que souberem colocar perfis profissionais desse gabarito juntos, pensando em proporcionar resultados não somente para os que estiverem lá dentro, terão sucesso e serão lembradas na história.

Autor

O consultor e pesquisador Heverton Anunciação, nascido em Brasília, atualmente residindo em São Paulo, atua em Tecnologia da Informação e Marketing de Relacionamento. Além disso, colabora com textos em renomadas revistas sobre os mais variados assuntos, que vão desde crônicas a Administração de empresas e Responsabilidade Social. Estudou Tecnologia em várias instituições do Brasil e do exterior e, atualmente, especializa-se nas novidades do mundo do Marketing, da Responsabilidade Social, do Atendimento ao Cliente e da Administração de Empresas. Autor de livros muito respeitados, inclusive o Nunca Se Case Antes dos 30 com entrevistas no programa Fantástico (Rede Globo), Hebe Camargo, Ronnie Von e em todo o Brasil com suas pesquisas sérias e imparciais. Uma importante informação a respeito do autor é que ele é o criador do primeiro portal imparcial sobre espiritualidade e Responsabilidade Social na Internet: www.eDeus.org. Você poderá entrar em contato com o autor nos seguintes endereços na Internet:

Heverton Anunciação

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