Estava me lembrando de uma das primeiras entrevistas que eu fiz para um emprego de programador. Lembro de chegar todo nervoso para a entrevista com o chefe do local, e lá pelas tantas, ele me solta aquela pergunta:
– Onde você se enxerga daqui 5 anos?
Na hora eu gelei. Respondi qualquer coisa, não creio que tenha conseguido ser eloquente naquele momento. Mas hoje, tendo em vista todo conhecimento e experiência adquirida nestes anos todos, eu responderia sem medo:
– Não faço a menor ideia.
Imagino que você deva estar um pouco espantado com essa resposta. Afinal, soa tão infantil que talvez nem merecesse atenção. Por outro lado, é da mais profunda honestidade e, por que não, sabedoria.
Uma das coisas mais importantes que eu aprendi com os anos de programador, depois gerente de projetos e agora empreendedor, é que não importa o que façamos, jamais teremos qualquer controle do futuro. Por mais metódicos que sejamos planejando e criando planos de gestão de riscos, sempre haverá uma mudança de rumo na próxima semana e isso pode se assemelhar a um caos.
Existem pessoas que insistem em tentar controlar seu futuro. Fazem planos e criam sonhos para 3, 5 ou 10 anos. E se frustram constantemente, num loop eterno de teimosia, querendo jogar contra a natureza das coisas. Se isso acontece na vida pessoal – onde teoricamente temos maior controle dos fatos – o que dizer da vida profissional, onde as variáveis nos são totalmente alheias e incontroláveis?
Não há nada de errado em traçar um objetivo para anos daqui para frente. Desde que você o utilize com um norteador e entenda que o caminho para atingí-lo será totalmente desconhecido. E que você terá que ir se moldando de acordo com as necessidades. Isso significa, inclusive, abandonar o objetivo para agarrar uma outra oportunidade que tenha surgido.
Precisamos aceitar que as são inerentes a nossa vida. Viver e curtir mais o presente, e se adaptar quando necessário.
Ou então continuar vivendo uma frustração atrás da outra.
[Crédito da Imagem: Caos – ShutterStock]
Olá Flavio,
Muito bom o seu post! Com certeza é isso: Não sabemos o futuro, mas devemos ter um Norte a seguir.
Creio que a criação de metas a curto, medio e longo prazo, nos ajuda a seguir em frente, neste caso o planejamento é essencial.
Mas, por outro lado não devemos ser escravos destas metas, justamente pelo que comentou: O futuro é incerto. Na contramão, porém, não podemos ser tão displicentes e deixar “o barco correr”, pois mesmo que contemos com os riscos de tempos posteriores incertos o “certo” pode acontecer e assim, se não estivermos preparados podemos, sim, “sofrer” as consequências
.
Talvez flexibilidade seja a chave de tudo. Saber que devemos nos preparar para poder chegar onde queremos em 3. 5 e 10 anos, mas também, saber que tudo pode mudar num piscar de olhos e estar aberto a mudanças de planos.
ABS