Provavelmente, diante deste cenário, veremos as chamadas MEAP (Mobile Enterprise Application Platforms) começarem a aparecer no mercado. A proposta de uma MEAP é ser um middleware que permita desenvolver o aplicativo uma única vez e ele vai se encarregar da integração com as diversas plataformas do mercado. É uma tecnologia que deve ser acompanhada de perto. Recomendo a leitura do material disponível em pdf de um webinar do Gartner em http://www.gartner.com/it/content/1586600/1586614/april_13_ipad_and_beyond_dwillis.pdf. As áreas de TI das empresas não podem ficar inertes e observarem os tablets entrando em massa pelas janelas nas suas organizações. Espera-se que desenvolvam de forma pró-ativa de novas aplicações que explorem seu potencial, uma vez que, além dos recursos típicos dos smartphones como acelerômetros, giroscópios e interface touchscreen, oferecem uma inerente capacidade de “interação social”, disponibilizada por sua tela maior, permitindo a criação de aplicativos mais “sociais”. Tente compartilhar com um colega uma tela de um smartphone e veja a diferença quando usando um tablet…
Pensando um pouco mais no assunto, identifiquei algumas diferenças entre aplicações para tablets e as que conhecemos hoje nos smartphones. É verdade que ambas exploram a tecnologia de touchscreen, que provocou uma mudança significativa no paradigma dos interfaces com os computadores, da mesma amplitude que o interface via janelas provocou no antigo modelo pré-Windows. Touchscreen será o interface padrão de fato, tanto de tablets e smartphones como dos PCs e laptops.
Mas os tablets demandam também outras caracteristicas diferentes dos smartphones. Primeiro, são “Wi-Fi centric” ao invés de “3G centric” (nem todos os tablets tem acesso à rede 3G), o que significa que nem sempre estarão conectados e também, por serem usados corporativamente, demandarão mais entrada de dados que os aplicativos dos smartphones.
E de onde virão estes aplicativos? Bem, temos os aplicativos criados para laptops, para os antigos smartphones, como BlackBerry, ou mesmo os criados para os smartphones da geração touch. Os criados para laptops e BlackBerry já são aplicações de negócio, muitas vezes críticas para a operação da empresa. As regras de negócio deverão ser preservadas, é claro, mas os interfaces terão que ser redesenhados. Uma aplicação Web desenhada para laptop foi desenhada para mouse e não touchscreen. É uma mudança radical na maneira de interagir com o aplicativo.
Por outro lado, as aplicações atualmente escritas para smartphones touch tendem a ser menos críticas para os negócios. Dependendo de sua importância, podem ser simplesmente disponibilizadas para os tablets que funcionarão como smartphones com telas grandes ou redesenhadas para aproveitarem as diferenças de funcionalidades que os tablets oferecem. E, claro, teremos as milhares de novas e inovadoras aplicações escritas especificamente para os tablets. Afinal é um mercado e tanto. Algumas estimativas apontam que por volta de 2015 eles somarão quase um bilhão de unidades em uso.
Temos pela frente um bom desafio. Como desenhar aplicações de negócio para explorar os tablets? Que especificidades estes dispositivos demandam? E a pergunta final que os CIOs e os executivos das empresas de software devem se fazer é “nossos desenvolvedores estão preparados para tal tarefa?”.