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Entrevista de emprego: “Eu adoro desafios!”

publicado por Ramon J M Gonzalez

Há frase melhor que essa numa entrevista de empregos?

Ela é boa para o entrevistador que “finalmente se vê diante de um profissional que resolverá problemas que há tempos aguardam por um cara desses”. E boa para o candidato, pois mostra “o quão disposto é, que não é de escolhas, que é capaz, e que é O cara!”.

Ótimo, não?

Mas o que é desafio para um, nem sempre é para o outro. O desafio de hoje, não foi o de ontem, e nem será o de amanhã. E, com o tempo, o verbo “adorar” talvez não seja mais conjugado, e sim desconjurado. Talvez suavizado pelo verbo “aceitar”.

Segundo o Houaiss, o verbete “Desafio” tem as seguintes acepções no sentido figurado:

  • Ato de incitar alguém para que faça algo, além de suas possibilidades.
  • Situação ou grande problema a ser vencido ou superado; tarefa difícil de ser executada.

Bom, desafio é o “ato de provocar alguém para duelo”. Que não é o caso do nosso entrevistado, ao menos durante a entrevista… Quem sabe daqui a alguns meses.

Em meus artigos anteriores eu frisei a necessidade dos profissionais de TI em buscar na leitura a solidificação de sua carreira. Segundo o número de visitas, postagens e e-mails que recebi, a recepção foi boa. Alguns dos comentários citavam com orgulho o trabalho realizado por alguns pais de cultivar, incentivar e apoiar seus filhos em manter um livro às mãos. Esses filhos terão a sorte que de iniciar o vício da leitura logo na infância.

Mas e se você não estiver mais na infância, e sim na juventude ou meia idade? O que fazer? Como vencer um novo desafio? Como começar, como se incitar, como ir além de suas possibilidades, tenha você 20, 30, 40, 50 ou 60 tenros anos de idade? E como diz Rosely Saião, 50 anos só é meia idade se você crê viver até os 100 anos – no mínimo.

Vamos lá!

  • A leitura é só um desafio.
  • Entender sua empresa, seus porquês de decisões por vezes contrários aos seus, é outro.
  • Realizar certas tarefas chatas ou corriqueiras que poderiam – Claro! – ser executadas “por qualquer outro profissional”, é o que chamamos poeticamente de desafios árduos.
  • Deixar de realizar atividades que podemos delegar, é quase um ato de descompressão.
  • Manter seu idioma em dia é necessário. Como nos atenta o artigo de Renata Vezzetti – (veja link ao final).
  • Entender onde e como você está agora, e para onde e como quer estar amanhã é um trabalho hercúleo.

Fazer o que tem de ser feito é o desafio.

E ele é:

  • Diário, permanente, valoroso,
  • Entediante, excitante, chato às pampas,
  • Trabalhoso, fácil que faço até com um pé nas costas – não importa de quem,
  • Repetitivo como trabalho de prisioneiro,
  • Incerto como crash de servidor no domingo à tarde,
  • Delicioso como BUG na segunda-feira,
  • Consumido completamente pela parcela prevista de risco.

Desafio é o trabalho. E já que falamos em trabalho, é bom esclarecer que ele só tem esse nome porque dá trabalho!

A avaliação de considerar seu trabalho um desafio é naturalmente relativa à sua senioridade. Segundo Laura Carstensen, e sua “teoria da seletividade socioemocional”, “à medida que os horizontes de tempo vão ficando mais curtos, as pessoas priorizam determinados objetivos emocionais”. A senioridade nos permite uma melhor escolha, uma visão mais clara e um julgamento mais assertivo de um desafio. Os mais jovens transitam entre a pouca experiência e o saboroso apetite ao risco.

E aí, lembra-se da sua entrevista? Pois é, seu chefe gravou isso na memória.

“Não quero atingir a eternidade com meu trabalho, mas sim não morrendo.”

Woody Allen

Fontes:

Grande Dicionário Houaiss da língua portuguesa: http://Houaiss.uol.com.br/.

TI Especialistas – Renata Vezzetti – “Proficiência na língua inglesa e a empregabilidade na área de TI”: http://www.tiespecialistas.com.br/2012/03/proficiencia-na-lingua-inglesa-e-a-empregabilidade-na-area-de-ti/

Folha de São Paulo Equilíbrio – Ricardo Bolanume Neto – “Da crise da meia-idade ao mundo cor-de-rosa”: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq1309201105.htm.

Autor

IT Director 25 Years Systems Development 10 Years as a Team Leader KPI´s: - OGSM - Objectives, Goals, Strategies and Measures - BSC - Business Scorecard Softwares Development - Application Life Cicle - IT Systems Development - IT Business Mapping, Modeling and Notation - IT Strategic Planning Microsoft Gold Certified Partner -ISV/Software Solutions -Networking Infrastructure Solutions Especializações Business and Systems Analyst Services Management Systems Project Manager ITIL V3 and CobiT 4.1 Foundation Trainer, Teacher and Pre Sales. Clients: Unilever, Procter & Gamble, Cadbury Adams, WEG, Valeo, Petrobrás, Brazilian Government, Camargo Correa, Mahle, Odebrecht, Bunge, Louis Dreyfus Commodities, EBX e TAM. Twitter: Ramon_JMG LinkedIn: http://br.linkedin.com/in/ramonjmgonzalez

Ramon J M Gonzalez

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