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Vencer ou Ser Vencedor?

publicado por Marco Aurélio Sorpilli

Refere-se a uma reflexão sobre a má preparação do indivíduo na sociedade atual perante as dificuldades. Não tem a intenção de ser um texto científico, mas sim reflexivo!

A eliminação prematura da Seleção Brasileira da Copa do Mundo levanta uma questão muito forte: Hoje, as pessoas são preparadas para vencer ou para serem vencedores?

É importante entender essas duas situações, pois são distintas ao contrário do que possa parecer. Durante alguns anos trabalhando com crianças pude notar que os pais, superprotetores por natureza tentam a todo custo minimizar as frustrações dos seus filhos, evitando que o mesmo tenha seus conflitos naturais da idade dentro do seu tempo. Este retardamento de experiências pode causar uma imaturidade emocional muito grande nos adultos que essas crianças se tornarão um dia. Então vamos conceituar o que eu disse acima:

Educar para vencer: preparar o indivíduo para vencer, ensinar que se deve vencer sempre, ensinar o sabor da vitória, evitando demonstrar a existência da derrota, como se ela pudesse ser evitada. Sofrimento não deve ser levado em conta, afinal estamos aqui ensinando a VENCER e a derrota não tem lugar.

Educar para ser um vencedor: preparar o indivíduo para a vida, ensinar o valor da perseverança, ensinar a se levantar a cada queda, ensinar o sabor da vitória e ensinar principalmente a “aprender com as derrotas”. Isso mesmo, deve-se aprender a aprender.

Então o que isso tudo tem a ver com a copa? Tudo. Somos em grande maioria levados a querer vencer e não sermos vencedores. Nossa equipe veio de uma campanha mediana, mas não constante. Partidas horríveis onde “pelo menos vencíamos”. Mas não éramos uma seleção vencedora. Ser vencedor consiste em se entregar, em entender a extensão de uma conquista, em superar obstáculos e ter força pra seguir. O jogo definitivo foi uma mostra disso. Um primeiro tempo exemplar que nos levava a crer em uma “lavada fácil”. Basta um vacilo no segundo tempo, desestrutura todo um trabalho que é colocado a perder. É o momento do:

– Opa, eu estava ganhando, tudo bem, mas e agora?

Jogadores não habituados a contornar situações adversas, jogadores imaturos que não entendendo a importância do seu papel no todo, na equipe, perdem a cabeça e prejudicam o time todo em um fato isolado. Imaturidade pura ou falta de liderança (do conceito real de LÍDER)?

Buscando na história, os espartanos são sinônimos de excelência em combate, aprendiam inclusive que morrer em combate por Esparta seria a maior glória que poderiam ter na vida. Em uma passagem histórica um oficial espartano revela que a sua esperança é encontrar neste combate (Termópilas) alguém a sua altura para que lhe seja dada a honrada boa morte. Isso mostra cabeça erguida até o final, preparação para serem vencedores. As consequências são certas e encaradas com racionalidade e equilíbrio.

Não precisamos ser radicais como as rotinas espartanas nos sugerem, apenas precisamos saber nos entregar, ser vencedores, saber que o mérito está na batalha, e a vitória é a consequência da boa preparação. A vitória quase sempre é resultado da oportunidade somada à boa preparação, então estar preparado para tudo, nos ajuda a vencer, nos ajuda a ter um norte, nos ajuda a ser melhores.

Hoje podemos notar que nossa cultura não privilegia essa educação, temos medo das perdas, temos medo da dor e do sofrimento (inevitáveis), somos acomodados. Os que gostam de desafios sobressaem-se perante os demais. Há algo errado com esses conceitos. Ou aprendemos a lidar com isso desde cedo ou será na prática, os golpes mais duros que levaremos.

Para finalizar, deixo para reflexão duas frases de autoria célebre:

“Toda empresa precisa de gente que erra, que não tem medo de errar e que aprenda com o erro.” — Bill Gates

“Quando você vê um negócio bem-sucedido é porque alguém, algum dia tomou uma decisão corajosa.” — Peter Drucker.

Para bom entendedor “um pingo é letra” e “meia palavra basta”. Reflitam. Estamos fazendo o melhor para o nosso futuro?

Autor

Administrador por formação, atuando na área de Tecnologia da Informação como Coordenador de Sistemas no Grupo Frialto, empresa do ramo frigorífico com atuações em outros setores estratégicos. Estudioso das áreas de TI e Relações Humanas.

Marco Aurélio Sorpilli

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