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Vários fornecedores, uma única TI – Vale a pena?

publicado por Uilson Souza

Saudações,

Tenho andando por grandes empresas e constatado algo que, a meu ver, é um problema  – a famosa divisão de funções em vários fornecedores.

Em uma única área de TI, vários fornecedores. Exemplo: a empresa ABC cuida dos meus servidores, a empresa XPTO cuida da minha área de networking, a empresa XXZ cuida da minha área de application.

A área de TI pode até economizar no custo final dos serviços, mas, penso em outras vertentes que tornam essa prática um pouco trabalhosa, como por exemplo, a administração de contrato com diversos fornecedores. Vou ter uma ou várias pessoas responsáveis por administrar vários contratos? Como e em que data se dão as renovações, serviços avulsos, alocações para este ou aquele fornecedor…etc.

Pode ser que, você, gestor de TI tenha tudo isso muito bem controlado em sua empresa, mas, já passei e as vezes passo por situações, no mínimo estranhas e as vezes de muito stress.

A primeira foi a 4 anos atrás, quando montamos um projeto para implementação de um cluster de servidores que abrigaria o SAP Portal de um de nossos clientes. Chegando lá, a implementação atrasou porque a empresa que gerencia a parte de storage não tinha feito sua parte, ou, não havia sido sequer envolvida pelos responsáveis.

A segunda ocorreu a uns dias atrás, quando planejávamos uma infra estrutura de servidores Proxy para um cliente. Nas reuniões de planejamento havia, nossa empresa, outra responsável pelos servidores, outra responsável pela arquitetura de Workstations e os responsáveis do próprio cliente.

Resultado: muitas das solicitações que precisávamos se tornaram burocráticas ao extremo, pois, cada empresa possuía seu próprio processo de solicitações e dependendo do que fosse solicitado, uma aprovação da diretoria seria necessária, pois envolveria custos.

No fim das contas, algumas solicitações nossas não foram atendidas, gerando alguns problemas no processo de implementação do projeto.

Em casos mais contundentes, temos a famosa “bola dividida”, aonde uma empresa é responsável pelo servidor e outra pela aplicação. Já vi discussões das mais ásperas por conta deste problema. O que fazer quando você está com uma aplicação fora do ar, perdendo milhões em faturamento e dois fornecedores ficam jogando a responsabilidade um no outro?

Você, gestor de TI, pode me responder que, “o trabalho em conjunto de ambos é a solução”. Pode ser, mas, nesses casos, acima da satisfação do cliente, os dois irão tentar provar que o problema está do outro lado.

Pelas experiências que tive e tenho tido, não recomendo este tipo de administração na sua área de TI.

Muitas vezes, um custo menor aqui, pode representar outro muito grande ali e um prejuízo no final.

Caso esse modelo seja inevitável, a integração entre os fornecedores e uma boa dose de bom senso é fundamental para o sucesso das atividades, além do que, ambos devem ter como alvo a satisfação do cliente.

Agora, após terminar este post, vou para uma reunião onde iremos discutir a melhor forma de implementar uma solução que teríamos que ter instalado no final de semana passada e não o fizemos porque, o fornecedor não fez o que deveria ter sido feito!

Abraços

Uilson

Autor

Formado em Tecnologia em Processamento de Dados pela UNIBAN. Analista de Projetos de TI, atua no design, planejamento e implementação de projetos de tecnologias Microsoft, tais como ISA Server, Forefront TMG, servidores Windows, Windows Clustering e Hyper-V. Também trabalhou como IT Specialist na IBM e como Consultor de TI em empresas como Alcoa, Credicard, Bradesco Seguros, Unilever, Caterpillar e Banco Merril Lynch. Profissional certificado como MCTS em ISA Server, participa do grupo MTAC (Microsoft Technical Audience Contributor), publica artigos técnicos em seu blog no endereço http://uilson76.wordpress.com e também no portal TechNet Wiki (http://social.technet.microsoft.com/wiki) Linkedin: http://www.linkedin.com/in/uilsonsouza Twitter - http://twitter.com/usouzajr

Uilson Souza

Comentários

5 Comments

  • Este modelo somente funciona quando a equipe da empresa possui competências para gerir o ambiente e os contratos.

    Atuo como gerente de infra-estrutura e segurança e o grande desafio é possuir as “cabeças pensantes” dentro de casa (na empresa) e terceirizar somente os “braços”, a força que irá atuar nas atividades diárias.

    Porém, para isto funcionar, é necessário – obrigatoriamente – possuir uma boa equipe para gerir os contratos e os projetos de capacity e afins.

    • olá Daniel! Muito bom seu comentário, mas, ainda assim prefiro algo mais centralizado…gerido pela própria empresa ou um único fornecedor…acho que o custo de gerir tudo isso é maior e mais stressante…
      Abraços e não deixe de opinar aqui!

  • Uilson,

    Sua colocação é interessante e dúvida de muitos gestores. Porém, não se esqueça que a análise destes tem que ser muito criteriosa e que a dependência de um único fornecedor pode ser crítico para alguns processos.

    Parabéns!

  • Marlos, concordo plenamente com vc no que tange à análise e num planejamento bem elaborado, creio que este modelo pode funcionar. Mas a realidade e os clientes por onde tenho passado, até o momento, me mostram o contrário.
    Veja só, hoje pela manhã fomos acionados por um problema num cliente de acesso internet via proxy. Quando verificamos o caso, vimos que o problema poderia ter sido solucionado pela empresa responsável pelo atendimento em primeiro nível.
    Em modelos como este, na maioria dos casos, quando um problema aparece, se esforçam mais em tentar jogar o problema para o outro resolver do que propriamente entender o problema. Ainda mais numa fase de pós implementação de projeto.

  • Uilson,

    Levando seu ponto de vista ao extremo entendo que tudo em TI deve ser internalizado, assim não eistiria a descordenação das equipes de empresas diferentes, nem o “jogo de empurra”.
    Mas, a longo prazo, tenho certeza que a equipe interna não estará capacitada a resolver todos os problemas que se apresentem, nem estarão alinhados com as melhores soluções disponíveis.
    Penso que o melhor é o modelo proposto pelo Daniel Checchia, acima, onde a empresa deve contar com uma equipe de gestão capacitada e empenhada em pensar a TI da empresa, enquanto os fornecedores devem executar as tarefas.

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