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Quanto vale uma ideia?

publicado por Flávio Steffens

Toda startup começa a partir de uma ideia. Geralmente é uma ideia revolucionária, que ninguém pensou antes e que irá mudar o mundo. É uma ideia tão revolucionária, que a maioria dos empreendedores a guarda com um carinho especial, quase como um pai que mima o seu filho. Não revela pra ninguém, com medo de ser copiado. Muitas pessoas chegam a criar contratos e obrigam amigos e conhecidos a assiná-los, para que não divulguem a sua ideia.

Pois eu vou dizer uma coisa. Essa sua ideia genial e revolucionária não vale NADA.

Pode parecer um exagero da minha parte, mas é isso mesmo. Uma ideia nada mais é do que um ponto de partida, algo no qual você irá se debruçar e começar a trilhar um caminho. Uma ideia não é um resultado, pois ela dependerá de uma centena de fatores.

A sua ideia não vale nada pois existe um caminho gigantesco entre o que está na sua cabeça e o que realmente acontecerá na realidade. Na nossa cabeça, tudo é maravilhoso e funcional. Os clientes amam seu produto, usam e lhe despejam caminhões de dinheiro. Na realidade, sua ideia só se tornará um produto de sucesso se você buscar credibilidade, souber vender, divulgar, planejar, organizar, prever e se relacionar com todos envolvidos. Saber viabilizar e executar corretamente uma ideia, é o que irá diferenciar um sonho da realidade.

É por isso que tantas pessoas já tiveram ideias para curar a AIDS, mas até hoje ninguém conseguiu de fato colocá-la em prática (e, acredite, quem o fizer será multimilionário).

Certa vez, o Stephen Kanitz, um dos autores que eu mais gosto de ler a respeito de administração, comentou que existem dois tipos de pessoas. Os que são iniciativos e aqueles que são “acabativos”. Podemos dizer que as pessoas que vivem de ter ideias geniais são os “iniciativos”, aquelas pessoas que até conseguem realizar boas conexões e conjunturas e que, realmente, podem se tornar bons produtos e serviços. Porém, por serem “iniciativos”, eles não conseguem executar, viabilizar e finalizar esse “projeto”. Os acabativos, apesar de não terem essa capacidade de ter ideias, acabam se destacando mais por conseguirem viabilizar toda logística para tornar aquela ideia algo palpável e rentável.

Creio que o Brasil vive atualmente um momento onde temos muitas iniciativas, e poucas “acabativas”. Isso é possível de ver analisando qualquer comunidade de startups. Ideias brotam, landing pages (páginas iniciais de um produto ou serviço na internet) reluzentes são colocadas no ar, mas quantos destes projetos realmente são viabilizados? Quantos de fato tem uma vida maior do que 6 meses?

Sabendo que uma ideia não vale nada e que existe uma diferença enorme entre tê-la e executá-la, os empreendedores brasileiros precisam parar com essa mania de guardar suas ideias para si.

Percam o medo! Conversem com o máximo de pessoas sobre sua ideia. Fale com leigos e especialistas.

Comunicar a sua ideia aos outros já é uma forma de executá-la. Explique para seus amigos, familiares e colegas sobre a sua ideia. Peça opiniões. Busque apoio para validar e moldar a sua ideia. As chances de você ser roubado são tão pequenas, que praticamente nem vale a pena considerar isso como possibilidade.

Ter ideias geniais é muito legal. Massageia o ego saber que somos inteligentes e futuros milionários. Mas agora chegou a hora de arregaçar as mangas e começar a colocá-las em prática. Quem sabe assim, a sua ideia possa valer alguma coisa.

Autor

Flávio Steffens de Castro é empreendedor na Woompa (www.woompa.com.br), criador do crowdfunding Bicharia (www.bicharia.com.br) e gerente de projetos desde 2006. Trabalha com métodos ágeis de gerenciamento de projetos desde 2007, sendo CSM e autor do blog Agileway (www.agileway.com.br).

Flávio Steffens

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