Nos tempos modernos, a riqueza de uma empresa ou um profissional não se mede pelo o conhecimento já adquirido, mas sim pela capacidade de continuar aprendendo e evoluindo. E isso é ótimo para os negócios.
Enquanto as empresas, absoluta donas da verdade, fecham as portas, as startups, sempre em versão beta, dominam o mundo corporativo e, consequentemente, econômico.
A Soberba nunca desce de onde sobe, mas cai sempre de onde subiu. (Francisco Quevedo)
Ter Know How é ótimo para os negócios, mas é muito perigoso se posicionar como absoluto conhecedor de uma determinada causa, principalmente quando falamos de comportamento humano. A tecnologia, principalmente a internet, veio desmistificar várias tendências e comportamentos que antes era tomada como única e verídica e que pautava diversos setores do mercado.
Antes um empresário poderia dizer que conhecia seu público e sabia entregar o que ele queria, e que essa era a melhor ou única forma de realizar. Após a revolução da comunicação toda essa orientação caiu por terra. Hoje o consumidor, seja ele leitor, seguidor ou, de fato, comprador de um produto ou marca, apresenta comportamentos diversificados baseados em informações, pesquisas e conhecimento.
É importante conhecer o seu mercado, é importante saber muito do seu consumidor, porém é mais importante ter a consciência de que o comportamento do mesmo pode mudar.
Essas mudanças fazem com que as empresas tenham que se esforçar de verdade para atender as expectativas. Requer investimento, aplicação e compromisso, mas retorna em engajamento, conexão e fidelidade.
A postura de uma empresa ou profissional que escolhe não dar atenção ao comportamento do seu consumidor final é extremamente presunçosa. E quando essa conduta é adotada, não se presta atenção nos detalhes. E os detalhes é que fazem diferença entre ser um número no quadro estatístico de falência ou uma matéria na capa da Fortune como modelo de sucesso.
A observação e vigilância contra esse tipo de procedimento devem ser feitas tanto com os clientes externos, quanto com os internos. Ambas são partes importantes do processo de crescimento da empresa.
Martin Lindstrom, no livro A Lógica do Consumo, mostra como as pessoas agem diante de diversos estímulos e quais os efeitos da influência social nas decisões de compra.
O que a internet fez foi traduzir esses testes e praticá-los até encontrar padrões comportamentais que permitam que uma empresa perca menos vendas a cada investimento em marketing e propaganda. Além disso, a internet potencializou os testes de Lindstrom permitindo que os mesmos sejam feitos em todo tempo e com resultados instantâneos. As evoluções se tornam cada vez mais dinâmicas e precisas, pois contam com a ajuda real daqueles que consomem de fato. E quando esse conceito é aceito e se torna cultura da empresa, o público percebe e participa, criando uma experiência real e única para cada indivíduo, que passa a ser fiel a marca.
Uma empresa que deseja criar um legado precisa se moldar as mudanças do mercado, precisa testar, ouvir seus consumidores, se transformar. Essa empresa é a que evolui em seus negócios. E o mais impressionante, é que as pessoas pagam, e bem, por essas experiências, pois não consideram mais como um gasto, antes consideram como um investimento ao qual estão ligadas emocionalmente.
A Apple é um grande exemplo. Analisando friamente, seus produtos são caros, mas a experiência proporcionada ao consumidor faz com que o mesmo se sinta parte integrante da empresa.
A Netflix, outro exemplo de empresa que é case em SAC, usa parte dos seus estudos de comportamento para apresentar ao cliente exatamente o que ele deseja.
O Google lançou um e-book chamado ZMOT (recomendo que leiam), onde, baseado em suas pesquisas, ele apresenta muita justificativas para que uma empresa se adeque ao seu cliente. O Zero Moment of Truth (Momento zero da verdade) é o ponto em que o consumidor decide se vai prosseguir e comprar com você ou com outro. E o que tem de melhor, é que esse ponto é digital e pode ser medido e melhorado. As ferramentas online estão influenciando a decisão de compra nos países onde a internet é realidade para a maioria.
Acredito que alguns empresários ainda não prestaram atenção nas mudanças atuais do cenário econômico. Vou dar alguns números para que tudo fique claro: R$ 48 bi gastos em compras pela internet em 2015 (vendas diretas – b2c ou indiretas – leads – Fonte: http://economia.ig.com.br/2016-01-14/comercio-eletronico-fecha-2015-com-faturamento-de-r-413-bilhoes.html), redes sociais, como o Facebook, possuem mais de 28 bi de pessoas conectadas e trocando experiências. De igual forma o sites como o ReclameAqui tem mais de 9 Mi de acessos ao mês.
Se a sua empresa adotar um postura soberba e rígida, ela certamente irá para o fundo do poço em alguns anos. Hoje o que é verdade, daqui a pouco tempo não é mais. Saiba lidar com as mudanças e alavanque seus negócios.