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Lucro e crescimento sustentável

publicado por Flávio Steffens

Lucro e crescimento sustentável“GREED IS GOOD!”, esta frase clássica e bastante significativa foi eleita uma das 100 melhores frases do cinema, por mais de uma publicação especializada. Ela foi dita pelo Michael Douglas, no filme de 1987 chamado “Wall Street”. Seu personagem, Gordon Gekko, é um investidor de ações que simboliza o sucesso daquela geração americana: dinheiro, excessos, ganância e jogo sujo.

Mas será que a ganância é boa mesmo? Será que o capitalismo radical que muitas empresas praticam, ao mesmo tempo em que fazem campanhas ecológicas e sociais, realmente é sustentável?

Você já deve saber a resposta.

Todos nós queremos ganhar dinheiro, certo? Até mesmo as filantropias e ONG’s precisam visar o faturamento para que possam realizar e manter suas atividades. Ninguém empreende sem pensar em ganhar dinheiro. Essa visão do capitalismo é a que eu sou totalmente a favor. A concorrência faz com que a inovação surja de forma muito mais rápida e que os serviços sempre se diferenciem para melhor atender seus clientes.

Partimos do princípio que, se o meu concorrente oferece um bom atendimento, eu vou oferecer um ótimo atendimento.

Mas o que vemos, infelizmente, é exatamente o contrário.

Existe um filme bem interessante que vale muito a pena ser assistido. Chama-se “THE CORPORATION“, um documentário ao estilo Michael Moore sobre o lado maligno das grandes corporações do mundo. Eu assisti ao filme recentemente, e confesso que me senti incomodado com o andar da carruagem. Ele soa um pouco “extremista” demais ao querer demonizar as corporações. Eu, particularmente, discordei de várias situações apresentadas ali. Mas muitas delas são irrefutáveis.

Mostrou o trabalho escravo que empresas como Nike, e outras fazem nos países subdesenvolvidos. Num dos momentos eles mostram uma fatura da empresa em que mostra que o custo de produção de uma camiseta era de centavos. A mesma camiseta que era vendida por algumas dezenas de dólares. Trouxe entrevistas com ex-CEO’s que revelam decisões absurdas que tiveram que tomar em nome dos acionistas. Ou ainda o caso de uma corporação que explorava o trabalho infantil, mas que revertia parte das vendas de seus produtos para crianças carentes (!).

Todas as decisões tiveram um objetivo apenas. Lucro, lucro e mais lucro.

As “corporações” (estas empresas que precisam dar justificativas aos seus acionistas) precisam sempre dar lucro. Sempre. A cada trimestre. Como fazer isso, sem afetar de forma negativa a sociedade? Não há como.

E daí vem o pior de tudo. Elas dão lucro sempre. Mas raramente este lucro é revertido para os clientes. Pegue o exemplo das operadoras de celular, televisão a cabo e afins e tente lembrar qual foi a última vez que você se sentiu bem atendido por um funcionário motivado e bem treinado. Eu não consigo lembrar.

Que tal evitar de pensar em sempre superar as metas e os índices anteriores, sabendo que se você fizer isso, numa hora terá que cortar custos de uma forma negativa? Que tal pensar no lucro e crescimento sustentável?

Se você está empreendendo agora, ou se sua empresa ainda tem chances de mudar e deixar de ser uma “corporação”, pense em lucro e crescimento sem ser ganancioso. Mantenha a sua empresa sempre lucrativa, mas reverta este lucro para os seus stakeholders (clientes, funcionários, sociedade, ambiente). Treine, motive, capacite, inove, promova inclusão social, adote uma praça, enfim.

Não tente ser um milionário a qualquer preço. Procure viver bem, trabalhar no que gosta, prestar um excelente serviço e, principalmente, participar da construção de uma sociedade melhor.

Utopia? Espero que não.

Tomara que você pense como eu.

[Crédito da Imagem: Ganância – ShutterStock]

Autor

Flávio Steffens de Castro é empreendedor na Woompa (www.woompa.com.br), criador do crowdfunding Bicharia (www.bicharia.com.br) e gerente de projetos desde 2006. Trabalha com métodos ágeis de gerenciamento de projetos desde 2007, sendo CSM e autor do blog Agileway (www.agileway.com.br).

Flávio Steffens

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