Tão natural quanto comum. A rotina do dia a dia de trabalho (ou mesmo da nossa vida em geral) segue sempre no automático. Acordamos, tomamos o café, nos trocamos e vamos trabalhar. No trabalho, conversamos com as mesmas pessoas, reclamamos da situação do país, do time de futebol, do chefe, do vizinho, do colega de trabalho. Almoçamos ou vendo TV ou conversando com alguém. Quando menos percebemos, o dia acabou e estamos no trânsito (ou transporte público) reclamando um pouco (ou muito) também. Em casa, beijo na esposa, nas crianças, cafuné no pet. “Oi mãe..” ou “Oi pai..”. Dormimos e acordamos pra tudo isso novamente.Nesse dia, aposto que milhões de pensamentos passaram na sua cabeça. Coisas que aconteceram de errado e que você se cobra (por ter errado). Coisas que ocorreram durante o dia e te tiraram do sério. Aquele amigo chato de trabalho que te enche o saco sempre, te encheu o saco de novo e você reclamou (de novo). Os acontecimentos do dia geram sensações na gente, certo? Raiva, medo, angústia, ansiedade. Tudo isso recheado de conceitos que temos, definições, julgamentos nossos.
Parabéns. Sua vida está passando e você infelizmente não está vendo. Jogamos fora o nosso poder de decisão sobre como sermos nós mesmos para agir sempre no automático, ao nos identificarmos com esse modo de pensar. Somos reféns da nossa própria mente.
A identificação que temos com o padrão de pensamento e com a rotina nos tirou a fonte de toda e qualquer motivação. Todos sabemos que a motivação nasce dentro da gente. Porém, como nascer se nem ao menos tempos tempo pra respirar entre uma raiva e outra, ou entre um pensamento e outro? Além disso, esperamos que toda a fonte de felicidade e satisfação venha ao nosso encontro, quando, ao contrário, ela deve ser interna. É fato que ganhadores de prêmios de loteria, alguns meses após receberem o prêmio, estão tão ou mais tristes do que antes de recebê-lo.
Saindo do automático
Não sei se todos que lerem este texto compreenderão onde quero chegar. Porém, digo por experiência que quebrar esse padrão de pensamento e rotina é libertador. Basta ter força de vontade, disciplina e foco.Então, como deixar de ser escravo da mente e seus pensamentos? Não é simples. Não é fácil (se fosse, seríamos diferentes. Concorda?).
- Observe-se: Normalmente reagimos automaticamente. Escutamos as pessoas para responder e não para ouvir o que elas tem a dizer. Aí nascem as brigas e desentendimentos. Então, comece a ouvir a sua mente e seus padrões repetitivos de pensamento. Note quanto automático somos.
- Sem julgamento: Ao ouvir seus pensamentos, coloque-se como um expectador externo que olha tudo sem julgamento. Ouvir os pensamentos desta forma criará um novo nível de consciência em você. Ao não julgar o pensamento, você deixa de dar força a ele. Assim, as emoções (sangue que ferve, frio na barriga, etc) começam a ser controladas e você começa a se conhecer melhor.
- Quebre o ciclo: Ao ouvir seus pensamentos, você vai passar a perceber que o espaço de tempo entre um e outro vai aumentar. Este espaço teoricamente vazio é onde você realmente está. No presente. Somos ansiosos porque vivemos um futuro que pode não existir. Somos tristes e mal humorados porque vivemos querendo mudar um passado imutável. Tudo está no presente, inclusive você.
- Como estar presente a tudo isso? Para isso, basta você prestar realmente atenção às coisas que você está fazendo. Por exemplo: perceba sua respiração ao subir uma escada. Qualquer coisa que fazemos nos traz ao presente se quisermos assim.
Como isso pode ajudar no dia a dia?Uma vez que você conseguir compreender como você funciona, as reações antes automáticas começam a ficar de lado e, enfim, você volta a ser você mesmo. Neste momento, seu poder de decisão, visão e capacidade de compreensão aumentarão tanto que as coisas não serão tão monstruosas quanto antes. Então, as portas do seu desenvolvimento profissional estarão abertas e, enfim, você estará no comando novamente.
Bom divertimento.
Sair da rotina depende apenas da gente mesmo.
[Crédito da Imagem: Desenvolva-se – ShutterStock]
O texto é muito bom e motiva em nos monitorarmos, porém, chegar nesse nível descrito parece fácil através da leitura, mas na realidade o funcionamento é bem diferente. Acredito que para chegarmos a esse ponto, seja necessário auxílio externo, como coaching por exemplo.