Essa é das antigas. Em 1982, John Milius escalou um austríaco de nome esquisito para protagonizar seu – na minha opinião – melhor filme: Conan, o Bárbaro. Vale a pena ser assistido, nem que seja pra rir da “interpretação” de Arnold Schwarzenegger. Mas dá pra aplicar alguns conceitos na nossa vida corporativa também.
No filme, o pai de Conan o provê de um conselho que vale ouro – ou aço, se preferir:
Neste mundo, não existe ninguém em que você pode confiar. Nem homem, nem mulher, nem fera. Nisso aqui você pode confiar – e aponta pra espada
Ou seja, deve-se confiar em si mesmo, e ter a certeza de que cada decisão tomada acarreta em consequências, que são de total e completa responsabilidade de cada um. Continuando no filme: Conan tem sua vila destruída por um bando de invasores que o escravizam, colocando-o no que eu considero a metáfora maior: a RODA!
Conan, um garoto franzino, mas com bastante potencial, percebido pelo invasor de sua vila, é acorrentado a uma grande roda de moinho em um deserto e obrigado a empurrá-la pra fazê-la funcionar. A sequência continua, mostrando que o bárbaro cresceu preso à Roda debaixo do sol, ficando super forte, e sendo o único sobrevivente de todos os presos. Na continuação, alguém percebe que Conan é o mais forte de todos, e o compra (contrata?) pra trabalhar pra ele, ensinando-o técnicas de luta para que este se torne o maior guerreiro de sua época.
A metáfora que quero trazer à tona é esta: Como Conan ficou forte? PRÁTICA e PERSEVERANÇA! Ele não foi a uma academia pagando pra se tornar forte. Não tinha como ficar fazendo as coisas conforme o manual, preso a convenções sociais. Não me entendam mal, não tenho nada contra o conhecimento e aprendizado formal – desde que posto em prática -, e acredito que são ferramentas imprescindíveis para crescimento e marketing pessoal, mas, honestamente, ele estava preso! As CIRCUNSTÂNCIAS o levaram a perseverar e continuar o trabalho. Em gerência de projetos, muitas vezes nos vemos presos às circunstâncias, e ao invés de encará-las de frente muitas vezes preferimos contratar mais gente ao invés de aproveitar o potencial que temos dentro de casa. Nada contra a geração de empregos, é exatamente disso que este país precisa, mas e depois que o problema passa? Ficamos ou com um quadro de funcionários acima das necessidades ou pagamos – caro – a uma consultoria para realizar um trabalho que poderíamos ter feito entre nossos talentos, bastava dar um passo para trás e observar o cenário completo. O verdadeiro GP sabe colocar os Conans na Roda sem prendê-los, motivando-os a trabalhar sem a necessidade de chicote. Seja oferecendo um ambiente de trabalho desafiador e produtivo, seja recompensando os esforços de cada um, e principalmente, OBSERVANDO e OUVINDO seus colaboradores para saber empregar os talentos de cada um no lugar certo. O Gerente de Projetos que comprou o escravo Conan, apesar de mantê-lo preso em uma cela (o Gestor queria MESMO mantê-lo na equipe, claro), o provia de boa comida e de mulheres, e ao final do projeto o dispensa para que ele possa continuar sozinho.
Pra finalizar, uma pérola do filme, no inigualável sotaque do ex-Governator:
Conan, o que é o melhor da vida?
– Conan, o que é o melhor da vida?
– Destruir seus inimigos, vê-los fugindo de você, e ouvir os lamentos de suas mulheres!
Ou, como diríamos:
– Assumir e enfrentar os problemas, fazê-los desaparecerem de sua frente, e calar a boca dos que não colaboram!
You must be logged in to post a comment.