Antigamente, pelos anos de experiência e cabelos brancos, hoje, pelo número de títulos e vivência internacional, os chefes continuam praticamente inabaláveis, intocáveis e muitos acreditam firmemente que são eternamente insuperáveis.
Nem toda a evolução da tecnologia, liberação dos sexos e das raças foi capaz de mudar uma cultura que se arrasta desde os tempos do Brasil colônia que é a certeza que o chefe não erra e é o grande conhecedor de tudo, capaz de responder com perfeição as dúvidas de todos sobre qualquer assunto e a qualquer momento.
A perpetuação de posturas de chefes inabaláveis vem do fato de que ainda hoje a maioria dos profissionais só cumpre devidamente as suas atividades sob forte pressão, chegando, muitas vezes, a fazer chacota daqueles chefes que se mostram flexíveis ou humanos, os quais, por vezes, são chamados, pejorativamente, de “moles” ou “babacas”.
Para as corporações o que vale é o resultado final, independente da forma com que os chefes tratem seus funcionários; se os negócios estão acontecendo e, principalmente, se as metas estão sendo atingidas, é isso que importa.
Olhando esse ser quase onipresente que habita as corporações por ângulos diferentes, concluiremos com facilidade que a verdade não é bem essa, e que por trás de uma aparente fortaleza existe um ser humano com falhas, medos e insegurança. No entanto, como há a máxima de que “homem não chora e mulher precisa ocupar de maneira firme seu espaço”, precisam externalizar, a qualquer preço, a imagem de inabalável.
O reflexo disso é o aumento dos casos de depressão, stress, divórcios e executivos que largam tudo para buscar uma vida alternativa e mais saudável.
Será que não é possível mudar esse quadro? Será que é impossível ter prazer e fazer do ambiente de trabalho um bom lugar para se viver?
É interessante notar que por mais que procuremos não encontraremos definição alguma, em qualquer língua que seja, que diga que o chefe não possa errar ou tenha que ser perfeito.
As novas gerações, com sua enorme vontade de empreender, estão provocando uma grande revolução nas corporações; afinal, já se vai longe o tempo em que as pessoas entravam nas empresas para passar a vida inteira sob regras inflexíveis e chefes intolerantes apenas para garantir seu relógio de ouro depois de 25 anos de trabalho e um complemento de aposentadoria.
Para reduzir o turnover, principalmente entre os jovens, os chefes estão se reinventando, pois, além de alcançar e bater as metas financeiras, atualmente faz parte do plano de avaliação o desenvolvimento e a aplicação de novas habilidades, tais como: flexibilidade nas decisões, sensibilidade em ouvir e compartilhar opiniões, criar e manter um bom clima organizacional, assumir e compartilhar uma decisão equivocada.
[Crédito da Imagem: Chefe também erra – ShutterStock]
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