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Apagão da mão-de-obra em TI: A culpa é de quem?

publicado por José Milagre

Onde está o meu emprego, com tanta demanda de mão-de-obra especializada em tecnologia da informação? Realmente, esta questão faz parte do cotidiano de muitos profissionais disponíveis no mercado. O Brasil vive um “apagão” de mão de obra especializada em TI para dar conta da demanda interna, e a situação tende a se agravar com eventos Olimpíadas e Copa do Mundo.

Segundo a FGV, até 2014 teremos um déficit de 800 mil vagas no setor. Estima-se que hoje, 92 mil vagas de tecnologia da informação estejam disponíveis. No entanto, basta sair ao mercado para ver profissionais formados desempregados ou trabalhando em áreas completamente distintas da de formação. Pior, apenas 15% dos alunos que iniciam cursos de tecnologia da informação terminam as graduações.

Todo este cenário vai na contra-mão do crescimento brasileiro em TI. Segundo o IDC, o Brasil deverá crescer 13% na área de Tecnologia da Informação em 2011 superando taxas como Estados Unidos e Canadá. Nem mesmo os incentivos fiscais sobre a folha de pagamento das empresas de tecnologia da informação, recentemente anunciados pelo Governo, atenuaram ou minimizaram este cenário. A culpa é de quem?

Evidentemente, estamos vivenciando um gargalo educacional. Faculdades e mais faculdades de TI, despreparadas e com professores sem qualquer especialização, despejando profissionais e formando-os em conteúdos que há muitos anos não são mais necessários para as empresas. Sem programas de incentivo, qualificação, inovação tecnológica ou parceria com empresas de TI, profissionais são lançados no mercado e não despertam o interesse das empresas. As certificações passam a ter mais relevância que a formação universitária e demandam investimentos que muitos jovens não tem como empregar, algo que também poderia ser parcialmente subsidiado pelo Governo.

Não bastasse, a péssima estrutura de empresas de recrutamento e seleção para atuarem na área de TI também emperra as contratações. Não podemos deixar de consignar parcela de culpa aos empreendedores, que em que pese atuarem com Internet, tecnologia e mundo globalizado, ainda mantém e preferem meios ortodoxos de trabalho, sem ousarem novas possibilidades. Buscam profissionais que residam apenas nas capitais (De preferência próximos à empresa), esquecendo-se que o teletrabalho é uma realidade, e que grandes multinacionais já mantém equipes de service desk em TI espalhadas pelo Globo. Buscam profissionais na mesma fonte, e esta fonte está seca!

Vivemos a interiorização do desenvolvimento tecnológico. Regiões ricas como o interior de São Paulo possuem infra-estrtura, ótimas universidades, excelentes profissionais, qualidade de vida, incentivos fiscais, custos e mão-de-obra em TI mais barata que na capital. O empreendedor precisa pensar em “crescer para dentro”! Muitas são as empresas que já criam centros de tecnologia no Interior e atendem todo o Brasil e exterior a partir destas localidades

Resultado, desenvolvimento regional, sustentabilidade, redução das desigualdades sociais, distribuição de riquezas, menores custos de implantação e operação e mais pessoas na folha de pagamento. A lei é simples. Se a “procura” está alta nas capitais, porque não buscar vagas em regiões onde a “oferta” é alta, como no interior? A Internet rompe qualquer barreira e faz com que um profissionais há 300 quilômetros de distância, tenha o mesmo rendimento de um alocado na sede da empresa.

Logicamente que tais medidas não resolvem o problema da falta de qualificação e para isso só existe um remédio: Qualificar-se! O que o coordenador do seu curso tem feito para isso? O conteúdo do seu curso está adequado à realidade lá de fora? Quais as parcerias para integração universidade-mercado existentes em sua faculdade? Você já leu o programa de todo o seu curso? Você sabe que ele existe? Você pode, com vontade, construir o seu curso de modo que mais espelhe as necessidades do mercado e isto é fundamental, a menos que você tenha dinheiro para trocar de faculdade ou tirar certificações caríssimas!

Para mudar este cenário de carência de mão-de-obra as principais empresas de TI de Bauru e região, juntamente com representantes de multinacionais de TI, universidades, empresas de recrutamento, empreendedores, universitários e profissionais no mercado, estarão presentes oferecendo suas soluções e serviços no TechInter 2011, a se realizar em 05 e 06 de novembro de 2011.

O TechInter 2011 é uma conferência focada em mercado, empreendedorismo, novas oportunidades em tecnologia da informação. Excelente oportunidade para contato com especialistas e precisosas informações estratégicas sobre carreira, criação de Startups e novos negócios digitais. Para saber mais acesse: www.techinter.com.br

Autor

Perito Especialista em Crimes Digitais, Consultor para a Legaltech Brasil (www.legaltech.com.br), DSO (Data Security Officer), ITIL Foundation in IT Service Management v2 e v3, MBA em Gestão de Tecnologia da Informação, Professor da Pós em Segurança da Informação do SENAC, Professor da Pós em Computação Forense da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Professor de Direito Eletrônico e Inteligência Cibernética na FADISP, Membro Consultor do Comitê de Crimes eletrônicos da OAB/SP, Presidente da Comissão de Propriedade Intelectual e Segurança da Informação da OAB/SP 21a. Subsecção, Diretor do GU de Direito Digital e Cybercrimes da SUCESU-SP. Co-Autor do Livro “Internet: O Encontro de dois mundos”, pela Editora Brasport, ISBN 9788574523705, 2008, Colaborador no Livro “Legislação Criminal Especial”, organizado pelo Professor Luiz Flávio Gomes, Editora RT, 2009, Colaborador no Livro “Manual do Detetive Virtual”, escrito por Wanderson Castilho, Editora Matrix, 2009. Colunista nos veículos IMasters, OlharDigital Pc Magazine Online e Itweb. Twitter: @periciadigital E-mail: jose.milagre@legaltech.com.br Linkedin: http://br.linkedin.com/in/josemilagre Lattes: http://lattes.cnpq.br/0103047320098610 Cartão de visita ABPI: http://www.abpi.org.br/cartao.asp?id=1295

José Milagre

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  • O avanço tecnológico estimulou interesses de muita gente nesse mercado de trabalho, por isso formaram-se muitos profissionais na área de TI, um tempo atrás, porém, as facus sempre defasadas formavam profissionais despreparados para enfrentar o mercado, além de outros inúmeros profissionais aventureiros de informática que foram surgindo com a oportunidade do mercado de trabalho.
    Resultado disso, as empresas começaram aumentar exigências de graduações, filtrando uma grande parte dos profissionais e desmantelando a maioria.
    Eu não acredito que falte profissionais qualificados, creio mais na falta de incentivo aos profissionais de TI, não querem pagar o valor justo. E TI é um item do planejamento empresarial que eles chamam de PROBLEMA…

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