A maioria das empresas ainda tem executivos que estão mais preocupados em preservar o passado e manter o foco no presente. Muito se fala do futuro, mas quase ninguém age em direção a ele. Algumas empresas jogam a culpa no tempo dispendido para atender seus clientes, que exigem imprevisíveis demandas de produtos e serviços, o que acaba prejudicando os planos estratégicos e as operações da companhia. Eles insistem que os produtos sejam vendidos por pessoas atenciosas, que tenham qualidade, preço justo, garantias e ainda que funcionem. Hoje, o “urgente” substitui o “importante”, e o amanhã fica comprometido por falta de planejamento. Mesmo as maiores empresas, líderes de setor, que comemoram seu sucesso no presente, deixam de pensar nas mudanças que estão por vir. Nunca se passou por um período com tantas mudanças como agora. A velocidade com que elas estão ocorrendo no campo tecnológico, cultural, econômico, pessoal e profissional é surpreendente.
O mundo dos negócios está mudando lá fora, mais rapidamente do que as mudanças internas nas corporações. Os líderes do futuro deverão usar informações do passado no presente e, ao mesmo tempo, planejar o futuro, que cada vez se percebe mais perto. Eles devem evitar o aumento das despesas, o desvio involuntário do foco do negócio, criar novos mercados, chegar antes da concorrência, liderar o mercado e estar conscientes de que as mudanças serão rotina nas suas empresas. As mudanças que estão ocorrendo nos negócios, antes chamadas de reestruturação, downsizing, reengenharia, etc, poderiam ser chamadas de “Business Expertise”, o conjunto de características, conhecimento e perfil de uma empresa, que permitirá sua permanência no mercado.
Muitas empresas continuam correndo atrás da concorrência, tentando alcançá-la e seguindo a mesma estratégia de negócio. Isto não é o suficiente. A visão deve ser de futuro, de chegar na frente, de chegar onde, realmente, ela quer chegar. Ela tem que assumir novos mercados antes dos outros. Analisar as oportunidades em novos segmentos de consumidores. Precisa ter a capacidade de enxergar o que os outros ainda não enxergaram. Não basta olhar o que se vê, é preciso ver o que se olha. O que se disputa no mercado hoje não são mais os produtos, tão similares entre si, mas as empresas. Esta é a nova realidade para sobrevivência dos executivos. O sonho acabou: margens gordas, empresas inchadas, decisões lentas e concorrência exclusivamente interna, nunca mais. O importante é prever o que vai ocorrer amanhã e preparar a empresa para isso, executando o mais rápido possível as mudanças para se adaptar o novo cenário. É um desafio difícil, porque muitos executivos são obrigados a imaginar o amanhã através de perspectivas dos atuais mercados em que atuam, e não imaginando o novo mercado. As empresas, em sua maioria, estão preocupadas em mostrar aos clientes o que é possível fazer para satisfazê-los. Temos sim que “ouvir o cliente”, mas, para conquistar novos mercados, precisamos criar e desenvolver novos produtos e serviços, novas abordagens e mostrar ao cliente que ele tem outras necessidades, que nem percebeu ainda, e que já temos como atendê-lo.
Se o objetivo for a liderança do mercado, só mudanças internas não bastam. É preciso pensar em 3 pontos básicos: Competitividade, Estratégia e Significado das organizações. Todos nós deveríamos trabalhar mais em cima de estratégias visando o futuro, ao invés de, simplesmente, fazer a manutenção do presente. Precisamos planejar com orientação ao resultado. Se fizermos isso, estaremos prontos para o futuro.