Carreira

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1% de inspiração e 99% de transpiração

publicado por Luciano Döll

O mundo da tecnologia sempre envolveu histórias de jovens e adolescentes que fizeram fortuna na garagem de seus pais, criando produtos e serviços inovadores. Bill Gates, da Microsoft, e Steve Jobs, da Apple, foram os pioneiros da chamada microinformática. Entretanto, depois que Tim Berners-Lee publicou o primeiro website, estas histórias se multiplicaram. Larry Page e Sergey Brin, do Google, e Mark Zuckerberg, do Facebook, inspiraram e inspiram muitos nerds. As histórias são sempre muito parecidas: garagens, espinhas no rosto, universidades e paixão por tecnologia. Todo aluno de computação já sonhou com isso.

Em 1998, eu fazia o segundo ano do meu curso de computação. O comércio eletrônico, na época, era incipiente. Eu e meu colega de classe, Valter, fomos procurados por um amigo, que dizia ter uma grande ideia: desenvolver um site de comparação de preços. Luiz Antonio, nosso amigo, havia registrado um domínio: compare.com.br. Inicialmente, pretendíamos visitar lojas e fotografar os produtos. Para tanto, compramos uma das primeiras câmeras digitais que chegou ao Brasil: a Mavica, da Sony. As fotos eram gravadas em um disquete que você inseria na máquina.

Em seguida, fomos procurados por uma empresa de São Paulo, que compartilhava a mesma ideia. Alvos de uma reportagem da revista Info daquele mês, eles adquiriram o domínio comparecom.com.br e queriam, por toda lei, comprar o nosso: compare.com.br. Não vendemos, por pura birra. Antes, tivesse vendido, pois, por falta de foco e visão, naquele momento, não soubemos dar vazão ao empreendimento e acabamos morrendo na praia. Em 1999, três estudantes da USP, liderados por Romero Rodrigues, fundavam o Buscapé.

Mark Zuckerberg, quinquagésimo segundo homem mais rico do mundo, segundo a Forbes, e cofundador do Facebook, é o cara que mais inspira os atuais estudantes de computação. Se você ler o livro da David Kirkpatrick, editor de tecnologia da Fortune, descobrirá que Zuckerberg havia criado vários sites antes do Facebook. O Facemash, por exemplo, comparava as estudantes de Harward, a fim de eleger as mais bonitas. Envolver os internautas a ponto de viciá-los e promover o relacionamento virtual entre as pessoas sempre foram os objetivos deste jovem empreendedor.

Em 1998, mesmo ano em que tive a experiência com o compare.com.br, eu cursava a disciplina de linguagem de programação. O professor propôs um trabalho: desenvolver um software que buscasse em um banco de dados pessoas com características e hábitos semelhantes. O trabalho se chamava almas gêmeas. Embora o professor não tivesse pedido isso, eu e meu colega resolvemos construir o programa no formato de um site. Usamos a linguagem Perl, uma espécie de Pascal da Web, numa pura demonstração de escovação de bits. Lembro bem da euforia dos colegas de turma acessando o site no laboratório da universidade. Mas não passou disso. A crença era de que aquilo não passava de mais um trabalho acadêmico e só. O fato é que ideia todo mundo tem, mas não basta. Tem que saber desenvolvê-la, acreditar nela, perseverar e, sobretudo, enxergar o que os outros não veem.

Autor

Mestre em Informática Industrial e Bacharel em Informática. Professor Universitário e Consultor de Tecnologia da Informação. Diretor do Instituto Döll de Tecnologia e Educação. linkedin: http://www.linkedin.com/in/lucianodoll twitter: @lucianodoll

Luciano Döll

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