Carreira

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“O mercado sempre paga mais”… mas até quando?

publicado por Abner Biasotto

Profissionais de TI que buscam contra-cheques mais “gordos” vivem num cenário atual muito promissor. Crescimento aquecido e muitas vagas de trabalho disponíveis no mercado com ofertas de salário atrativas. Mas, até que ponto vale mudar de empresa buscando apenas um melhor salário?

Não é difícil achar vagas em sites de busca de emprego: programadores, analistas de sistemas, web designers, DBAs, analistas de suporte, gerentes de projetos…. A lista é vasta e a procura é intensa. Mudar de cidade e ter disponibilidade para viagens é algo comum e muitos profissionais não se importam com isso. De fato, alguns até preferem. É relativamente fácil mudar de empresa atualmente.

Pessoas que nasceram nas décadas de 80 e 90 (alguns se referem a outros períodos – meados de 70 à década de 90) fazem parte da geração Y, conhecida por alta rotatividade de trabalho, falta de comprometimento e foco, desespero por resultados imediatos e superficiais. Em resumo, algo que gestores de todas as áreas tem que lidar e gerenciar a rotatividade de seu time. Não é incomum receber currículos de profissionais que passaram por diversas empresas, ficaram pouco tempo em cada uma delas, acumularam experiências diversas, mas nenhuma em profundidade. Quando perguntado sobre a motivação para mudar de empresa, a resposta do candidato às vezes assusta: “Já estou há muito tempo executando a mesma atividade. 6 meses…”

Alta rotatividade é significado de maiores custos e menor produtividade. Dependendo do trabalho a ser exercido, a curva de aprendizado pode chegar a 6 meses antes que o profissional esteja 100% apto a executar o que lhe é proposto durante a contratação. Como gestores, medir a rotatividade e a razão desta é crucial para evitar que ela ocorra numa proporção maior que a esperada. Trabalhar para evitá-la, considerando as gerações dos profissionais e o que esperam enquanto funcionários, é fundamental.

O maior desafio, como gestores, é identificar profissionais que buscam melhores resultados, maiores desafios, crescimento contínuo e sólido, acúmulo de experiências para formação de uma carreira com bases fortes e evitar a contratação de “mercenários de TI”, como já ouvi algumas referências, que vão para a empresa que lhe pagar melhor.

O mercado sempre paga mais… As empresas atraem novos profissionais com salários interessantes e promessas de crescimento rápido. Porém, eventualmente, o mercado vai virar as costas para os profissionais que pulam de “galho em galho” pela simples razão: as empresas não querem ser apenas mais um galho usado para trampolim profissional. Experiências sólidas, principalmente na área de TI, fazem grande diferença no momento de escolher um candidato a uma vaga.

Autor

Abner Biasotto trabalha há 17 anos com TI. Atualmente é gerente de TI para clientes globais numa multinacional americana de telecomunicações. Estudante de MBA em Gestão Estratégica de TI na Fundação Getúlio Vargas e pós-graduado em Administração de Empresas também pela FGV. Certificado ITIL v3, Six Sigma Green Belt (voltada a gestão de serviços), IT Service Management baseado na ISO/IEC 20000 e MOF 4.0 (Microsoft Operations Framework) e com forte conhecimento em segurança da informação baseada na ISO/IEC 27002. Linkedin: http://br.linkedin.com/pub/abner-biasotto/0/953/31/

Abner Biasotto

Comentários

10 Comments

  • Excelente a forma que você coloca as palavras Abner, congrats 🙂

  • Olá, Abner

    Excelente artigo, bem rápido e suscinto nas suas palavras.

    Realmente o profissional de TI tem uma vasta “área” para percorrer, pois existem muitas vagas em aberto e empresas cada vez mais contratando. E um detalhe importante que você citou é a capacidade do “profissional” dessa “nova geração” que gosta de desafios: mudar de cidade, emprego, morar sozinho, entre outras, faz com que as empresas estão se cansando de profissionais que ficam de galho em galho.

    Está na hora de nós profissionais de TI nos “profissionalizarmos” realmente e sermos mais maduros, pois só assim o mercado enxergará o Especialista em TI “diferente” dos outros profissionais.

    A demanda é grande de profissionais, porém, o mercado está exigindo profissionais mais maduro e flexivel, o duro está para encontrar profissionais assim.

    Vamos ver daqui a 1 ano como estará o mercado, pois nossa área muda muito.

    Até

    Fabiano Gomes da Silva
    CEO do EmpregaTI
    http://www.empregati.com.br
    Twitter: @EmpregaTI

  • Ah sim, e as consultorias fazendo a festa, contratando PJ, sem décimo terceiro, férias, nada?

    Sem contar que, chegou aos 40, rua.

    TI é coisa de trouxa mesmo.

  • Salmão,

    que pena que pense assim. Se a TI não for a sua área, sugiro que mude e busque algo que lhe faça feliz.

    É claro que há consultorias que contratam como PJ, mas há também as empresas que contratam como CLT e com uma gama muito interessante de benefícios.

    Cabe ao profissional avaliar o que a contratação PJ implica (sem 13o salário, sem férias, etc) e programar parte do salário para uma poupança, previdência privada e recolhimento de INSS.

    O intuito do post acima é simplesmente elucidar sobre os profissionais que “pulam de galho em galho” por motivos meramente salariais. Em algum momento, o CV dessa pessoa não será interessante porque o empregador percebe quais os motivadores do profissional. E isso não vale só para TI. Pense nisso…

    Abraços,

    Abner Biasotto

  • Mercenários de TI???

    Querido Abner, não faço a mínima idéia de quanto você ganha por mês, mas se te oferecerem 2x por mês você não muda de emprego??

    Mercenário não, pessoas, pais de família e profissionais … e as empresas que se adequem aos padrões salariais de mercado ….

  • Carlos,

    obrigado pelo seu comentário.

    O artigo não se refere à pessoas que simplesmente mudam de emprego. Eu, particularmente, já passei por diversas empresas durante minha carreira e, atualmente, não mudaria de emprego apenas por motivo de salário. É claro que face à problemas familiares e a necessidade de sobrevivência, esse cenário muda.

    O que o artigo trata é das pessoas que mudam de empresa para empresa num curto espaço de tempo buscando apenas aumento salarial.

    Quando um empregador recebe um curriculo de um candidato que passou por diversas empresas num período curto de tempo, isso pode ser um fator que vai contar contra o candidato. É essa a referência aos “mercenários de TI”. Pessoas que usam empresas como trampolins para outras empresas e assim por diante.

    O fato a se pensar é: “até quando os empregadores vão receber essa pessoa, percebendo que vão pular rapidamente para outra empresa?”.

    Também não retrato no artigo o fato das empresas não se adequarem aos padrões salariais de mercado. Essa é uma outra variável.

    Peço desculpas se fui mal interpretado e se causei más impressões.

    Grande Abraço,

    Abner

  • Olá Abner,
    Olá Salmão, Carlos, Fabiano e Fernanda
    Curioso é que acho que vcs todos tem razão. Cada qual sob um ponto de vista.
    Em meu artigo Prostituição x Regulamentação x Qualificação tratei um pouco de técnica e um pouco de estórias.
    Mas há uma estória que o Abner me lembrou.
    Minha cidade natal tem como lema da bandeira Recanto Feliz.
    Só descobri isso depois de quase velho.
    Sem saber deste lema, passei até os 34 anos buscando um lugar onde pudesse fazer carreira. Estourei meus limites de promoção em tres empresas entre 6 a 9 anos cada.
    Larguei cada qual pois não me faziam feliz.
    Resolvi virar consultor ou prostituto de luxo (desculpem). A cada trabalho conquistado, aumentava o preço para descobrir limites do mercado. Cheguei a US$400.00 a hora. Se não fosse o Plano Collor que destruiu o mercado, acho que teria chegado a R$1.000.00 ou R$2,000.00 quem sabe.
    Mesmo assim ganhei dinheiro recuperando empresas quebradas. Mas optei finalmente por voltar à terra natal e investir em pesquisa. Obtive Prêmio Sucesu como um dos tres cientistas do ano. E fiquei quebrado.
    Hoje vivo, depois de voltar para BH e reconstruir minha vida, vivo modestamente e trabalho com voluntariado em inovação e TI. Poderia ter ficado rico. Mas acho que sou feliz. Será que errei?
    Desculpem ter espichado demais.

  • Olá a todos,

    Gostaria de expor aqui que nossos estagiários não suportam agüentar sequer seis meses para aprender a programar e já buscam salários de 2k, 3k, tudo porque o mercado paga! Os caras não colocaram NADA no ar, NUNCA participaram do começo ao fim de um mesmo projeto e já ficam o dia todo buscando “melhores oportunidades”.

    Nossa empresa possui um sistema extremamente complexo com grande custo de treinamento e a questão da rotatividade dói muito. Para cara pessoa contratada avaliamos de 30 a 70 pessoas, mesmo para estágio. Precisamos de pessoas comprometidas, que aceitem valores que possamos pagar (que diga-se de passagem são até acima da média) e que estejam dispostas a ficar um longo período. Mas parece que a cada nova semana fica cada vez mais complicado achar esse profissional.

    Simplesmente não sei qual é a saída.

  • No começo de carreira pulei de galho em galho atras de um melhor salário e empresa, em uma delas sofri uma grande decepção, mas consegui dar a volta por cima e hoje estou em uma empresa com um ótimo ambiente e remuneração.
    A questão de tantas vagas abertas no mercado, é o tanto de conhecimento exigido pelo profissional (php, java, sql, server, linux, maquina do café, etc) principalmente profissional no inicio de carreira.

  • Fala amigo Abner,

    Eu entendo sua visão mas acredito que é um pouco diferente disso. Não equivocada por estar errada, mas sim por está generalizando como se fosse a maioriaSim os profissionais de TI buscam salarios altos, mas não sei se são mercenários. Eles procuram a valorização de seu trabalho procurando serem menos escravizados pelos “senhores feudais”(empresarios).
    Acredito que ao mudar de emprego, o profissional tem alguma coisa que o incomoda na atividade atual. Geralmente quando é salario, é devido a falta de desafios. Claro que você como gerente tem muito mais base para falar deste assunto que eu que tenho apenas 24 anos. Mas minha opinião é formada pelos grupos de trabalho no qual ja trabalhei. Eu também ja sai com 7 meses de uma empresa por ja estar enjoado de uma determinada tarefa, ter falado com o meu superior sobre isso, e o mesmo não conseguiu me ajudar com novos desafios.
    Mas é só uma opinião, não é uma critica.
    um abraço.

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