Estou no mercado de trabalho desde 1995, atuando em diversos cargos de gerencia. Tive a oportunidade de trabalhar com profissionais das mais diversas formações e experiências. Com o passar dos anos, foi perceptível a “evolução” de muitas ações. O avanço da tecnologia ditou varias tendências, mudando a forma de agir e ver o mundo. Hoje tudo é fast, sendo possível comunicarmos com pessoas em inúmeros lugares do mundo. As reuniões são mais dinâmicas. A tecnologia parece ser a solução para todos nos nossos problemas. Tanto em nossas casas, quanto na empresa, já não vivemos sem um dispositivo tecnológico. Mas o que está errado?
Na década de oitenta era difícil a comunicação de longa distancia, já que nem todos tinham telefone fixo. Hoje temos celulares e quando queremos falar com alguém, muitas vezes cai na caixa postal. Usamos as redes sociais, e muitas vezes, os contatos estão off line. Antes quando tínhamos um trabalho escolar para fazer, íamos direto para a biblioteca, hoje, vamos no google. O fruto disto constatei em uma reunião que participei. Um profissional quis citar uma frase de um autor, mas mencionou o autor errado. Perguntei onde havia pesquisado: Disse que foi no google. Hoje as pessoas tem como guru o “google”. Nem se dão ao trabalho de ver a fonte.
Para melhorar, muitos profissionais não se envolvem com as atividades desempenhadas, pois a realizam juntamente usando algum meio eletrônico (smartphone). Desta forma, os profissionais agem como se fossem um “avatar”. James Cameron com certeza deve ter estudado muito para realizar essa grande produção. O pior, é que, o mundo de fantasia, esta sendo, o que deveria ser o real. Muitos realizam suas atividades e nem sabem o que estão fazendo. Trabalham mecanicamente. Estão off do mundo real. Talvez seja por isso que tem muitas pessoas descontentes no que fazem. Deve ser muito ruim fazer algo de forma superficial.
Na sala de aula infelizmente o cenário não é diferente. Nas aulas que ministrei, constatei o mesmo ambiente. Com vários agravantes. Alunos com dificuldade de comunicação, ou seja, de expressar o que pensa. Ao utilizar muito os meios eletrônicos para isso, ficam inibidas de olhar no olho de outras pessoas e dizer o que pensa. Por escrever utilizando os meios eletrônicos, tem dificuldade de elaborar uma redação. Isto se deve pelo fato das redes sociais usarem uma linguagem própria. A caneta e o lápis esta virando um artigo de luxo. Quando tem que fazer um trabalho, não pesquisam a fonte no google. O que propicia um entendimento errado sobre o tema abordado. Juntando tudo isso, podemos englobar um ensino médio e fundamental fraco, em que muitos não sabem nem realizar um calculo de porcentagem. Mas nem vou me aprofundar nesta questão.
Vivemos num ambiente que deveríamos estar desfrutando a mais plena satisfação. Tendo mais tempo para a família e para as coisas que gostamos. Mesmo porque, tudo é mais rápido, fruto da tecnologia. Mas não é o que tenho presenciado atualmente.
[Crédito da Imagem: Influência da Tecnologia – ShutterStock]
Ótimo artigo, Marcos. Concordo plenamente com suas palavras. Hoje em dia, as pessoas passam a maior parte do tempo usando seus smartphones. Não percebem o mundo ao seu redor e agem como se o universo existisse apenas na “palma da sua mão”. Basta atentarmos para o fato de que uma pessoa interrompe facilmente o seu banho, ou seu almoço, para atender a uma ligação. Qualquer chamada é motivo para parar tudo que se está fazendo. Será que isso é realmente necessário?
Pois é, chegamos na era que Albert Einstein temia e ilustrou há muitos anos atrás em sua famosa frase: “Eu temo o dia em que a tecnologia ultrapasse nossa interação humana, e o mundo terá uma geração de idiotas”.