Na atualidade, devido à conscientização acerca da degradação ambiental, um tema que assume lugar de destaque no cenário empresarial é a questão do desenvolvimento sustentável. Os discursos ambientalistas estão presentes no domínio público e temas ambientais são discutidos e aparentam estar sendo assimilados em diferentes esferas: na política, na economia, na cultura, na educação e também no que se refere às tecnologias da informação. Por outro lado, não parece estar havendo reversão das práticas que provocam degradação do ambiente e é sobre a contribuição que a TI pode dá para minimizar essa degradação que vamos tratar nesse artigo.
Vivemos na chamada “Era da Informação”, onde a cada ano são consumidos mais e mais produtos tecnológicos decorrentes do rápido e constante avanço da ciência na criação de novos dispositivos, soluções inovadoras e equipamentos portáteis, que chegam para facilitar a vida das pessoas no ambiente de trabalho e fora dele. Entretanto, o consumo inconsciente provocado por estes avanços, não só na área de tecnologia da informação como em todas as áreas de desenvolvimento, nos obriga a pensar sobre as futuras consequências que este ato pode provocar no decorrer deste consumo desenfreado.
Se por um lado as empresas de TI devem pensar em soluções que alavanquem o processo de desenvolvimento social e tecnológico da sociedade por outro devem estar preparadas e conscientes em desenvolver produtos levando em conta diversos fatores da sua cadeia de produção, desde a responsabilidade ambiental de seus fornecedores, passando pelos materiais que compõem seu próprio produto até o destino dados pelos consumidores dos seus produtos, após o término da sua vida útil.
Uma forma de controlar as empresas na implementação de políticas de sustentabilidade na condução de seu negócio já é efetuada pelo “Guide to Greener Electronics” (Guia para Eletrônicos Verdes), uma publicação periódica da ONG Internacional Greenpeace.
A obra é fruto da preocupação com o rápido crescimento do volume de resíduos eletrônicos no planeta. Nesse guia encontra-se um ranking das grandes empresas de tecnologia do mundo, fabricantes de equipamentos eletrônicos, de informática e telefonia móvel, levando em consideração vários fatores, entre eles a utilização de substâncias tóxicas como mercúrio, chumbo e cádmio na fabricação dos seus componentes eletrônicos e a adoção de processos de reciclagem para seu lixo tecnológico.
Atualmente cresce o número de empresas de TI que iniciam suas ações verdes com a busca pela redução de custos com energia elétrica com aquisição de equipamentos que contribuam para esta redução, mas logo expandem suas ações para a eficiência dos materiais e a redução de gastos na produção. Segundo estimativas da Gartner Group os gastos com energia elétrica podem chegar a 50% do orçamento de tecnologia de uma grande organização.
Mas por onde começar um programade TI verde? Para o Gartner Group, a equipe de gerenciamento de TI de cada empresa deve primeiramente decidir as prioridades e o escopo do seu programa ambiental e posteriormente definir as métricas que conduzirão às melhorias, mudanças de comportamento e inovações.
Uma vez definidas as métricas e seus valores aceitáveis, é muito importante o acompanhamento dos executivos quanto à variação destes valores em determinado período de tempo, ou seja, deve haver um controle do programa ambiental de TI e uma avaliação constante de como a área de tecnologia está contribuindo para melhorar o desempenho ambiental de suas operações, refletindo em seus negócios, produtos e serviços.
As áreas de TI devem estar sempre buscando oportunidades para adotar novas contribuições onde quer que sejam apropriadas, como por exemplo, com relação à emissão de dióxido de carbono, podem ser alcançadas reduções através de programas de diminuição de viagens e deslocamentos substituindo-os por videoconferências ou troca de e-mails e mensagens eletrônicas instantâneas.
Precisamos saber que Tecnologia da Informação e Sustentabilidade são conceitos que podem perfeitamente caminhar juntos, com planejamento, responsabilidade social e, acima de tudo, com bom senso, sempre vislumbrando um mundo melhor para os habitantes deste planeta.