Quando eu comecei nesta área hoje chamada de Tecnologia da Informação, a grande questão era como facilitar ao máximo a vida das pessoas. Hoje Tecnologia passou a ser uma espécie de “Commodity”, ou seja, é mais ou menos como sabão em pó e detergente. Todos servem para lavar. Um lava roupas e o outro louças. Não importa muito a marca. O efeito acaba sendo o mesmo. Pelo menos é assim que percebemos.
Tecnologia está meio assim. Você quer comprar um telefone ? Centenas de opções. Computador ? Mais centenas de opções. O detalhe é que esquecemos dos usuários da tecnologia. Esquecemos das pessoas.
Prometemos milhares de funcionalidades embutidas num telefone celular. Mas esquecemos que as pessoas podem ter dificuldades em usar a tecnologia. E os exemplos não param. Desde funções num software que ninguém usa ou mesmo sabe como usar, até coisas que nem realmente precisamos, como um leitor de código de barras na geladeira de casa, para acompanhar o consumo dos produtos e facilitar a lista de compras.
Um controle remoto de um TV hoje tem pelo menos 150 botões. Para que tantos ? Normalmente o que queremos é ligar, mudar os canais, aumentar ou diminuir o volume. E quantos aplicativos você realmente usa no seu telefone ? Seja um Blackberry ou um iPhone. Você não precisa de tanta coisa assim.
Na área de TI, temos criado siglas e conceitos e agora as pessoas se sentem perdidas e sufocadas, sem saber direito o que querem, o que precisam e o que funcionaria para elas. Deixamos as pessoas para trás na busca de tecnologia pela tecnologia. Não fazemos mais tecnologia para ajudar as pessoas a resolverem seus problemas, mas criamos tecnologia para fazer mais tecnologia. E isso vai acabar. Simplesmente porque as pessoas não irão mais comprar uma coisa que não sabem se querem, se serve para elas ou se simplesmente não irá adiantar de nada.
O próximo estágio da Tecnologia será a tecnologia “Ad Hoc”. Aquela específica para uma finalidade, capaz de ser afinada para cada indivíduo. E o dispositivo que permitirá isso será o celular. Tudo que você precisar estará lá, na forma de aplicativos. Bem desenhados, fáceis de usar e específicos. Desfrutem.
Silvio… Mandou bem!
Canso de ver pessoas reclamando de celulares de última geração. Há tantos recursos que as funcionalidades básicas, são esquecidas. Se tornam complicadas e em alguns casos, realmente inacessíveis.
Sou frequentemente consultado por amigos e colegas, que demandam por orientação na compra de um novo aparelho celular ou computador, como alguém demanda por água num deserto africano. Aliás, esta “brecha” tem gerado algumas oportunidades (conheço meia dúzia que trabalha como espécie de “consultor” para esse tipo de público sedento).
Ótimo artigo!