Já tentou explicar para um técnico que a solução maravilhosa que ele desenhou é cara demais e não tem viabilidade financeira para ser comercializada? E convencer um executivo que, mesmo se tivermos todos os profissionais do mundo, ainda assim é impossível migrar um ambiente inteiro com inúmeros sistemas em um final de semana?
Os profissionais ainda não entenderam que não é possível olhar apenas para o próprio umbigo e esperar ser entendido falando, para os mais diversos interlocutores, com seu vocabulário ‘bairrista’.
Não é de hoje que o mercado clama por um profissional que consiga fazer a comunicação entre os executivos e os técnicos. Algumas empresas, com o objetivo de resolver essa situação, criaram departamentos inteiros e investiram pesado em treinamento, visando encurtar a distância entre a área de TI e de negócios.
As faculdades ouviram o mercado e estão oferecendo cursos que ensinam o “executivês” aos profissionais oriundos de TI. O resultado tem sido tão positivo que muitos profissionais dessa área, ao fim do curso, migram, em definitivo, para o campo de negócios. O triste da história é que este profissional, ao invés de ajudar na interlocução das áreas, em pouco tempo, torna-se mais um a colocar lenha na fogueira das desavenças entre elas.
Será que existe solução para esse eterno desentendimento?
Sim, existe! Embora alguns esclarecimentos sejam necessários. Por mais que TI seja uma área cada vez mais importante nas corporações, ela não é a geradora de receita, mas sim um meio para que isso aconteça. Portanto, por mais importante que ela seja, não é mais do que a área de negócios.
Como é impossível e desnecessário ensinar o “ tecniquês ” para a área de negócio, até porque eles são, necessariamente, os clientes, resta à área de TI sair do casulo e entender o que o seu cliente deseja, compreender o que ele precisa e entregar o que irá atendê-lo.
Um bom começo é incluir no currículo escolar dos cursos de tecnologia a matéria sobre negócios. Da mesma maneira que é mandatório aprender inglês e espanhol, é fundamental que os jovens técnicos entendam desde a sua formação como as companhias funcionam.
Para os profissionais experientes, lideres e gestores, a melhor opção é voltar para o banco da escola para obter o conhecimento necessário de negócios, não apenas para atender seu cliente, mas também para aumentar a sua empregabilidade.
Conhecer a área de negócios é tão ou mais importante do que ter um mar de certificações ou MBA em tecnologia. A necessidade do conhecimento não é apenas para garantir a sua empregabilidade, muito mais que isso, é para aumentar as possibilidades reais de ascensão no organograma organizacional.
Afinal quem você acha que será promovido: o que convence o CEO na língua dele ou o que não consegue nem se comunicar com ele?
[Crédito da Imagem: ShutterStock]
Querido amigo Parada!
Mais um excelente artigo!!
Esses chavões tornam qualquer tipo de conversa um tanto chata.
Quando vou em algum evento de TI, parece que converso com robozinhos: “Você conhece tal ferramenta? Ela é uma solução que vai gerar qualidade para o seu core business”…. Muda de pessoa e a frase é a mesma… Parece que fazem questão de falar esse discurso decorado… Acho muito chato… Em marketing o nosso chavão preferido é relevância: “Porque o produto/serviço precisa ser relevante”,”conteúdo relevante é a nossa marca” e blá,blá blá… Td bem, pode até ser, mas discurso decorado é muito chato.
Abraços,
Pri