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No que a arte clown pode lhe ajudar?

publicado por Leandro Rasia

Figura - No que a arte clown pode lhe ajudar?Sou formado na área de tecnologia, com MBA em Gestão e hoje Coach Profissional.

Há dois anos, atuei como palhaço (clown) em um trabalho voluntário de um hospital. Foi uma das experiências mais enriquecedoras que tive ao longo de minha vida, pois aprendi coisas que jamais aprenderia sem fazer o que fiz.

Mesmo tendo pouca ou quase nenhuma qualificação para esse cargo, já que nunca havia feito nenhum curso de teatro ou mesmo de clown, é incrível como a mágica do palhaço acontece de forma inusitada à nossa frente.

Considerando ainda que meu perfil era muito tímido, daqueles que preferia observar a aparecer, imagine você como isso foi difícil. Um perfil adequado para negócios, metas e tecnologias, mas péssimo para ser um clown. Mas havia algo de positivo nisso tudo: eu tinha um bom perfil imaginativo. Sabia “viajar na maionese” e isso foi uma grande arma para minhas atuações junto aos pacientes. Tive a honra de atuar por um momento com o grande Patch Adams, quando em visita ao nosso humilde trabalho voluntário em Porto Alegre, e aprendi muito com ele.

Mas de tudo que aprendi com a arte clown, o mais importante foi o desenvolvimento da competência do “vazio”. Estar no vazio é se lançar de cabeça e de olhos fechados nos infinitos campos do improviso.  Quando me jogava no improviso, ao entrar em um local com a mente vazia e a sensibilidade à flor da pele, conseguia sentir para onde ir. As soluções eram criadas em conjunto com os pacientes e, muitas vezes, fornecidas por eles mesmos. Era como parar na areia em frente ao mar, fechar os olhos e sentir o vento, de onde ele vem, qual a sua intensidade e temperatura, qual o cheiro que ele traz, os sons que carrega…

Atuar no improviso é estar receptivo para o bom e para o ruim. Saber criar a sinergia entre o positivo e o negativo, e transformar tudo em algo bom. É não criar julgamento e não criar expectativas.  Há um forte sentimento de conexão quando se entra nesse estado.

E conforme fui atuando como clown e aprendendo a estar no vazio, percebi que isso poderia ser aplicado na minha vida profissional. Junto aos meus projetos, meus clientes e colaboradores. Percebi que ao atuar no vazio, poderia criar soluções rápidas e efetivas, que levassem ao positivo sempre, independente da situação. Aprendi que estar receptivo gerava comprometimento das equipes e dos clientes. Vi que todos podiam evoluir para algo melhor sempre que isso acontecia. Estar sensível às forças em volta me permitiam gerenciar melhor o ambiente, intervir com a inovação aonde fosse necessário e reforçar o que estava indo muito bem. Ficar isento de julgamento e perceber que cada um faz o seu próprio caminho. Criar soluções junto aos clientes, em momentos de vendas, aonde chegamos ao que eles efetivamente querem.

Se eu consegui incorporar um clown, tenho certeza que você também pode fazê-lo. Tenha coragem e faça. Busque um curso, faça uma oficina de clown, os quais sempre estão disponíveis pelas cidades afora. E se lance ao vazio e ao improviso. Você será um profissional muito melhor, pois será uma pessoa muito melhor ao descobrir o que existe de mais bonito e forte dentro de nós e entre nós.

Hoje, não atuo mais como palhaço, mas o palhaço ainda vive em mim. Em diversos momentos ainda chamo ele à tona, quando preciso. Um dia, quem sabe, ele não retorna de novo à vida, para alegrar o cotidiano de quem precisa, sejam eles profissionais, amadores, doentes do corpo ou da alma…

[Crédito da Imagem: Clown – ShutterStock]

Autor

Leandro Rasia é presidente e fundador da Sense Coaching e da EDH – Escola de Desenvolvimento Humano. Coach de negócios e de vida, com mais de 4000 atendimentos de coaching. Master Practitioner em PNL, com chancela da Universidade da PNL (NLPU), de Robert Dilts, na Califórnia-EUA. Graduado em Informática pela PUCRS e Pós graduado em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Um facilitador do desenvolvimento humano, que tem por missão auxiliar as pessoas e organizações a evoluírem e se transformarem.

Leandro Rasia

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