Carreira

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Incompetência ou falha na Aprendizagem?

publicado por Rafael Sá Oliveira

Uma pesquisa realizada pela IBM com 1,5 mil empresas de 33 setores, sendo 66 delas brasileiras, realizada no primeiro semestre desse ano apontou dados alarmantes.

Entre os presidentes das empresas brasileiras entrevistadas, 71% definem a escassez de talentos como uma grande barreira para o crescimento da economia, um número bem acima dos 58% encontrados na média mundial.

Ainda nesta pesquisa, 50% dos CEOs brasileiros apontaram que a competência das pessoas será o fator externo que mais irá impactar o crescimento da empresa; enquanto a média global ficou em 37%.

O temor é tamanho, que algumas empresas já estão formulando seus planejamentos estratégicos levando em consideração a falta de profissionais capacitados no mercado.

Esta pesquisa vem nos alertar para uma das causas raízes destes resultados: O Ensino superior no Brasil.

Nos últimos anos ocorreu um “big bang” no crescimento das faculdades privadas no Brasil, o que ofereceu oportunidades de desenvolvimento intelectual para diversas pessoas, em virtude do baixo custo e da localização acessível das instituições. E não entrando no mérito das faculdades de baixa qualidade, esta proliferação foi de grande valia para a população que sempre padeceu para transpor o funil dos vestibulares, no intuito de alcançar uma vaga no restrito quadro das Universidades Públicas.

Em paralelo, o modelo de educação e as disciplinas oferecidas nos cursos superiores, sejam eles públicos ou privados, formam profissionais com eficiência em conhecimentos executores, técnicos e operacionais, mas falham na hora de aprimorar as competências necessárias ao profissional que o mercado atual exige: Liderança criativa e motivadora, perfil inovador, relacionamento interpessoal, que assuma riscos calculados e que tome decisões rápidas.

Ao contrário dos modelos de cursos MBAs (Master Business Administrations) Norte-americanos e Europeus, os cursos de graduação e pós-graduação brasileiros, raramente possuem em sua grade, disciplinas que estimulem os alunos a fim de desenvolvê-los como profissionais do novo mundo, daí vem a ineficiência das empresas ao buscar a contratação de pessoas com as habilidades necessárias a um líder, isto porque a quantidade destas, é inversamente proporcional aos executores e técnicos que saem das faculdades.

É sabido, que uma mudança no quadro atual da Educação no Brasil, levará muitos anos para acontecer, e não há tempo para esperar. Esta pesquisa, deve servir como um fator motivador às gerações que vivenciam as mudanças do mercado atual, na busca incessante, fora das salas de aula, de novas formas de aprendizagem e aprimoramento pessoal na busca pelo perfil “Líder”: qualidades e atributos que são exigidos pelas empresas.

O mercado é cruel e seleciona a todo o momento os mais aptos. Sendo assim, o indivíduo que visa se destacar no mercado de trabalho e não deseja ser apenas mais um na multidão, precisa empregar 110% de sua vontade, dedicação, tenacidade e tempo, para se aperfeiçoar e gerar assim grandes oportunidades, não esperando adquirir as altas habilidades exigidas pelo mercado através do ensino técnico e objetivo das faculdades. Desta forma, aqueles que correm atrás, estarão sempre preparados para enfrentar os desafios e obstáculos apresentados pela vida coorporativa.

E você, tem feito sua parte?

Autor

RAFAEL SÁ OLIVEIRA Gestor de TI, com 12 anos em TI, adequado e certificado nas boas práticas da ITIL® , CobiT®, ISO 20000 e Balanced Scorecard , com conhecimento em Gerenciamento de Projetos, Gerenciamento de TI, Administração Estratégica, Gestão de Pessoas e de equipes de alto desempenho, treinamento e capacitação de equipes. ✔ rsobsb.comAbout.meLinkedInTwitter

Rafael Sá Oliveira

Comentários

10 Comments

  • De muita relevância o que você menciona no seu artigo, Rafael. Muitas instituições de ensino superior falham por não preparar seus acadêmicos para a vida corporativa e, estes, nem sempre se preocupam em estar aptos às necessidades do mercado.

  • Obrigado Daliane por sua contribuição e elogio! Abração!

  • Bem, eu acho que o problema é mais complexo….

    Claro que existe o problema do ensino, mas também acho que as empresas não estão adequadas para recrutar o novo tipo de profissional que esta surgindo, a chamada geração Y.

    É preciso um método diferente, e eles insistem em manter velhos hábitos, com pessoas truculentas no comando.

    =)

    • Concordo com Alvi.

      Acredito que o problema é bem mais complexo. Exemplo de incompetência: A pouco tempo, sai de uma empresa que atravessava por um problema muito grande, a gestão.

      Sai de lá antes que o problema ficasse ainda pior. Resumo: a empresa precisou mandar boa parte dos funcionários porque não teria como sustentar. Tudo por falta de projetos.

      Falo que o problema está na gestão por vários motivos: falta de credibilidade com os clientes – e até mesmo com os funcionários, atraso nas entregas, produtos sem qualidade, e sem falar no péssimo relacionamento interno.

      Uma empresa pequena, mas como qualquer uma, com grandes chances de crescimento.

      Lamentável que empresas sigam por estes caminhos. Não conseguem enxergar os seus problemas e acreditar que está em seus funcionários.

      😉

    • Alvi e Anderson… concordo com vocês e coloquei no texto que a Educação era apenas uma das causas raízes.

      Além dos relevantes problemas citados por vocês, também acrescentaria a falta de políticas para retenção de talentos, a falta de treinamentos para as pessoas que já fazem parte do quadro e que podem se tornar o profissional que a empresa busca e além disso tem os alunos que as vezes se acostumam com o Ensino Médio e querem tudo mastigado no ensino superior também.

      Enfim, são inúmeros fatores que desencadeiam a falta de profissionais no mercado, porém se o problema começa na educação… pra frente tudo fica bem mais complicado!

      Aliás as eleições estão ae pra nos mostrar o que acontece quando a falta de educação, de conhecimento e de habilidades impera na sociedade… mas isso é tema para outra matéria rs

      Grato pela contribuição de vocês!
      Ótima noite!
      Abraço!

  • Excelente Artigo Rafael!!!

  • Concordo com a relevância da matéria, mas faltou citar o papel das empresas na qualificação profissional.
    Não é possível ter experiência sem trabalho, isto gera um círculo vicioso onde a empresa não contrata sem experiência, e o novato não consegue emprego porque não tem a bendita.
    Este problema é maior em funções que requerem uma especialização muito exclusiva, onde só a empresa detém a tecnologia, por exemplo.
    Mas felizmente, vemos muitas empresas adotando programas de qualificação, como estágios (não aqueles que são mão-de-obra barata) e trainee. Mas podemos perceber que as poucas vagas boas são muito concorridas e acabam absorvendo os mais qualificados, deixando novamente os novatos para trás.

    • Obrigado Paulo, fico feliz que tenha gostado!!!

      Denilson, agradeço sua participação e sua opinião… concordo com você, exigir experiência de quem acaba de entrar no mercado é bem complicado e acaba ceifando ótimos profissionais!!!

      Abraço!!

  • Concordo plenamente que a grade na graduação é falha. Não formam-se líderes. Lembro-me de um discurso de um professor de empreendedorismo que dizia que ser empregado era a melhor coisa do mundo.Essa é a realidade dos cursos universitários que temos.E cada qual que busque sua qualificação .

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