O conceito PACS, além de preencher a lacuna quanto a armazenamento e distribuição de imagens, possui alguns outros atores. Para que existisse um padrão na comunicação entre aparelhos, foi criado pela American College of Radiology Manufacturers Association o protocolo DICOM – Digital Imaging and Communications in Medicine. Com isso, a facilidade via mesmo dialeto, foi alcançada. Outro protocolo padrão também foi criado, o HL7 – Health Level 7 – que é usado para padronização da linguagem médica. Informações são repassadas para centros médicos sobre pacientes, medicamentos e outros, em grande parte, constituídas de termos técnicos médicos, utilizando deste protocolo. O HL7 veio para universalizar a linguagem médica, eliminando a necessidade de um conversor de termos. Somando-se a esta estrutura, encontram-se o HIS (Hospital Information System), responsável pela administração da unidade, sendo esta explicação sucinta e o RIS (Radiology Information System), sendo responsável pela interação direta dos laudos textuais às imagens, também de forma resumida. O fluxo no qual o PACS se contextualiza nada mais é do que todo o fluxo já existente, ou seja, o PACS passa a ser parte integrante e transparente, desde o agendamento do exame até a distribuição das imagens.
A infraestrutura de rede de computadores possui papel importante. Exemplificando, o segmento de rede compreendido entre uma estação de trabalho e um DICOM Server deve possuir tráfego a 1gbps/seg, no mínimo. O tempo de visualização da imagem pelo médico radiologista deve ser o mesmo tempo (ou melhor) em relação à disponibilização da película em um negatoscópio. Daí o surgimento de mais uma unidade de medida: tempo de negatoscópio. Para tanto, a disponibilidade de equipamentos corretamente dimensionados, como também um caminho satisfatório pelo qual a imagem irá trafegar e tal comunicação estabelecida, devem vislumbrar um canal principal de fibra óptica entre os switchs, um backbone. A figura 1 ilustra como se deve dar tal comunicação.

Alguns outros acessórios também se fazem presentes. Ditado digital, visualizadores de imagens DICOM amigáveis e poderosos, reconhecimento de voz, compactação de imagens com ou sem perda, recuperação de imagens transparente ao usuário final, controle de fluxo de laudos são integrantes facilitadores para a execução das tarefas.
Outro fator fundamental no processo é a worklist, ou lista de trabalho. Consiste em enviar para o servidor de imagens a informação que determinado paciente realizará determinado exame em determinada modalidade. Isso tudo de forma automática e transparente aos usuários sem a interação humana, evitando retrabalho como também possíveis falhas de transcrições. Assim, o médico radiologista passa a visualizar, de forma rápida e eficiente, quais serão as suas atividades. Na figura 2, o fluxo da imagem é demonstrado, desde a chegada do paciente à instituição até a finalização do laudo, com saídas diversas que funcionam por demanda, ou seja, somente se utiliza dos recursos finais quando há necessidade real.

Quando da contratação de um determinado produto PACS, é importante estar sincronizado com o fornecedor da solução. Além do mesmo fornecer o suporte necessário à avaliação da estrutura física, deve também sugerir o tempo de resposta ideal, visando garantir a produtividade. Faz-se necessária também à garantia de distribuição via tele radiologia e PEP, com a mesma velocidade e ferramentas adequadas para apoio ao diagnóstico via web ou nas unidades assistenciais (unidades fechadas, unidades abertas, consultório médico e emergência). A infraestrutura e o poder de processamento dos equipamentos, ou seja, meio físico, computadores e ativos de rede de computadores devem ser adequados para tanto. O modelo de questionário a seguir deve ser aplicado, visando obter do fornecedor as respostas quanto à sua atuação. Os questionamentos pertinentes são: Homologação da infraestrutura; acompanhamento remoto do ambiente (quanto a servidores); conhecimento específico quanto ao objeto do negócio; integração com sistemas RIS / HIS; agilidade para customizações; integração com RIS existente; worklist entre HIS, RIS e PACS; integração entre sites através da própria infraestrutura PACS; interface para diagnóstico e visualização amigável; gestão do armazenamento on line por modalidade ou espaço em disco; gestão de recuperação do nearline; gestão de identificação e recuperação do off line; recuperação de imagens antigas de um paciente – conforme agendamento; workstation de visualização; workstation de diagnóstico; recuperação de imagens com desempenho adequado ao trabalho do médico; processo de distribuição inteligente para estações de diagnóstico, estações de visualização e PEP; administração transparente ao usuário final e amigável para o administrador PACS, de dados near e off line; impressão de imagens; modalidade de backup; utilização de compressão por modalidade; utilização de compressão por procedimento; GED – digitalização de documentos externos e associação com o prontuário do paciente; customização de estação de trabalho (workstation) por médico ou modalidade; segurança obedecendo ao HIPAA (Health Insurance Portability and Accountability Act); ferramenta de auditoria; tratamento no trânsito das imagens entre as estações; hardware e software dimensionados por finalidade; treinamento para o administrador PACS; tecnologia key image – armazenamento de imagens desejadas; prefetch customizado; visualizador via web para médico assistente via acesso remoto e intranet, com desempenho satisfatório na transferência de dados e qualidade para diagnóstico; disponibilidade para utilização de teleradiologia e telemedicina; interface amigável com funções necessárias para diagnóstico e versão tropicalizada para web; interface amigável com funções necessárias para diagnóstico e versão tropicalizada para visualizador DICOM; disponibilidade para conferência via web (chat); sistema de colaboração visual, informação compartilhada e interação; processo de segurança / integridade dos laudos / imagem; streaming na transferência de dados via web; previsibilidade para raios-X; previsibilidade para tomografia computadorizada; previsibilidade para ressonância magnética; Previsibilidade para PET CT; Previsibilidade para ultrassonografia; previsibilidade para medicina nuclear; previsibilidade para endoscopia; previsibilidade para hemodinâmica; previsibilidade para mamografia.
PACS é muito mais do que um processo meramente tecnológico, mas sim uma filosofia, que necessita de metodologias específicas para implantação de um novo paradigma. Espera-se que o sistema implantado possa melhorar o fluxo de trabalho e ampliar o número de exames por modalidade, bem como aumentar a produtividade dos médicos e técnicos, além de reduzir os custos (filmes, espaço físico e recursos humanos) impulsionando a preparação para o ambiente de trabalho sem papel e sem filmes, contribuindo inclusive com o meio ambiente.
[Crédito da Imagem: Pacs – ShutterStock]