Bom dia, boa tarde, boa noite.
Mudando de pato para ganso. Em nosso último episódio havia ameaçado falar para vocês desta arquitetura de desenvolvimento moderna e revolucionária dos anos 90: a cliente servidor. Para começar este assunto vou falar sobre a morte dos browsers.
Eu acredito que mais dia, menos dia, o browser (como o conhecemos) não existirá mais. Não é uma profecia sensacional ou um grande insight de minha parte. Se analisarmos o motivo do nascimento, a evolução dele e a evolução das tecnologias de conexão (velocidade, compactação etc.) e de armazenamento e processamento, veremos que é uma afirmação bastante óbvia.
O browser surgiu como uma forma de diminuir o volume de tráfego entre dois pontos. Sua importância histórica é indiscutível: sem ele a internet não teria saído do campo acadêmico ou militar. Desde o NetScape, o primeiro grande browser a tentar lutar contra o IE (que era horrível), até o Chrome que, junto com o FireFox, continuam lutando contra o IE (que continua horroroso, mas está na versão 9) eles são peça obrigatória.
Mas todos perderão a batalha. Perderão para os aplicativos construídos na moderna arquitetura cliente servidor, que havia sido praticamente abandonada quando a internet começou a ganhar ares profissionais (em meados da década de 90 e no Brasil um pouco mais tarde, no final da década de 90).
Sim, a evolução (tecnológica ou não) é uma espiral e não um gráfico de linha com dois eixos (evolução, tempo). A mobilidade sempre foi desejada e necessária, por isso a invenção da tocha, do carro, de instrumentos de escrita que não nos prendessem em mesas e por aí vai. A humanidade é móvel.
E as APPs (como são conhecidas) nada mais são que aplicativos ocos. Sem dados. Estes sim trafegam na internet, saindo de seus enormes bancos, hospedados na grande nuvem, e alimentando milhões de dispositivos diferentes. A disputa agora é pelo dispositivo e desta vez a Microsoft está atrasada. As APPs são os velhos CLIENTES e os SERVIDORES estão em algum local na nuvem, quem sabe aí do seu lado mesmo.
E me respondam: quem prefere usar, no browser de seu celular, um aplicativo genérico e sem especialização, em detrimento de um aplicativo construído com as características inerentes do dispositivo e do sistema operacional que você escolheu? Se alguém levantou a mão é porque não entendeu a pergunta ou não tem um “telefone esperto”.
Entretanto, e deixo a reflexão para a virada do ano: “telefones espertos” são caros. Os “telefones espertos” são uma tendência, mas que na vida real ainda não atingiram a quantidade crítica de usuários. Desenvolver atualmente para eles é caro e com resultados questionáveis (à exceção de imagem em alguns casos) . Minha aposta para a virada: de 2 a 3 anos.
Um ótimo 2012 ! Nos vemos nele !
Se a exigência é usar ao máximo o dispositivo, precisa desenvolver um cliente “oco” mas específico. A força das aplicações que giram em browser é que giram em todos os dispositivos. Desenvolvo aplicações basadas no web em modalidade SaaS e respeitando as regras (html, css etc) obtemos resultados ótimos em smartphones, tablet e normais PC. Assim não ficamos dependentes dos fabricantes ou de standards proprietários. Um abraço.
Paulo,
A questão é: que experiência queremos proporcionar aos nossos clientes. E a resposta a esta questão não é única, portanto não tem certo ou errado.
Financeiramente e do ponto de vista de gestão do projeto é muito mais simples e barato desenvolver para browser, de forma genérica. Do ponto de vista da experiência do cliente, nem tanto…
Abrs !
Rodrigo, Não sei de onde você teve essa ideia, mas acho muito melhor desenvolver aplicações web que funcionem em vários sistemas do que desenvolver vários aplicativos para SO diferentes. Talvez você não tenha expressado direito sua opinião neste artigo .
Stephany,
Às vezes nem eu sei de onde eu tiro estas idéias. 🙂
Você usa o Facebook na versão browser ou prefere a APP desenvolvida para este fim ?! E o twitter ?! E o linkedin ?! Este é meu ponto: se queremos efetivamente levar uma experiência perfeita para nossos clientes e consumidores devemos pensar em APP e não no genérico dos browsers. Isso sem falar no tráfego de dados maior…
Abrs,
RThedim
Concordo, para que criar milhares de aplicativos, sendo que em um único “Browser” você pode alcançar várias páginas? Aplicativos são apenas para algumas funções, pelo menos por enquanto…
Fernando,
Não estou falando genericamente que os sites vão acabar e só teremos aplicativos. Não faz sentido isso. Sempre teremos sites.
Entretanto as aplicações, hoje existentes na web poderiam (e estarão em breve) em APPs.
abrs !
Também discordo plenamente. Os browser vieram para ficar, devem sim evoluir para reconhecer quando estão executando aplicações como sites ou quando estão sendo utilzados como um front end para aplicações, softwares.
Ranieri
slemernet.com.br
Ranieri,
Bom dia !
Que bom que discordamos: acredito que toda unanimidade é burra por definição. 🙂
Os browsers vão existir no mundo desktop e para quem quer ser genérico no móvel. Para quem quer proporcionar uma experiência única de acordo com as características únicas de cada sistema operacional / dispositivo, então a solução são as APPs.
Nenhum demérito aos que optarem pelo primeiro: é uma opção que tem seus pontos positivos e negativos.
Abrs !