É claro que a tecnologia digital chegaria nas salas de aula.
Estamos prestes a presenciar e, por que não, participar de uma mudança histórica no processo de ensino e aprendizagem, em todas as esferas educacionais.
Especificamente nas Instituições de Ensino Superior (IES), como Universidades, Centros Universitários, Faculdades e outras, o modelo “cuspe e giz”, usado desde a época que nós, nossos pais, avós e quase toda a árvore genealógica (se não toda) conhecemos nunca esteve tão ameaçado.
O uso do modelo tradicional para um público ansioso, inquieto, digital e conectado é, de fato, uma contradição.
Por outro lado, as regras estabelecidas pelo MEC (Ministério de Educação), as estruturas físicas das IES, a cultura da maioria de seus gestores e os investimentos necessários para adaptar esse modelo a um mais contemporâneo são grandes barreiras a serem enfrentadas.
Dentre as transformações discutidas, estão o uso da tecnologia como meio de interação dos alunos e IES, ou seja, estudar deixa de ser um “local” para ser uma “atividade”. Deixa-se de ir à escola para estudar, seja no tablet, no celular, no campus da universidade, no LMS (learning management system), ou em uma composição destes meios.
O ponto é que, permanecer por horas sentado em uma sala de aula “observando” um conteúdo ministrado por um professor não é mais atrativo, pelo contrário.
Então, como se adaptar? A primeira fase desta transformação tem sido o modelo de Aula Invertida. Embora haja várias formas de se implementar este método, geralmente começa-se pela transição do conteúdo teórico, da sala de aula para ferramentas online de aprendizado (LMS, Redes Sociais, Canais de Vídeo etc.).
A parte prática passa a ser trabalhada através da criação de cenários que representam a vida real, com problemas a serem resolvidos pelos alunos, aplicando-se o conteúdo teórico estudado.
Desta forma, foca-se cada vez mais na prática, na execução de tarefas que testam o conhecimento e que permitam consolidar a teoria. À princípio, vivenciar uma situação próxima do real é mais cognitivo, mas eficaz na absorção do conhecimento.
O sistema de avaliação ainda necessita de adaptações. A conhecida prova, muitas vezes escrita, necessita de ser remodelada. A substituição da prova tradicional por vídeos gravados por alunos na aplicação prática do conhecimento teórico de uma disciplina e entregues em alguma plataforma online ainda não é realidade na maioria das IES, mas apresenta-se como uma alternativa. Jogos que permitam validar o conhecimento de forma lúdica e competitiva também não é uma realidade, mas pode ser uma opção.
Precisamos ainda que as normas adaptem-se rapidamente para permitir ministrar um maior volume de carga horária online, professores precisam ser treinados neste novo modelo, IES precisam investir em tecnologia, desde softwares que permitam a criação de salas de aulas virtuais, até questões mais básicas, como conectividade dos campi, conteúdo online e acessível por dispositivos móveis.
Um caminho longo, mas que que será exigido por um mercado cada vez mais tecnológico, crítico e apressado.
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