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Viu aquele lance!??!

publicado por José Vasconcellos Dias Jr

Viu aquele lance!??!“Viu aquele lance?!”  (Todo torcedor em uma segunda-feira)

Hoje é segunda-feira! Acredito ser o dia perfeito para começar a escrever esse artigo. É o dia onde, pelo menos, em mais de 80% de todas as empresas desse País (e de outros também, é claro), essa frase é exclamada, ouvida, repetida, retrucada e exagerada à exaustão.

Hoje, segunda-feira, bilhões (sim, é um “b”, sim!) de técnicos analisam, criticam e condenam outras tantas centenas de milhões de profissionais que, exercendo suas sagradas profissões (toda profissão honesta é sagrada), deram-lhes alguns momentos de distanciamento dos problemas (e soluções) do dia-a-dia, fazendo esses tantos bilhões esquecerem, por um pouco, a semana árdua, estressante ou de privações e buscas, que se iniciava.

“Cara! Que jogada!” – e tantos copinhos de café, água ou coisa semelhante, se enchem para uma pausa, gerencialmente estressante, de ensinamento técnico, explicações minuciosas, vaticínios equivocados ou sarcasmos infantis. Esse último então é o que mais ocorre, talvez até, na mesma proporção da frase-título desse artigo ou, quem sabe, bem mais. E tenham certeza, não é uma característica exclusiva do nosso País amado, é coisa visceral – alguns até arriscam que seja genética – é coisa que tem que acontecer… A gozação com o time derrotado!

Mas vejam pelo lado bom: hoje, os bilhões a que me referi, reúnem-se (desesperando seus chefes) para comentar “um lance” (aquele), um atleta e antes, no dia anterior, estavam de olho no gramado, na quadra, na pista, vidrados em frente a algum monitor ou grudados em algum rádio, prontos para soltarem um, redentor, grito de vitória. Alguns puderam fazer isso, outros amargaram uma derrota ou ficaram “no empate”. Mas todos, espero que sem exceção, todos estavam e estão muito acima de outros tantos que, há séculos atrás, urravam de prazer quando o leão abocanhava um pobre coitado em alguma coisa parecida com uma arena em algum lugar por aí ou aqueles que vibravam quando “seu campeão” (momentâneo) ceifava a vida de outro coitado que, dias antes (ou semanas se fosse um sortudo) era o campeão da vez.

Aliás, falando nisso, outra evolução (chamemos assim por enquanto): os campeões de hoje continuam vivos depois de seus apogeus.

Sim! Eu sei que essa comparação “EsporteXArenasXLeões” está mais do que passada, batida, cansada, velha e por aí vai… Mas, fazer o que? A verdade teima em saltar aos olhos! Agora então, quando as arenas foram ressuscitadas, desta vez sob a forma octogonal, onde representantes da dita “humanidade evoluída”, sangram seus parceiros e seus supercílios para provar alguma coisa obtusa como “sou mais forte que ele” e ser campeão de alguma coisa situada entre a era medieval e a contemporânea… Fica impossível olvidar Spartacus ou aqueles “300”, não é mesmo?

É a frase mais ouvida na História da Humanidade, mais até que “eu te amo”, a frase-título, “viu aquele lance”.

Chega a ser chato de tão inexorável na noite de Domingo, que ouviremos essa frase ou coisa semelhante em nossos ambientes de trabalho (ou mesmo escolares) na segunda-feira pela manhã. Mas o mais complicado (ao menos para mim) nisso tudo é a pobreza de assunto que vigora em boa parte daqueles mais de 80% a que me referi no primeiro parágrafo. Se uma guerra irrompeu, se um líder morreu, se uma cura foi descoberta, tudo isso fica para depois – se ficar é claro – nada disso desperta assombro ou contentamento tanto quanto “aquele lance”, e isso tudo acontece, simplesmente porque não existe um mínimo de envolvimento que faça despertar algum outro interesse que seja mais ou menos nobre que “aquele lance”.

Em quantos lugares, pessoas inteligentes despojam-se de suas competências apenas e tão somente para fazerem um “coro socializante” com expressões, na maioria das vezes chulas, sobre “aquele lance”? Quantas que, depois, ou voltam para suas mesas ou seguem adiante mantendo uma conversação que, no fundo, não lhes interessa em nada e exaspera alguns gerentes pouco confiantes ou pouco competentes?

Quantos, ao seu lado, você acha que seguem assim? Muitos? Poucos? Nenhum? Ninguém?

Talvez, se você não for um torcedor fanático e, provavelmente, não parou de ler esse texto lá em cima na hora dos leões, seja interessante e bastante compensador, descobrir qual é essa proporção aí em seu ambiente de trabalho.

Corre o risco de encontrar interesses comuns bem mais nobres do que “aquele lance” de toda manhã de segunda.

[Crédito da Imagem: ShutterStock]

Até a próxima!

Autor

Graduação em Análise de Sistemas – UNESA/RJ e Pós-Graduação em SGBD com ênfase em ORACLE – IESB (fazendo o TCC); Mais de 25 anos de experiência em ambientes de TI. Atuou como DBA CACHÉ em vários clientes com projetos de migração no RJ e em SP. Atuando como free-lance em computação gráfica, desenvolveu animações para comerciais, vídeos institucionais e programas de treinamento, em 3D Studio e 3D MAX. Elaborou manuais técnicos para atender necessidades de usuários em plataformas variadas em diferentes clientes. Mudou-se para Brasília em 2006 iniciando atividade como DBA CACHÉ no projeto PMTUAS para a SES-DF, na CODEPLAN onde interagiu com vários de DBAs de plataformas diferentes, depois atuou em outras atividades de TI em algumas empresas no DF, como analista de sistemas e, também, DBA. Participou de vários cursos preparatórios em ferramentas diversas e bancos de dados. Colabora periodicamente com textos e impressões em diversos sites.

José Vasconcellos Dias Jr

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