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Sistemas de informações em radiologia (RIS)

publicado por Ricardo Gomes

Figura - Sistemas de informações em radiologia (RIS)Continuando com a série de artigos que relatam e informam sobre o ambiente no qual um PACS se contextualiza, neste artigo será apresentado, com mais propriedade, mais um elemento e algumas das suas principais características, no que se refere ao workflow na área de radiologia.

De acordo com o que já foi dito nos artigos anteriormente publicados, a medicina tem avançado na utilização de recursos computacionais, não somente na área médica das organizações de saúde, mas também na área administrativa destas instituições. Controles quanto aos agendamentos de procedimentos, atendimentos in loco, aspectos financeiros, contábeis, supply chain management, adaptação às regras de negócios estipuladas pelos planos de saúde são extremamente necessários. Ter um ambiente como este, com tantas variáveis e, mesmo assim, integrado, ágil e confiável faz com que a possibilidade de apoio às gestões operacional e estratégica, seja alcançada. Entretanto, em especial a área de radiologia (bioimagem), por atualmente possuir um elevado número de atores computacionais, merece uma atenção diferenciada, pois tais unidades operam de uma forma autônoma dentro das organizações de saúde, possuindo assim suas peculiaridades.

Diante destas particularidades, um RIS (Radiology Information System), quando inserido em um contexto no qual processos de negócio são construídos de forma a aperfeiçoar as operações, apresenta uma responsabilidade muito importante.

A função do RIS é ser utilizado como interface para armazenar, recuperar e distribuir dados e informações relacionados ao negócio, sejam eles administrativos ou médicos, e promover um link com imagens médicas (estando este RIS integrado a um PACS). O sistema também consiste em rastrear todo o caminho percorrido por um paciente na unidade médica. Observando todo o fluxo de trabalho, tais sistemas apresentam funcionalidades importantes para a gestão das informações. Algumas dessas funcionalidades são:

  • Agendamento de exames com suporte às atividades do call center no atendimento às chamadas para marcação de exames;
  • Gerenciamento otimizado da ocupação dos horários disponíveis para a realização de exames diversos;
  • Possibilidade de agendar simultaneamente múltiplos exames;
  • Controle da elegibilidade e dos requisitos para a realização de exames por convênio e plano;
  • Instruções técnicas para o preparo;
  • Controle de over-booking (agendas extras);
  • Controle de pacientes faltosos (absenteísmo);
  • Cadastro de pacientes integrado ao sistema de prontuário eletrônico (PEP);
  • Rastreabilidade e benchmarking de todo o processo, ponta-a-ponta;
  • Geração automática de worklist nos diversos aparelhos;
  • Impressão de etiquetas com códigos de barra para identificação de documentos;
  • Controle simultâneo de múltiplas filas de espera, integradas com a agenda e com recursos de atendimento personalizado, com troca de informações entre a recepção e médicos ou técnicos envolvidos na realização dos exames, possibilitando averiguação sobre tempos e movimentos;
  • Possibilidade de acompanhamento de todos os pacientes que estão em processo de atendimento já iniciado até a conclusão do exame;
  • Emissão de relatórios e gráficos estatísticos relativos aos tempos e a eficiência de todo o processo;
  • Relatórios ad hoc (customizados);
  • Possibilidade de visualizar a quantidade de pacientes por status em qualquer recepção que esse atendimento ocorra, sinalizando ocorrências além do número esperado;
  • Criação de templates (laudos padronizados) com ampla gama de recursos que facilitam a aderência a um padrão, sem comprometimento da flexibilidade na composição dos laudos;
  • Facilidades na visualização de laudos de exames realizados anteriormente inclusive os exames realizados em outros setores (laboratório clínico, exames funcionais em cardiologia, etc.);
  • Integração RIS – PACS (Picture Archiving and Comunication System) para armazenamento, recuperação, visualização e processamento das imagens geradas em conformidade com o padrão DICOM;
  • Sistema digital de gravação de voz;
  • Sistema de reconhecimento de voz ou possibilidade de integração com sistemas especialistas;
  • Corretor ortográfico ou possibilidade de integração com sistema especialista;
  • Segurança na preparação, digitação e emissão dos laudos;
  • Construção de layout pré-formatado e informações contidas no laudo, prontuário, atestado médico, solicitações de exames e prescrição médica, criação dos cabeçalhos e rodapés, criação dos modelos de atividades, dietas, procedimentos médicos e esquema terapêutico;
  • Opção de utilização de codificações para acesso a frases padrão, termos e palavras contidas no laudo;
  • Execução de formulas calculada a partir das informações digitadas nos laudos;
  • Histórico dos laudos anteriormente emitidos, mesmo que seja por outros profissionais;
  • Possibilidade de armazenamento de dados específicos para utilização em pesquisa científica;
  • Disponibilidade da gravação em mídia óptica no local de entrega do laudo, ou via Internet, com as informações da unidade médica (Marketing Institucional), laudos do paciente e suas imagens com funções necessárias para diagnóstico;
  • Disponibilidade de assinatura eletrônica dos laudos, inclusive com a possibilidade de bloquear um laudo para a liberação somente com a “assinatura eletrônica” de mais de um médico;
  • Controle de versionamento de laudos;
  • Integração ao padrão HL7 (Health Level 7).

A utilização deste ferramental promove um ambiente no qual as medições quanto aos desempenhos podem ser realizadas, além de promover fidedignidade entre dados administrativos, dados demográficos de pacientes, dados médicos e imagens. Porém, modificar o modus operandi em qualquer contexto exige muita habilidade. De modo geral, ao se iniciar os trabalhos com esta perspectiva, algumas situações poderão ser verificadas e, possivelmente, alterações existirão nos processos com o intuito de melhorias constantes. Isso fará com que sejam perseguidos, sempre, aperfeiçoamentos, tendo como principal objetivo a prestação de serviço baseada na excelência, com processos e fluxos otimizados e confiáveis. De fato, o uso de computadores para análise de imagens radiológicas mostra-se eficiente. Porém, processos, regras e fluxos devem ser estabelecidos previamente, pois, assim, a possibilidade de sucesso ao implantar métodos com apoio informatizado, que substituem práticas arraigadas e totalmente sedimentadas, é factível, fazendo com que um ambiente baseado em PACS seja altamente produtivo, mensurável e controlável.

[Crédito da Imagem: RIS – ShutterStock]

Autor

Ricardo Gomes - Graduado em Sistemas de Informações, Pós Graduado em Banco de Dados com ênfase em Informações Estratégicas. Atualmente Gerente de TI do Grupo CAM. Certificado em ITIL Foundations, COBIT IT Governance Framework como também na etapa IT for the Non-IT Executive ministrado pelo MIT Sloan School of Management. Especialista em sistemas RIS/PACS, BPM e processos para Acreditação Hospitalar.

Ricardo Gomes

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